Por Sebrae


PEHN SEBRAE — Foto: Divulgação

Até aqui, 2023 pode ser considerado um ano promissor para o pequeno empreendedor brasileiro. De acordo com levantamento feito pelo Sebrae, com base em dados da Receita Federal, o país apresentou um saldo positivo de 868 mil novos pequenos empreendimentos no Brasil no primeiro semestre. Outra pesquisa conduzida pelo Sebrae em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que os empreendedores já estabelecidos faturaram mais: em julho deste ano, 31% apontaram aumento de receita, contra 25% em abril. O percentual de queda no faturamento também melhorou: enquanto em abril 42% dos negócios indicavam perdas, em julho 37% sinalizaram o fato. Some-se isso ao surpreendente aumento de 3,4% do PIB no segundo trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2022, e boas oportunidades parecem surgir no horizonte.

PEGN SEBRAE — Foto: Divulgação

O presidente do Sebrae Nacional, Décio Lima, é do time dos que estão otimistas com a performance da economia. Para ele, as chances para quem quer empreender estão dadas. “Os indicadores positivos impulsionam o fortalecimento dos pequenos negócios que já existem, mas também são animadores para quem sonha em ser dono do seu negócio. Não tenho dúvida do potencial do empreendedorismo brasileiro e do quanto as micro e pequenas empresas, assim como o MEI, são a base, a força e o fundamento para a retomada do desenvolvimento”.

Chocolate com alma

Priscila França — Foto: Nayara Mendes

Priscila, chef confeiteira e proprietária da Priscyla França Chocolates, é uma das empreendedoras que vem aproveitando a maré alta da economia. Em 2015, a então servidora pública no Espírito Santo pediu licença não remunerada de seu cargo e foi a São Paulo estudar gastronomia – área pela qual sempre foi apaixonada. Ali descobriu sua vocação e nunca mais voltou. “Meu sonho sempre foi ser confeiteira, mas morava no interior da Bahia e naquela época a área não parecia ser muito promissora. Por isso, minha mãe me incentivava a entrar para o serviço público. Acatei, mas prometi a mim mesma que pelo menos quando me aposentasse trabalharia com confeitaria!”, diverte-se a empreendedora. Não precisou esperar tanto.

Depois de formada, mudou-se para a França com o marido, fez cursos de confeitaria em escolas renomadas como a Le Cordon Bleu e lá se aprofundou no universo do chocolate. “Quando morei na França, me encantei ainda mais pelo chocolate, suas cores, texturas e sabores. Conheci profissionais incríveis na Bélgica, Londres e Portugal, que me ensinaram técnicas que utilizo ainda hoje nos chocolates que produzo. Voltando para o Brasil, continuei minha pesquisa, visitas às fazendas e estudos sobre a filosofia do chocolate bean to bar (da semente à barra). Assim nasceu a Priscyla França Chocolates”, lembra.

Em 2021, a confeiteira venceu um prêmio da Academia de Chocolate de Londres. No mesmo ano, levou o Prêmio CNA Brasil Artesanal, promovido pelo Sistema CNA/Senar. Foi nesse momento que sua parceria com o Sebrae começou. “A ideia era fazer uma consultoria para o negócio e entender como ele poderia se profissionalizar em aspectos como marketing, precificação, processos e gestão. Todos os serviços foram gratuitos e fundamentais para o negócio se tornar mais rentável”, explica Priscila.

Priscila França. — Foto: Nathan de Freitas

Em 2022 a empresa estava madura o suficiente para se tornar ME, e esse novo patamar trouxe novas linhas de financiamento e a possibilidade de expandir o negócio. Com isso ganhou escala e projetou o que seria a primeira loja física da marca. Inaugurada neste ano, ela de fato colocou a empresa em outro patamar. Algo que só foi possível com a melhora da economia e o consequente apetite (literalmente!) do público pelo consumo de produtos premium. “A gente sente no balcão da loja que a economia está aquecendo porque cada vez mais gente se interessa pelos nossos produtos. Elas buscam qualidade, boa procedência e história. Isso, nossos chocolates têm de sobra”, garante Priscila.

Cinco dicas para quem quer empreender

Enio Pinto, especialista em Empreendedorismo do Sebrae, dá cinco dicas imperdíveis para quem deseja empreender hoje. Anote aí!

1.Empresas existem para resolver problemas. Portanto, “mantenha o radar ligado para encontrar os problemas da sua comunidade e entregar as soluções”, destaca.

2.É sabido que os empreendedores que atuam na sua área de afinidade têm muito mais possibilidades de entregar valor. Então faça uma lista das coisas que você gosta. Depois, filtre aquelas nas quais você é bom de verdade. Na sequência, se pergunte: isso vai ao encontro das necessidades da minha comunidade? Essas respostas vão te levar a descobrir sua vocação empresarial.

3.Crie um plano de negócio e descubra se sua ideia é uma oportunidade concreta para empreender. E aqui o Sebrae pode te ajudar! Acesse o portal Sebrae e conte com a assessoria da instituição para criar e avaliar seu material.

4.Descubra um diferencial para o seu negócio. “Ou seja, aquilo que o tornará único, fazendo com que se destaque na multidão”.

5.Torne a experiência do seu cliente única. “O cliente paga preço, mas quer valor. E o valor é a soma do benefício do produto com a experiência de compra e consumo”.

Já empreende? Então confira os quatro conselhos do especialista.

1.Busque capacitação continuada em três aspectos: técnicas de gestão, técnicas de operação e em lapidar o perfil de investidor. “Significa ter foco na qualidade, buscar informação constantemente, ser engajado, ter disciplina para cumprir metas, ser um excelente planejador financeiro e um especialista em criar uma boa rede de contatos”.

2.Delegue o operacional ao máximo para focar no que é estratégico. “Busque o conhecimento profundo sobre o cliente, que é a razão de ser de qualquer companhia”.

3.Seja uma empresa fígital (que tem presença física e digital), independentemente do seu ramo de atividade. “É fundamental ter canais de atendimento no mundo digital para que o cliente possa ser atendido onde preferir”.

4.Foque na servitização. “É quando uma empresa passa a agregar serviços em seu negócio, mesmo que ela seja fundamentalmente de produtos”. Uma empresa de venda de bicicletas, por exemplo, poderia oferecer o serviço de aluguel de bikes, fazendo girar o caixa da organização.

PEGN SEBRAE — Foto: Divulgação

PEGN SEBRAE — Foto: Divulgação

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