Por Laís Ribeiro, g1


Bicicletas elétricas: como escolher — Foto: g1

As bicicletas elétricas exigem menos esforço do ciclista ao pedalar, já que são impulsionadas também por um motor.

Mesmo assim, para ser legalmente definido como bike elétrica, o veículo não pode acionar o motor quando o ciclista não estiver pedalando.

O processo de escolha também é mais complexo, por conta do uso de diversos componentes e termos que podem parecer estranhos para os novatos.

O torque e a capacidade da bateria, medidos em newton-metros (N m) e em ampère-hora (Ah), respectivamente, são algumas das especificações mais atípicas encontradas nas descrições.

Também se fala no quadro, ou geometria, da bicicleta, que se refere à distância entre o assento e o guidão. Já as medidas dos aros das rodas são feitas em polegadas, indicadas pelo símbolo " (exemplo: aro de 29").

Além disso, o preço das e-bikes – como também são chamadas – é alto: modelos de marcas mais conhecidas no mercado costumam custar a partir de R$ 6.000.

“A diferença entre o processo de compra de uma bike convencional e uma elétrica é que não adianta a bike ter boas peças mecânicas se a parte elétrica for de baixa qualidade, e vice-versa", aponta Yuri Carneiro Perez, mecânico na loja Voltage Bikes, especializada em bicicletas elétricas.

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O analista de processos Leonardo Kelvin, que recentemente passou a trabalhar mais perto de casa, conta estar procurando obter um modelo para ajudá-lo no trajeto.

"Algumas partes são subida, e não quero chegar suado e cansado onde trabalho. Não tenho habilitação para motos, por isso pensei na bicicleta elétrica", conta Kelvin.

"Mas descobri que há limitações. Para pessoas da minha altura e peso, seria preciso um modelo com potência mais alta", diz Leonardo Kelvin.

Pensando em ajudar no processo de escolha, o Guia de Compras conversou com especialistas para explicar as especificidades das e-bikes e selecionou sete variações do produto para atender a diferentes necessidades.

Veja a lista a seguir e, no fim da reportagem, as dicas de como fazer a melhor compra.

Biobike Style Basic aro 26"

Biobike — Foto: Divulgação

A Style Basic, da Biobike, tem geometria alta e pneus de aro 26". O motor de roda tem 350 W de potência com autonomia de até 35 km.

A bike pesa 22 kg (mais bateria de 4 kg), tem quadro em aço carbono e aguenta até 120 kg. A bateria, de lítio, é removível. A amperagem e o tempo de carregamento não foram informados pela fabricante.

O freio dianteiro é do tipo v-brake, o mais comum para bicicletas, e o traseiro é tipo tambor, mais resistente ao tempo e à chuva.

Possui câmbio de seis marchas. A velocidade da assistência do motor é regulável, mas a fabricante não informa o número de níveis.

O veículo também inclui farol em LED e lanterna traseira, mostrador com indicador da carga da bateria e trava da roda traseira.

A garantia do quadro e do garfo é de 1 ano; do motor, da bateria e do conversor de energia é de 4 meses.

Consultada nas grandes lojas on-line em meados de setembro, a bicicleta custava R$ 5.480.

🛒 Onde comprar o produto:

Caloi Easy Rider aro 27,5"

Caloi Easy Rider — Foto: Divulgação

A Easy Rider é o modelo elétrico de entrada da Caloi. O quadro de alumínio é baixo e os pneus têm aros 27,5".

Com motor pedivela de 350 W de potência e bateria de lítio de 10 Ah, a bicicleta tem autonomia de até 60 km. A bateria é removível e o tempo de carregamento é de cerca de 5h30.

A capacidade máxima do modelo é de 100 kg, com torque de 40 N m (newton-metros). O peso não foi informado pela fabricante.

Os dois freios são do tipo hidráulico, cuja frenagem requer menos força. Além do câmbio de sete marchas, a assistência do motor inclui cinco níveis de velocidade.

Acompanha display de LCD com indicador de carga da bateria, velocímetro e hodômetro, que marca a distância percorrida.

O tempo de garantia do quadro e do garfo é de 5 anos. Do motor, bateria e display, de 2 anos. Os demais componentes têm garantia de 90 dias.

Em setembro, era encontrada nas lojas on-line por R$ 8.199.

🛒 Onde comprar o produto:

Caloi E-Vibe Elite aro 29"

Caloi E-Vibe Elite — Foto: Divulgação

A E-Vibe Elite é uma das mountain bikes elétricas da Caloi.

Com quadro baixo de alumínio e aro de 29", o diferencial deste modelo é o torque de 60 N m da bicicleta, elaborado para auxiliar em terrenos íngremes ou irregulares.

Ela é equipada com um motor do tipo pedivela de 250 W de potência e uma bateria de 14 Ah, com autonomia de até 185 km. A bateria é removível e recebe carga completa em cerca de 5 horas.

A bicicleta pesa 28,8 kg (destes, 5 kg são da bateria) e tem capacidade de carga de até 100 kg. Os freios são do tipo hidráulico (que requerem menos força do ciclista).

Inclui ainda câmbio com dez marchas e assistência do motor com três níveis de velocidade, ambos indicados no display de LCD.

O mostrador também aponta a carga da bateria, a velocidade, a quilometragem e o horário.

Além do farol dianteiro, a bicicleta vem com refletores noturnos nas rodas e nas partes dianteira e traseira.

A garantia é de 5 anos para o quadro e o garfo, de 2 anos para os componentes elétricos (motor, bateria e display) e 90 dias para os demais componentes.

Seu preço era de R$ 21.869, em setembro, nas lojas on-line consultadas.

🛒 Onde comprar o produto:

JKR 9000-EB dobrável aro 14"

JKR — Foto: Divulgação

A 9000-EB é a bicicleta elétrica dobrável da JKR. Com quadro alto de aço carbono, pneus de aro 14" e peso de 24 kg (mais 4,8 kg da bateria), é uma e-bike urbana e portátil.

O motor de roda tem 350 W de potência e a bateria de lítio tem 17,5 Ah de capacidade. O torque não foi informado pela fabricante.

O veículo tem autonomia de até 50 km e aguenta até 120 kg de carga.

Os freios são a disco mecânico. A assistência do motor possui três níveis de velocidade, indicada no painel digital junto com a quilometragem e a carga restante da bateria.

A garantia de fábrica 3 meses. A fabricante não especifica componentes.

Custava R$ 7.300, em outubro, nas grandes lojas on-line.

🛒 Onde comprar o produto:

GTS M1 Hmountain aro 29"

GTS M1 Hmountain — Foto: Divulgação

A Hmountain é o modelo elétrico de geometria baixa da GTS M1. Seu quadro é de alumínio e os pneus têm aro 29".

A potência do motor de roda é de 250 W, e a bateria, de lítio, tem amperagem de 7,5 Ah. A autonomia é de até 40 km e a bateria é removível, com tempo de carregamento de seis a oito horas.

A bicicleta pesa 23 kg e pode suportar cargas de até 100 kg. Sozinha, a bateria pesa 4 kg.

Os freios são a disco mecânico. A bike possui câmbio com sete marchas e a assistência do motor alterna entre três níveis de velocidade. O painel em LED indica a carga da bateria e a velocidade atual da assistência.

Apesar do nome, o fabricante indica o modelo para vias urbanas ou percursos longos sobre estradas de asfalto.

O produto tem garantia de 1 ano para o quadro e 3 meses para a bateria, o motor e o painel.

Em setembro, era encontrada nas grandes lojas on-line por R$ 6.690.

🛒 Onde comprar o produto:

Sense Easy 2021/22 aro 20"

Sense Easy — Foto: Divulgação

A e-bike Easy, da Sense, é um modelo dobrável. Com quadro alto de alumínio e pneus de aro 20", pesa cerca de 22,7 kg (dos quais 3 kg são da bateria), sendo mais adequada para lazer ou viagens curtas.

A bicicleta tem autonomia de até 50 km e é equipada com motor de 250 W de potência e bateria de lítio de 8,7 Ah. A bateria pode ser removida e leva até seis horas para recarregar completamente.

O tipo de motor não foi informado pela fabricante.

Incluindo o bagageiro, com capacidade de 25 kg, a bike suporta cargas de até 120 kg. Ambos os freios são a disco mecânico.

Possui farol dianteiro e luz de freio, painel LCD com hodômetro, que mostra a distância percorrida, velocímetro e indicador da carga da bateria.

Também dispõe da função "walk assist", na qual o motor auxilia o ciclista a empurrar a bicicleta enquanto anda ao lado.

Tem câmbio com três marchas e cinco níveis de velocidade com assistência do motor.

A garantia é de 5 anos para o quadro, 1 ano para os componentes elétricos e 90 dias para os demais componentes.

O preço do modelo, consultado em setembro, era de R$ 7.386 nas grandes lojas on-line.

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Sense Impulse 2021/22 aro 29"

Sense Impulse — Foto: Divulgação

Da marca Sense, a Impulse é uma bicicleta elétrica urbana, com quadro baixo em alumínio e aro 29".

O motor (cujo tipo não foi informado pela fabricante) é de 350 W, e a bateria, de lítio, tem amperagem de 11,6 Ah.

A autonomia é de até 50 km e a bateria, que é removível, leva cerca de quatro horas para carregamento completo.

O painel em LCD indica o nível de carga elétrica, além de mostrar outras informações como velocidade, quilometragem e horário. A bike aguenta até 120 kg e pesa cerca de 25 kg. Sozinha, a bateria pesa 3 kg.

Assim como o modelo anterior, possui função "walk assist", com assistência do motor para empurrar a bicicleta.

Os freios são a disco, o câmbio tem nove marchas e o impulsionamento do motor tem cinco níveis de velocidade. Os pneus contam com uma fita refletiva para visibilidade noturna no trânsito.

O quadro tem garantia de 5 anos, os componentes elétricos, de 1 ano, e os demais componentes, 90 dias.

O produto custava, em setembro, R$ 11.490 nas lojas on-line consultadas.

🛒 Onde comprar o produto:

O que você precisa saber na hora da compra

PRECISO PEDALAR NA E-BIKE? Sim! Na verdade, isso faz parte da definição legal da bicicleta elétrica.

É claro que, com a assistência do motor impulsionando a bike, o esforço feito ao pedalar é consideravelmente menor do que em bicicletas convencionais, o que constitui a grande vantagem das elétricas.

Além disso, cada modelo vem com níveis reguláveis de impulsionamento, que afetam a velocidade da bicicleta. Quanto mais níveis disponíveis no modelo, mais fino será o ajuste da velocidade.

Isso não influencia na velocidade máxima da e-bike, que também é definida por lei.

Segundo a resolução 465 do Contran, para se caracterizar como bicicleta elétrica, o veículo deve:

  • Atingir velocidades de no máximo 25 km/h com o auxílio do motor;
  • Ter um motor com no máximo 350 W de potência;
  • Acionar o motor apenas quando o ciclista estiver pedalando;
  • Não dispor de acelerador ou outro dispositivo manual de variação de potência.

Graças a essas diretrizes, os usuários das e-bikes não precisam ter habilitação para conduzir esses veículos.

Caso o veículo motorizado não cumpra com esses requisitos, ele pode acabar se encaixando na categoria de ciclomotores (apesar de serem comercializados como bicicletas elétricas), os quais requerem emplacamento e CNH específica.

O QUE QUER DIZER AUTONOMIA? A autonomia é o alcance da bicicleta, ou seja, a distância que você consegue cobrir com assistência do motor até a bateria acabar.

Por isso, a bateria é o ponto mais importante da e-bike, pois é ela que vai definir a autonomia.

É necessário observar a capacidade, medida em ampère-hora (Ah), e o material dos componentes, que pode ser lítio ou chumbo.

"As baterias de lítio são mais leves e duram mais”, explica Yuri Carneiro Perez, mecânico de bicicletas elétricas.

Uma amperagem razoável é de 9 Ah; menos que isso e a autonomia pode se tornar um limitador.”

Para aumentar a autonomia da bateria, o ciclista pode selecionar os níveis mais baixos de assistência do motor, sem esquecer que isso também vai diminuir a velocidade da bike.

As bicicletas acompanham fontes de carregamento, similares às que usamos em notebooks. Para recarregar a e-bike, basta conectar um terminal da fonte na tomada e o outro na entrada da bateria.

Se a bateria for removível, pode ser levada para recarregar dentro de casa; caso não seja, o carregamento deve ser feito diretamente na bicicleta, o que pode se tornar um problema para quem mora em lugares com pouco espaço (a não ser que a bike seja dobrável).

SOBE LADEIRA? Para responder essa pergunta, é preciso observar um conjunto de fatores: a potência do motor, o peso do ciclista, o torque do veículo e a inclinação do terreno.

No Brasil, a potência máxima permitida para motores de bicicletas elétricas é de 350 W. Para bikes de entrada, a potência costuma ser de 250 W.

“Para um trajeto com mais subidas, em uma trilha, por exemplo, é indicada uma bike mais potente e com maior torque. Já em trajetos urbanos, de curta distância, uma potência e torque mais baixos atendem perfeitamente”, ensina Edgard Vidal, da plataforma de consultoria de bikes Semexe.

Na hora da subida, o peso do ciclista influencia bastante: "Para ciclistas mais pesados, uma bike com torque maior é a mais indicada", completa Vidal.

O torque, medido em newton-metros (N m), nem sempre é especificado pelos fabricantes na descrição das bicicletas.

É importante escolher o motor seguindo a recomendação do fabricante com base no tipo de modalidade. Para uso urbano, o motor pode ter um torque menor, de cerca de 40 N m, mas, para uso em trilhas, o motor precisa de cerca de 70 N m", explica Yuri Perez.

“Hoje existem dois tipos de motor em bicicleta elétrica: o motor de roda (dianteira ou traseira), mais conhecido e popularizado, e o motor de pedivela, que é mais novo e conta com mais tecnologia. Motores de pedivela geralmente são de 250 W, mas variam em valor de torque”, conclui Perez.

Fora da descrição: Apesar do tipo do motor (de roda ou pedivela) influenciar na escolha do produto mais adequado, são poucos os fabricantes que disponibilizam essa informação de forma acessível.

Para poder especificar essa característica dentro dos modelos escolhidos, o g1 precisou perguntar às assessorias das marcas.

A única exceção foi a Caloi, que informa o tipo de motor de suas e-bikes no próprio site.

O QUE PRECISO SABER DA PARTE MECÂNICA? Além das especificidades relacionadas aos componentes elétricos descritas acima, outros fatores relevantes na sua escolha devem ser a geometria e os acessórios, itens relacionados à modalidade da bicicleta.

"Cada bike elétrica atende a um tipo de necessidade. Uma boa e-bike de passeio, boa para deslocamentos diários de curtas distâncias, deve ter um guidão mais próximo do corpo e geralmente possui bastantes acessórios, como retrovisores, buzina, paralamas, bagageiro, entre outros”, aponta Yuri Perez.

É importante lembrar que, mesmo que o modelo escolhido não venha com buzina, retrovisor e refletores dianteiros, traseiros e laterais, esses itens são obrigatórios segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Portanto, o ciclista deve adquirir e instalar os itens nas bikes.

Outro acessório recomendado – desta vez não para a bicicleta, mas para o ciclista – é o capacete. O equipamento não é obrigatório, segundo o CTB, mas é essencial como medida de segurança.

“Para deslocamentos mais longos, é ideal que a bike tenha uma geometria mais baixa, para que as costas não fiquem sobrecarregadas e o ciclista tenha mais desempenho em seu deslocamento.”

A geometria da bicicleta refere-se ao formato do quadro, que pode ter uma distância maior entre guidão e assento (quadro alto) ou menor (quadro baixo).

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