Por Raoni Alves, g1 Rio


Seis restaurantes no Rio de Janeiro e em São Paulo foram premiados com duas estrelas no Guia Michelin — Foto: Raoni Alves/g1

Após quatro anos sem atualização, o Guia Michelin fez o lançamento da sua mais nova edição na última segunda-feira (20) no Copacabana Palace, na Zona Sul Carioca. A novidade para o Rio de Janeiro é a presença de três restaurantes com duas estrelas na cidade, um marco para a gastronomia local.

O mais novo integrante desse seleto grupo é o restaurante Lasai, que fica no Humaitá, na Zona Sul, e é comandado pelo chef Rafa Costa e Silva. Segundo o Guia Michelin, ir ao Lasai “é como ir a um teatro onde a cozinha é a protagonista”.

"Comercialmente é muito importante pra gente. (...) É uma massagem no ego maravilhosa. Pra equipe, é importantíssimo. Pro bairro, pros vizinhos, pra outros restaurantes. É um sonho nosso", comentou Rafa Costa sobre o prêmio.

Os outros restaurantes duas estrelas do Rio são o Oro Restaurante, do chef Felipe Bronze; e Oteque Restaurante, do chef Alberto Landgraf. Além dos estabelecimentos com duas estrelas, o Rio também terá outros três com uma estrela. Veja a lista:

  • ⭐⭐ Lasai (Humaitá) (incluído em 2024)
  • ⭐⭐ Oro (Leblon)
  • ⭐⭐ Oteque (Botafogo)
  • ⭐ Cipriani (Copacabana)
  • ⭐ Mee (Copacabana)
  • ⭐ San Omakase Room (Leblon) (incluído em 2024)

Felipe Bronze, chef veterano no grupo de duas estrelas do Guia Michelin, destacou a importância da premiação para o cenário da gastronomia e fez questão de parabenizar o trabalho do colega Rafa Costa.

"É lindo ver o Rio de Janeiro manter os dois restaurantes com as duas estrelas Michelin que já tínhamos antes, mas principalmente dar as boas-vindas para que se tenha um cara que eu acho que merece muito as duas estrelas, que é o Rafa Costa e Silva. O trabalho que ele faz no Lasai é impecável, com muita paixão, muita obstinação. Então é muito bonito ver o trabalho duro ser bem reconhecido", celebrou.

"O Guia Michelin voltando com tudo vai reaquecer esse turismo gastronômico no Rio. É importante e relevante para a nossa cidade", reforçou Felipe Bronze.

O restaurante Lasai, no Humaitá, na Zona Sul, é comandado pelo chef Rafa Costa e Silva — Foto: Reprodução redes sociais

O chef Rafa Costa também ressaltou a força do guia para incentivar o turismo gastronômico.

"Esses eventos de gastronomia no Rio traz um público que é diferente do público que tá vindo pro G20 ou pra coisa assim. É um público de turismo, que vai gastar, vai no hotel, vai comer no restaurante, vai pra praia, vai comer biscoito globo, tomar mate. Acho que faz a roda girar".

"E todo mundo ama vir pro Rio. Mesmo que a pessoa seja convidada e não possa vir, sempre arruma uma desculpa pra vir. Porque vir pro Rio é sempre maravilhoso", comentou Rafa Costa.

Melhores restaurantes de Rio e SP

O Guia Michelin apresentou os melhores restaurantes em sua versão brasileira, restrita às cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Seis restaurantes foram premiados com duas estrelas, sendo que três estavam nessa lista na última edição do guia, em 2020, e três foram incluídos este ano. Outros 15 restaurantes ganharam uma estrela, sendo que oito deles já estavam na lista. O Brasil não tem restaurantes com três estrelas.

Seis estabelecimentos foram premiados com duas estrelas Michelin e 82 foram mencionados na edição brasileira do guia. — Foto: Raoni Alves / g1 Rio

Ao todo, 82 restaurantes foram mencionados na nova edição do guia, incluindo os que não receberam estrela). Do total, 44 que já estavam na edição anterior, e 38 que foram incluídos na lista em 2024.

A premiação também incluiu 37 restaurantes na categoria Bib Gourmand, que destaca "restaurantes de boa qualidade e bom preço". A lista inclui 25 estabelecimentos que já estavam na lista e 12 que foram premiados nesta edição.

Veja os melhores restaurantes do Rio de Janeiro e de São Paulo, segundo o Guia Michelin:

  • ⭐⭐ D.O.M. (São Paulo)
  • ⭐⭐ Evvai (São Paulo) (incluído em 2024)
  • ⭐⭐ Lasai (Rio de Janeiro) (incluído em 2024)
  • ⭐⭐ Oro (Rio de Janeiro)
  • ⭐⭐ Oteque (Rio de Janeiro)
  • ⭐⭐ Tuju (São Paulo) (incluído em 2024)
  • ⭐ Cipriani (Rio de Janeiro)
  • ⭐ Fame Osteria (São Paulo) (incluído em 2024)
  • ⭐ Huto (São Paulo)
  • ⭐ Jun Sakamoto (São Paulo)
  • ⭐ Kan Suke (São Paulo)
  • ⭐ Kazuo (São Paulo) (incluído em 2024)
  • ⭐ Kinoshita (São Paulo)
  • ⭐ Kuro (São Paulo) (incluído em 2024)
  • ⭐ Maní (São Paulo)
  • ⭐ Mee (Rio de Janeiro)
  • ⭐ Murakami (São Paulo) (incluído em 2024)
  • ⭐ Oizumi Sushi (São Paulo) (incluído em 2024)
  • ⭐ Picchi (São Paulo)
  • ⭐ San Omakase Room (Rio de Janeiro) (incluído em 2024)
  • ⭐ Tangará Jean-Georges (São Paulo) (incluído em 2024)

O que significam as estrelas? Criado para estimular motoristas a viajaram de carro, o Guia Michelin concede estrelas com base no seguinte critério: ⭐ uma cozinha de grande nível, que vale a pena parar na viagem; ⭐⭐ uma cozinha excepcional, que vale um desvio na rota; e ⭐⭐⭐ uma cozinha única, que justifica a viagem para o estabelecimento.

Além dos 82 restaurantes mencionados na nova edição do guia, a premiação também incluiu 37 restaurantes na categoria Bib Gourmand, que destaca "restaurantes de boa qualidade e bom preço". A lista inclui 25 estabelecimentos que já estavam na lista e 12 que foram premiados nesta edição.

Esta é a primeira atualização da lista brasileira do Guia Michelin desde 2020. A premiação havia sido interrompida por conta da pandemia de coronavírus.

O que é o Guia Michelin?

O guia foi criado em 1900 pela empresa francesa de pneus Michelin como uma forma de incentivar as pessoas a pegarem a estrada.

Ele também foi planejado para ajudar motoristas com informações úteis para viagens, como locais para trocar pneus, abastecer o carro, se hospedar e, claro, onde comer.

As estrelas do Guia Michelin foram adotadas em 1926, inicialmente para destacar estabelecimentos com apenas uma estrela. A partir de 1931, ele ganhou o critério de zero a três estrelas.

No início, as recomendações eram restritas para os menos de 3 mil motoristas em Paris, na França. Hoje, o guia avalia 30 mil estabelecimentos em mais de 30 países e, desde sua criação, vendeu 30 milhões de exemplares.

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