'Eu amo inflação baixa', diz Lula após Haddad confirmar meta de 3% para 2025 e 2026

Presidente deu a declaração durante entrevista à imprensa nesta quarta-feira (26). Petista andou nos novos ônibus do Programa Caminho da Escola.

Por Kellen Barreto, Vinícius Cassela, TV Globo — Brasília


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva em um ônibus do programa Caminho da Escola — Foto: Vinícius Cassela

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (26) que "ama" quando a inflação do país está baixa.

O petista deu as declarações depois que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que o Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou em 3% a meta de inflação para os anos de 2025 e 2026.

Com isso, a inflação poderá oscilar entre 1,5% e 4,5% sem que a meta seja considerada descumprida.

Em entrevista a jornalistas, Lula lembrou que viveu tempos de hiperinflação no país, quando precisava fazer as compras correndo e para evitar a perda, da noite para o dia, do poder de compra do salário que recebia.

"Eu amo inflação baixa, o povo brasileiro ama inflação baixa, o povo brasileiro quer inflação baixa porque isso significa dinheiro no bolso", declarou Lula.

"Eu vou repetir pra vocês, não é a primeira vez que a gente discute meta de inflação. A meta de inflação ela é um número a ser perseguido. Então nós vamos trabalhar pra tentar levar a inflação pra meta com um e meio mais um e meio a menos", completou o petista.

O CMN é composto pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pela ministra do Planejamento, Simone Tebet, e pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

O presidente Lula é um crítico contumaz do presidente do Banco Central, a quem dirige uma série de ataques. Para Lula, Campos Neto atua de forma política e contra a redução da taxa básica de juros do país, que está em 10,5% atualmente.

Os ataques têm gerado insegurança entre agentes do mercado financeiro.

Ainda sobre os rumos da economia no país, Lula disse não considerar gastos investimentos, mas voltou a dizer que um país não pode gastar mais do que arrecada.

'Meta contínua'

O governo federal publicou nesta quarta-feira (26), em edição extra do "Diário Oficial da União", o decreto que altera o sistema de metas da inflação para criar uma "meta contínua".

De acordo com o decreto, a meta central, e o intervalo de tolerância (banda para cima ou para baixo), dentro do qual será considerada cumprida, serão fixados pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) - após proposta elaborada pelo ministro da Fazenda.

Há cerca de um ano, Haddad já havia anunciado que o Banco Central passará a adotar a meta contínua de inflação.

Caminho da Escola

O presidente Lula em ônibus do Programa Caminho da Escola

Nesta quarta, antes da entrevista, o presidente Lula caminhou pela Praça dos Três Poderes e fez um pequeno deslocamento em um dos novos ônibus do programa Caminho da Escola (veja no vídeo acima).

Criado em 2007, o programa tem o objetivo de viabilizar o acesso diário e a permanência de estudantes que moram em áreas rurais e ribeirinhas nas escolas públicas de educação básica.

Os 162 veículos comprados nesta etapa foram adquiridos por R$ 73,6 milhões. Os recursos são do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

O ministro de Educação, Camilo Santana e a presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Fernanda Pacobahyba, acompanharam Lula na visita aos ônibus que foram expostos na frente do Palácio do Planalto.