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Por Jornal Nacional


Moradores saem de Porto Alegre e população no litoral do RS triplica

Moradores saem de Porto Alegre e população no litoral do RS triplica

Os milhares de moradores que deixaram Porto Alegre acabaram triplicando a população no litoral norte do estado triplicou.

A viagem que levava duas horas dobrou de tempo. Melhor alternativa para sair da capital gaúcha, a ERS-118 tem longos congestionamentos. Muitos são porto-alegrenses que seguiram a recomendação do prefeito Sebastião Melo para deixar a capital e partir para o litoral, onde não falta água nas torneiras. E um dos principais destinos foi a cidade de Capão da Canoa.

“Hoje, Capão da Canoa está com consumo acima do normal. Restaurante, 100% a mais, combustível, 50% a mais, e supermercado, 50% a mais. População da Região Metropolitana e interior do estado está na casa de familiares. Apartamentos com três ou quatro dormitórios estão colocando dez ou 15 pessoas. Hoje, nossa população, pelo Censo, é de 80 mil habitantes, mas atualmente com essa situação crítica no estado do Rio Grande do Sulestamos com mais de 300 mil habitantes hoje”, afirma Augusto César Roesler, presidente da Associação Comercial de Capão da Canoa e Xangri-lá.

O litoral também recebe milhares de desabrigados que chegam direto dos resgates.

“Elas vinham só com a roupa do corpo. Buscavam roupas, alimentos, material de higiene, material de limpeza. E alguns diziam, na verdade, ‘eu não preciso, eu tenho condições de comprar, mas eu não tenho cartão mais, eu não tenho documento, eu perdi tudo, eu não tenho como comprar’”, conta Renata Klein, secretária de Cidadania, Trabalho e Ação Comunitária de Capão da Canoa.

A Prefeitura de Capão da Canoa montou uma estrutura no ginásio de uma escola para triagem de quem busca auxílio e também para os primeiros atendimentos médicos e psicológicos. Em pouco mais de dez dias, 2 mil pessoas passaram por lá. São famílias que chegam traumatizadas, como a do Mauro, resgatada em Canoas.

“Na madrugada de sexta para sábado, a gente já estava achando que a gente ia morrer afogado. Fui resgatado no sábado, às 11h, junto com a minha mãe, que tem 91 anos. A gente saiu pelo telhado”, conta Mauro.

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