Dia do empreendedor

Por Júlia Nunes, g1


Empresárias dão dicas para negócios no ramo da confeitaria — Foto: Divulgação

Da cozinha de casa à loja em expansão. A empresária Júlia Nuss começou a vender doces aos 17 anos para ajudar os pais a pagarem sua faculdade. Hoje, ela tem uma empresa com três funcionárias e recebe cerca de 600 pedidos por mês.

A história da Anne Caroline Martins é parecida. Aos 23 anos, ela desistiu de estudar para concurso público para empreender e parar de depender financeiramente dos pais. Ela passou a vender geladinhos (ou dindins) de porta a porta e, atualmente, fatura R$ 7 mil mensais com o negócio.

Nesta quinta-feira (5), é comemorado o Dia do Empreendedor. É claro que nem toda ideia de negócio vira lucro, mas foi com o empreendedorismo que Júlia, Anne e muitos outros brasileiros conquistaram sua fonte de renda. 💰

📈 Dados do IBGE apontam um crescimento no número de microempreendedores individuais (MEIs) de 2019 a 2021, ano mais recente da pesquisa, divulgada nesta quarta-feira (4).

Há dois anos, segundo o instituto, 13,2 milhões de pessoas trabalhavam como MEIs no Brasil, o equivalente a 69,7% do total de empresas e outras organizações e a 19,2% do total de ocupados formais.

O estudo também mostrou, no entanto, que quase metade dos MEIs registrados em 2014 não estão mais em atividade. E quanto mais jovem é o MEI ao abrir o empreendimento, menor a taxa de sobrevivência, conforme a pesquisa.

Investir no atendimento ao cliente e na qualidade do produto, apostar na criatividade e aprender com os erros são algumas das dicas das empreendedoras entrevistas pelo g1 para garantir o sucesso do negócio, apesar de todos os desafios. Veja abaixo:

1- Produto bom vende bem

A empresária Júlia Nuss, de São Paulo (SP), é formada em publicidade, mas alerta que de nada adianta trabalhar em divulgação se o produto vendido não for de qualidade. Por isso, ao abrir o negócio, ela fez um curso de patisserie e segue se especializando na área.

“A foto tem que estar maravilhosa, mas se o produto não entregar o que é, não ser condizente com a foto, você perdeu”, afirma.

A prática também é ingrediente essencial para garantir a qualidade dos produtos, ressalta Anne Caroline Martins, da empresa de geladinhos em Águas Claras (DF).

“Há cinco anos, o meu dindin não era bom, mas eu precisava começar. Aí com a prática, estudos e constância, o sabor, a embalagem e a entrega foram ficando cada vez melhores”, conta.

Anne vende geladinhos gourmet em Águas Claras, no Distrito Federal — Foto: Rebeca Satie Takechi/RT Produtora Audiovisual

A qualidade também foi um dos atributos que garantiu uma clientela fiel à Naty Moura, empresária que vende bolos personalizados em Diadema (SP).

“Meu cliente é muito importante para mim. Minha alegria é ver a satisfação deles. Receber um feedback de satisfação não tem preço”, diz.

2- Proximidade com o cliente

As empresárias também citaram a importância de ter um bom atendimento ao cliente. Isso é o que Miriam Corr��a acredita ser o diferencial do seu negócio, em Hortolândia (SP).

A mãe dela começou o empreendimento em 2001, quando ficou desempregada. A venda de trufas virou a principal fonte de renda da família, que, aos poucos, passou a aceitar outros tipos de encomendas. Hoje, os empresários comandam uma rede com 16 unidades em operação.

“Embora agora tenhamos à nossa disposição uma infinidade de oportunidades através dos canais criados pelas redes sociais, WhatsApp e muitos outros, que nos aproximam ainda mais do nosso cliente final, nossa premissa continua sendo ouvir atentamente o cliente, compreender suas necessidades e, assim, desenvolver produtos de sucesso”, afirma Miriam.

A empresária Naty, de Diadema (SP), concorda com a estratégia: “acredito que você fideliza o cliente com um conjunto. Tem que ter qualidade e um ótimo atendimento, com muita educação, tratando sempre com muito carinho, fazendo do cliente uma pessoa importante para você”.

Naty Moura faz bolos personalizados em Diadema (SP) — Foto: Naty Gourmet/Divulgação

3- Qual é o seu diferencial?

No negócio da Anne Caroline, o carro-chefe é o dindin de bala baiana, um sabor "diferentão" que leva coco e calda de caramelo. Já a Naty Moura procura lançar sempre novidades, de bolos temáticos a kits com uma só fatia e docinhos.

Naty Moura vende fatias de bolo e kits festa em Diadema (SP) — Foto: Naty Gourmet/Divulgação

A empresária Gabriela Rossi, de Vinhedo (SP), começou a fazer sucesso na internet ao propor soluções criativas para facilitar o preparo de receitas complexas.

“A marca começou a atrair o olhar de outras marcas e instituições que me convidavam frequentemente para cozinhar, palestrar e dividir minha experiência com pessoas que buscavam transformar suas vidas a partir da venda das delícias caseiras”, conta.

A partir disso, Gabi começou a fazer vídeos para inspirar confeiteiras iniciantes ensinando receitas criativas e como precificar corretamente as guloseimas. Hoje, ela tem mais de 2,5 milhões de seguidores nas redes sociais e fatura com parcerias de publicidade.

“É necessário estudar diariamente. Hoje, temos acesso a muita informação boa e grátis na internet. É preciso filtrá-las e colocar em prática. Não desista! O seu produto ainda vai tornar o dia de alguém mais doce e isso é impagável”, aconselha Gabi.

Gabriela Rossi divulga receitas criativas na internet — Foto: Cozinha do Bom Gosto/Gabriela Rossi

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4- Mergulhe no processo

Um microempreendedor individual precisa estar preparado para trabalhar muito no início do negócio e conhecer todos os processos de execução do produto, afirma a empreendedora Júlia Nuss.

“Eu sinto que muita gente começa com essa paixão financeira, acha que vai empreender e ficar rica da noite para o dia. E na verdade você, quando empreende, vai abrir mão de tantos momentos de sua vida, de seus horários. As pessoas falam: ‘eu vou empreender porque vou ter horários flexíveis’. Nada! Você vai trabalhar muito mais e talvez ganhar muito menos no começo”, relata.

Júlia Nuss começou a vender doces aos 17 anos para pagar a faculdade — Foto: Giovanna Matiazo/Divulgação

Ser empreendedora, no caso da Júlia, incluía lavar louça, trabalhar como motorista, compradora de insumos, confeiteira e vendedora.

“Por quatro, cinco anos, eu era sozinha. E foi muito bom porque hoje em dia eu sei fazer todos os processos, então sei onde pode melhorar, o que tem de errado”, conta.

5- Aprenda com seus erros

Um dos aprendizados da Júlia ao longo do processo de empreender na cozinha foi organizar a preparação dos produtos. A prática a fez perceber que nem todos os doces podiam ser entregues “o mais frescos possível”.

“Por exemplo, um cliente vai vir retirar um bolo hoje, então eu fazia a massa, o brigadeiro, tudo hoje. Aí não dava estrutura, o bolo tombava. Eu pecava pelo excesso”, relata.

A Naty Moura disse que já pensou em desistir do negócio várias vezes por causa de algo que dava errado. “Mas eu reconhecia onde estava o erro e buscava melhorar naquilo”, conta.

Para Gabriela Rossi, a persistência é realmente a chave para o empreendimento funcionar: “Cozinha é treino, é não desistir quando dá errado. Saber reaproveitar uma receita que não deu certo na primeira tentativa e acertar nas próximas é lei na confeitaria”.

"Antes de desistir, se pergunte: 'por que eu comecei?'. Pense em quantas vezes você não sonhou em trabalhar com aquilo. Todos os caminhos têm as suas dificuldades. Na cozinha, não é diferente. É preciso perseverança para prosperar”, completa.

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