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O cultivo do palmito.
Em conserva, cozido, in natura ou na torta capixaba, o palmito é um ingrediente comum no prato dos brasileiros, mas, acredite, muita gente nem imagina se tratar do broto comestível da palmeira. Para a produção de palmito quase sempre é necessário derrubar a palmeira e, por isso, existem regras muito rígidas para o cultivo, a extração e a comercialização do produto.
No Espírito Santo, o palmito, é um dos principais ingredientes da torta capixaba, que também leva bacalhau, mariscos e temperos. Com a chegada da Semana Santa, época em que a torta capixaba é consumida, o palmito passa a ser comercializado em vários pontos da Grande Vitória e do interior do estado.
Palmito — Foto: Idaf-ES/Divulgação
Para colher o palmito é necessário retirar o broto no interior das folhas da palmeira. Em algumas poucas espécies, como a pupunha, é possível fazer isso sem comprometer totalmente a planta.
No caso do pupunha, o corte pode ser feito a partir de 18 meses e a planta pode receber vários cortes ao longo do ano.
Nas demais espécies é feito apenas um corte a partir de três a quatro anos do plantio.
Por conta disso, existem regras muito rígidas para o cultivo, a extração e a comercialização do palmito.
De acordo com o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), a exploração irregular de palmito pode acarretar multa que varia entre R$ 860 e R$ 10 mil, dependendo dos agravantes.
Se a palmeira estiver em Área de Preservação Permanente (APP) é caracterizado crime ambiental, pela Lei Federal 9.605/1998.
Durante o período final da quaresma, quando geralmente aumenta o consumo de palmito e a movimentação de vendedores de outros estados no Espírito Santo, as fiscalizações do Idaf são intensificadas, em parceria com a Polícia Militar Ambiental e instituições como o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
"O objetivo é prevenir e coibir o corte, transporte, depósito e comércio irregulares, principalmente em áreas de floresta e de ocorrência natural, além das espécies ameaçadas de extinção", informou o Idaf.
Torta capixaba — Foto: Bruno Coelho
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Palmeiras de onde é retirado o palmito no ES — Foto: Idaf/Divulgação
As principais espécies de palmito cultivadas e consumidas no Espírito Santo são: pupunha, amargoso (espécie ameaçada de extinção), açaí, baba-de-boi e coco-da-bahia.
Em 2021, foram produzidas 2.645 toneladas de palmito em uma área de 1.255 hectares, totalizando um valor bruto de R$ 18 milhões.
Espécies não ameaçadas de extinção
- O corte de palmeiras nativas depende de vistoria e autorização do Idaf. Espécies cultivadas e não ameaçadas de extinção como pindoba, dendê, pupunha ou açaí podem ser cortadas mediante o documento de Informação de Corte obtido junto ao Idaf de cada município.
- Em área rural, se a pessoa tiver uma palmeira em casa também deve ter autorização do Idaf.
- Em áreas urbanas não há exigência pelo Idaf e a orientação é consultar a Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
Espécies ameaçadas de extinção
- O palmito Juçara e alguns outros conhecidos como “amargosos” estão na Lista Oficial de Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção e têm a exploração proibida no estado, com exceção dos palmitos cultivadas em áreas com autorização do Idaf. Para transportar e comercializar o palmito Juçara é necessário o Documento de Origem Florestal (DOF).
- No ano passado 50 mil unidades para plantio comercial foram extraídas.
10 maiores produtores de palmito no ES
Atualmente Domingos Martins, na região Serrana, lidera o ranking da produção de palmito, mas na lista estão outras nove cidades. Juntos, os 10 municípios concentram 77% da produção estadual.
- Domingos Martins representa: 17,5% da produção estadual
- Marechal Floriano: 15,1%
- Santa Leopoldina: 13,4%
- Alfredo Chaves: 8,8%
- Guarapari: 7,1%
- Castelo: 4,5%
- Apiacá: 3,4%
- Linhares: 2,8%
- Viana: 2,1%