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JN 50 anos: as transformações das cidades brasileiras em cinco décadas

JN 50 anos: as transformações das cidades brasileiras em cinco décadas

Na semana em que o Jornal Nacional celebra os seus primeiros 50 anos, estamos revisitando alguns dos nossos cenários mais marcantes. Este surgiu em 1983.

Quando o JN estreou, na virada para a década de 1970, nós éramos 94 milhões de brasileiros e pouco mais da metade da população vivia em áreas urbanas.

Nesses 50 anos, essa proporção foi se modificando. As cidades receberam mais e mais pessoas e se transformaram.

Não foi um processo indolor. O crescimento foi rápido e desorganizado. Com a ocupação caótica dos espaços, a insuficiência de investimento e de planejamento no saneamento básico, o entupimento de ruas e avenidas com uma frota gigantesca de carros e ônibus, o surgimento tardio do metrô.

Poderia ter sido um desastre completo, mas, de alguma forma, o Brasil também conseguiu encontrar caminhos, corrigir problemas, encontrar soluções para os reflexos desse inchaço das cidades.

E isso fica mais fácil de ver quando a gente vasculha os arquivos do Jornal Nacional. O que a gente vai mostrar agora é um mosaico de trechos de reportagens, sempre com imagens e sons da época em que foram ao ar. É uma viagem no tempo que permite enxergar muitas conquistas brasileiras e os desafios que ainda precisam ser enfrentados.

1970: “A nossa situação aqui é triste. Hoje mesmo a minha casa está aí de fogo apagado. Não botei nem panela no fogo”, contou uma mulher.

1983 – Sertão do Araripe, Pernambuco.

É a primeira remessa de alimentos da campanha "Nordeste Urgente". Cada pessoa recebeu um saco plástico com dez quilos de alimento. Um par de sandálias estava entre os donativos da campanha com uma mensagem de uma criança da cidade para uma criança da área da seca: “Eu quero ir para um dos pezinhos que vive a pisar nossas terras secas”.

ÊXODO RURAL

1981: Eles antigamente eram chamados de retirantes. Hoje, são os migrantes, pessoas que saem de seus estados em busca de vida nova.

1982: Viajam famílias inteiras e não levam quase nada, além da esperança de dias melhores no Sul.

Repórter: O povo está indo todo embora?

Homem: Aqueles que podem sair vão saindo.

INCHAÇO DAS CAPITAIS

87% dos migrantes que chegam a São Paulo ficam na zona urbana, aumentando as favelas e os cortiços na periferia.

“Compensa, porque voltar para lá vai ser pior”, conta uma mulher.

Uma das primeiras ocupações é a de servente de pedreiro. Mas muitos começam como cobradores de ônibus e auxiliares de cozinha.

URBANIZAÇÃO

Uma das principais mudanças no Brasil do século XX foi a urbanização. Em pouco tempo, o país passou a sentir os efeitos da migração desordenada para as cidades.

1975 – Favela da Maré, Rio de Janeiro.

As primeiras 60 famílias deixaram as favelas da Maré e da Areia de Inhaúma, que ficam dentro de um pântano, no lugar mais poluído da Baía de Guanabara. Os favelados vão ficar num conjunto residencial em Santa Cruz, onde a luz ainda é fraca e a condução fica mais cara para quem trabalha no Centro da cidade.

1982 - Brasília Teimosa, Recife.

Brasília Teimosa foi criada pela teimosia dos seus habitantes. E, de uma pequena vila de pescadores, transformou-se numa comunidade de 25 mil pessoas. Tem, agora, a estrutura de uma pequena cidade com ruas calçadas, linha regular de ônibus, saneamento, telefone e postos de serviços.

1992: O barraco caindo aos pedaços já é passado. Tijolos ainda estão à vista, mas são tijolos. Há menos de quatro anos, isso era um barraco de madeira, hoje os donos já estão levantando o terceiro andar.

1998: O que os turistas suecos estão vendo é algo desordenado. O que eles não sabem é que, de alguma forma, existe prosperidade na paisagem dura. TVs a cabo, videolocadoras, mototáxi.

“Não tem motivo de eu não me orgulhar de ser do morro. E tenho agora internet wireless”, disse um morador da Rocinha.

2007 - Paraisópolis, São Paulo.

Das 14 mil famílias que vivem em Paraisópolis, cinco mil passaram a receber energia legalmente. A empresa fornecedora acabou com os gatos, as ligações irregulares, e a conta de luz com tarifa social, mais baixa, virou também comprovante de residência.

2010 – Ribeirão Preto, São Paulo.

“Antes era tudo madeira, não tinha poste, não tinha energia direito”, disse uma moradora.

“A gente se sente mais humano, agora é um bairro mesmo”, comentou outra.

2004: Somos mais de 180 milhões. Em 35 anos, dobrou o número de brasileiros, mudou o comportamento da sociedade.

SOLIDARIEDADE

Segundo o IBGE, o número de brasileiros dispostos a dedicar tempo a outras pessoas só faz crescer.

2018 – São Paulo.

O exército silencioso tem 7,4 milhões de brasileiros.

A missão: substituir habitações precárias em favelas por casinhas pré-fabricadas.

“Eu dou tempo, eu dou meu esforço físico, eu dou meu emocional, tudo. A gente sai daqui com a cabeça transformada, eu me doo inteira aqui”, explicou uma voluntária.

2018 – Campo Grande.

A cada tijolo assentado é mais um passo para a realização de um sonho. Serão 327 casas em quatro bairros, construídas em regime de mutirão.

“Agora estou muito feliz, estou dentro da minha casa, parece que eu estou sonhando”, disse uma moradora.

2019: O IBGE divulgou um perfil da moradia dos brasileiros em 2018. Quase 10% moram de favor; 18% pagam aluguel; e mais da metade vive em casas próprias e já quitadas. Clarisnei e o marido ficaram 30 anos morando de favor. E, em 2018, conseguiram financiar o apartamento próprio.

“Sonho realizado”, garantiu a moradora.

“Estamos aí”, disse o marido.

POLUIÇÃO

1978 – Rio Mogi Guaçu, Pirassununga, São Paulo.

O protesto contra a poluição crescente do Rio Mogi Guaçu.

2003 – Rio Tietê – Pirapora do Bom Jesus, São Paulo.

Nessa hora, o fantasma malcheiroso toma ruas, cobre pontes, praças, árvores. É um retrato assustador do descontrole total da poluição.

2008: O desenvolvimento econômico do Brasil ainda deixa marcas de destruição no meio ambiente.

2008 – Baía de Guanabara, Rio de Janeiro.

O prejuízo, seu Valdir vê todos os dias na Baía de Guanabara. Na rede, os peixes são poucos.

“Saco plástico, pedaço de pau, cabide”, contou o pescador.

2014 – Rio Tietê, Salto, São Paulo.

A quantidade de resíduos de materiais impressiona. Está tudo bem diferente, bem limpo. O local que durante décadas foi um depósito de lixo se transformou em um bom exemplo. A limpeza que parecia impossível foi difícil, mas compensadora.

“Nós nos sentimos, assim, até com o coração aliviado de ver a remoção de toda essa sujeira”, disse o ambientalista Francisco Moschini.

SUSTENTABILIDADE

O Brasil enfrenta o desafio de levar a eletricidade para quase 20 milhões de pessoas.

O Brasil já tem nas mãos o futuro da energia elétrica.

“O sol, o vento e a água. O Brasil nesse aspecto vai muito bem, porque o Brasil tem sol, Brasil tem vento, Brasil tem água”, explicou o pesquisador Hamilton Moss.

1999: A novidade vai se espalhando.

"Energia solar, eu nunca tinha visto falar", contou um morador.

1999 - Ouro Branco, Alagoas.

A costureira Severina foi a primeira a usar a energia solar em Ouro Branco. O trabalho nunca mais atrasou: a linha entra no buraquinho sem sacrifício.

“Graças a Deus, não tem uma coisa melhor na minha vida que Deus botou essa energia no mundo", disse.

Painéis na caatinga. O sol que tudo seca move a bomba. A água jorra. Fim da sede. Cacimba barrenta aposentada.

2014: Armazenar a água da chuva em cisternas é um hábito cada vez mais comum no semiárido brasileiro. Em pouco mais de dez anos, mais de um milhão de cisternas foram instaladas.

“Vivo bem tranquilo”, disse um morador.

“A implantação dessas tecnologias tem feito com que os agricultores permaneçam e convivam com a situação, como essa de escassez de água”, explicou Adeildo Fernandes, técnico agrícola.

Os projetos verdes não estão mais restritos aos bairros mais sofisticados das nossas cidades.

2017: Jardim Nakamura, São Paulo.

Construir e viver de forma sustentável não precisa, necessariamente, custar rios de dinheiro. Todo o sistema de sustentabilidade que funciona no local foi criado pela própria comunidade. O que enche os olhos é o biodigestor, que transforma o lixo em gás para cozinha. Exemplos como o da favela têm feito o Brasil se destacar no ranking mundial de construções sustentáveis.

SANEAMENTO

Saneamento básico é uma das maiores carências nacionais.

Um triste cenário para as brincadeiras da comunidade de Paraisópolis, Zona Sul de São Paulo.

“Meu grande sonho é ter uma casa digna, um lugar ‘da hora’ para morar e as crianças ‘se divertir’. E não morar aqui, num lugar desse”, contou uma moradora.

2008: Numa favela, na mesma rua, duas situações: esgoto a céu aberto e, do outro lado, a cinco metros, uma rede totalmente canalizada.

“Dá uma sensação de vida, de esperança, de saúde. Está entendendo?”, disse uma moradora.

OCUPAÇÃO DESORDENADA

Outros dados do IBGE: quase 41% das cidades sofrem com inundações. As principais causas são obstrução de bueiros e a ocupação desordenada do solo.

São imagens de destruição vistas muitas vezes.

1983: Mais de 200 mil desabrigados no Vale do Itajaí. A enchente em Santa Catarina é a maior do século. A água invadiu todas as casas, hospitais e escolas.

A solidariedade do brasileiro ajuda a diminuir o sofrimento dos desabrigados. Um batalhão de voluntários colabora no trabalho de recepção, triagem e despacho.

2011: Mais de 900 mortos na Região Serrana do Rio. As cenas de destruição se espalham por quatro cidades. Nossos repórteres acompanham o resgate emocionante de uma mulher.

2019: Dez mortos no temporal no Rio de Janeiro. Parece um rio, mas na verdade são ruas completamente alagadas.

O Rio de Janeiro enfrentou hoje mais uma tragédia.

2019: 24 mortos na Muzema, Rio de Janeiro.

Os dois prédios que desabaram foram construídos irregularmente, como muitos outros da comunidade. Um vídeo mostra a força da água na encosta exatamente onde os dois prédios desabaram.

Esses eventos mais extremos vão deixando marcas de destruição pelo mundo. A Organização Mundial de Meteorologia divulgou um relatório que mostra que, em 2018, pelo menos 35 milhões de pessoas foram afetadas.

De uns anos para cá, a maior arma para combater as enchentes têm sido os piscinões.

2001: Uma barragem para segurar enxurradas na época de chuvas fortes. O do Pacaembu é subterrâneo e conseguiu acabar com cenas de alagamentos desde que foi construído, há seis anos.

2018: Sete mortos no Centro de São Paulo. Um homem ia ser resgatado. Não deu tempo.

“Mainha chorando, fogo, ‘todas as casa queimou’”, lamentou uma menina.

As famílias ocupavam o prédio há pelo menos seis anos. A prefeitura calcula que existam outros 70 edifícios no Centro de São Paulo na mesma situação.

1972: 16 mortos, Edifício Andraus, São Paulo.

1974: 187 mortos, Edifício Joelma, São Paulo.

1974: “Cenas como estas, nós estamos sujeitos a qualquer momento. Tendo em vista que São Paulo é uma cidade que cresceu de uma forma desordenada, existe muita periculosidade”, explicou Major Caldas, do Corpo de Bombeiros de São Paulo.

2013: Foi depois de duas tragédias que São Paulo parou para rever suas normas de prevenção a incêndios. De lá para cá, a legislação ficou bem mais rigorosa. Hoje, menos de 10% das ocorrências atendidas pelos bombeiros em São Paulo são casos de incêndio.

EXPANSÃO PARA FORA DAS CAPITAIS

1997: O IBGE faz as contas e confirma: a população das capitais do Sudeste está parando de crescer.

Mais um fenômeno dos anos 1990: a grande indústria deixou de se concentrar nas capitais e se espalhou por mais de cem municípios brasileiros.

2011: Os municípios que mais crescem, segundo o IBGE, são aqueles considerados de porte médio. São cidades que ganharam qualidade de vida com investimentos de novas empresas, indústrias e infraestrutura.

2011 – Palmas.

É o primeiro shopping center no estado do Tocantins, com as primeiras grandes lojas de departamento.

2012 – Aparecida de Goiânia, Goiás.

De Goiânia para Aparecida de Goiânia. A cidade brasileira que mais cresceu com a migração viu surgirem shoppings, condomínios e roubou moradores da capital vizinha.

2012 – Parnamirim, Rio Grande do Norte.

Crescimento para a região, aborrecimento para Rosemari, que trocou São Paulo por Parnamirim, mas não consegue fugir do engarrafamento.

“Eu passo uma hora para chegar no meu trabalho, que deveria passar uns 15, 20 minutos só”, contou a passageira.

TRÂNSITO

Eis o inferno visto do céu.

Os carros redesenharam as cidades. Foi preciso abrir espaço para ruas, avenidas, estacionamentos. Até que o rápido foi ficando engarrafado.

“Umas quatro, cinco horas a gente fica nesse trânsito”, explicou uma motorista.

TRANSPORTE PÚBLICO

Quem fica preso em engarrafamentos ou depende do transporte público no Brasil sabe como os serviços estão ruins.

1981: Atraso nos trens provoca tumulto nos subúrbios de São Paulo. Cerca de cinco mil pessoas destruíram duas estações, sete composições da rede ferroviária, 18 ônibus e uma Kombi.

1990: O sistema ferroviário que atende o subúrbio está em crise. Faltam peças, trilhos e até rodas nos trens.

“É uma pouca vergonha”, lamentou um passageiro.

1980: Na estação Jabaquara começou a nascer, em 1968, o metrô paulistano.

Repórter: Você usa o metrô para quê?

Estudante: Para ir para a escola.

Passageiro: Eu uso para trabalhar.

Outro passageiro: Demorava mais ou menos 40, 50, talvez uma hora de carro.

Repórter: E agora?

Passageiro: Agora é praticamente cinco, dez minutos estamos aqui.

1979: O metrô do Rio começa a funcionar.

O passageiro coloca o bilhete. Quando o bilhete sair, ele acaba de ser registrado no computador.

Faixas seletivas para transportes coletivos.

2008: Há dois anos Márcia vendeu o carro, quando percebeu que era mais fácil e mais barato seguir de ônibus para o trabalho no Centro de Curitiba.

2013: Desde o início de 2013, São Paulo ganhou 190 quilômetros de faixas exclusivas para os ônibus.

“Eu estou amando”, contou uma passageira no ponto de ônibus.

Repórter: Por quê?

Passageira: Porque eu chego mais cedo em casa.

EDUCAÇÃO NO TRÂNSITO

1978: Nas calçadas, o lugar dos pedestres, muitos carros estacionados com duas, quatro rodas sobre a calçada.

1978: Em São Paulo, os motoristas geralmente param nas próprias ruas no Centro da cidade, quase todas proibidas.

“Estou esperando minha patroa que foi no escritório aí”, justificou um motorista.

“Estou só esperando meu marido”, disse outra motorista.

1989: Uma pesquisa recente conclui que os motoristas não usam o cinto de segurança por simples falta de hábito.

“Na estrada tudo bem, mas acho que na cidade incomoda”, opinou uma motorista.

Repórter: Quantas vezes por dia o senhor para em fila dupla?

Motorista: Umas sete, oito vezes. Eu sou obrigado. Por dia.

1997: Motoristas fazem fila dupla na porta do colégio, fila tripla para fugir do engarrafamento, fecham cruzamentos, param sobre as faixas de pedestres, avançam sinais.

1998: Código novo em vigor.

“Eu fazia um monte de coisa que não podia, agora tenho que ter cuidado”, admitiu um motorista.

A velocidade diminuiu, o uso do cinto de segurança ficou mais frequente e as crianças foram para o banco de trás.

Em Brasília, o motorista tem orgulho de dizer:

“Foi o primeiro local que começou a respeitar a faixa de pedestre”.

Um respeito que começou com uma campanha em 1997 contra o grande número de mortos no trânsito.

1997: Em Brasília se obedece faixa de pedestre como no Primeiro Mundo.

2017: O Brasil é um dos países onde os ocupantes que estão na frente mais usam o cinto de segurança.

MOBILIDADE

O jegue anda largado, foi trocado pelas motos de baixa cilindrada.

2014 – Araguaína, TO.

Araguaína, Tocantins, onde, segundo o Denatran, há mais motos do que carros.

2011: A preocupação com o meio ambiente e a qualidade de vida está obrigando as cidades a repensar os meios de ir e vir.

“A bicicleta, a princípio, foi para escapar do trânsito?”, contou um ciclista.

E lá vai o bikeboy dando nova cara para São Paulo, deixando todo mundo para trás.

2019 – São Paulo.

Tem muito paulistano se rendendo a um brinquedo antigo de criança para ganhar tempo.

Belo Horizonte.

Por enquanto, a boa convivência depende de regras, fiscalização e cautela que, em terra de mineiro, nunca é demais.

Já existem aplicativos que avisam se o ônibus está próximo, diminuindo a angústia da espera no ponto.

TRANSFORMAÇÕES

A cidade ideal...

“É aquela onde a gente consegue qualidade de vida”, definiu um homem.

Tem uma São Paulo que está germinando. Basta olhar para as esquinas das ruas, para as frestas da cidade.

2019 – São Paulo.

No meio do caminho tinha um muro. Um, não: dois. Só que um era bonito. Já o da escola da Nika...

“Ele estava pichado”, explicou a criança.

Em 20 dias, vieram as cores. Foi assim que o que existe para separar, para dividir, acabou criando uma conexão amorosa entre os saberes daqui e os que vêm de longe.

2005 – Recife.

O Recife também se reinventa com o olhar no futuro. O Porto Digital é referência na área de informática, um jeito de se renovar para seguir em frente.

2016 – Rio de Janeiro.

A orla fica numa parte do porto que quase ninguém conseguia ver por causa do Elevado da Perimetral.

“Está liberado aqui para quem quiser passear”, disse uma mulher.

Para que tudo continue igual, só tem uma saída: cuidar bem.

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