Por Fernanda Bastos, g1 DF


  • Presença de curvas perigosas, situação da sinalização e condições do acostamento são alguns dos dados analisados na Pesquisa CNT de Rodovias que começa nesta segunda-feira (24), em todo Brasil.

  • O objetivo é a realização de um mapa das estradas brasileiras para entender as condições de trafegabilidade e segurança das vias, classificando cada rodovia entre ótima, boa, regular, ruim ou péssima.

  • O estudo, realizado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), conta com a saída de pesquisadores de 13 cidades para a coleta dos dados em 100% da malha federal e trechos estaduais.

  • Ao todo são 30 dias de pesquisa de campo com 24 pesquisadores. A previsão é avaliar 112.500 km de rodovias.

Aceiro em rodovia na cidade de Monte Alto (SP) — Foto: Reprodução/EPTV

Presença de curvas perigosas, situação da sinalização e condições do acostamento são alguns dos dados analisados pela Pesquisa CNT de Rodovias que começa nesta segunda-feira (24), em todo o país. O objetivo é construir um mapa das estradas brasileiras para entender as condições de trafegabilidade e segurança das vias, classificando cada rodovia como ótima, boa, regular, ruim ou péssima. 🛻🚌🚛🚘🏍️

O estudo, realizado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), reúne 24 pesquisadores que saem de 13 cidades nesta segunda-feira para coletar dados em 100% da malha federal e trechos estaduais (entenda abaixo).

Ao todo são 30 dias de pesquisa de campo. A previsão é avaliar 112.500 km de rodovias.

Quais são as cidades de onde saem os pesquisadores❓

Região Norte

Região Nordeste

Região Centro-Oeste

Região Sudeste

Região Sul

A pesquisa analisa três pontos principais, segundo Jefferson Cristiano, gerente-executivo de estatística e pesquisa da CNT:

  1. Pavimentação: condição da superfície, situação do acostamento ⚠️
  2. Sinalização: faixas laterais, visibilidade das placas verticais ⚠️
  3. Geometria da via: tipo de rodovia (simples, mão única), presença de curvas perigosas, presença de acostamento, terreno plano, ondulado, presença de terceira faixa ⚠️

Paulo Afonso Lustosa, da Federação Interestadual das Empresas de Transporte de Cargas (FENATAC), que representa empresas de Goiás, Tocantins, Distrito Federal e Mato Grosso, regiões com grande produção agrícola, explica que o impacto da pesquisa é prático.

"Temos graves problemas estruturais do transporte interno. A tecnologia implantada nos campos de plantação do agronegócio se perde na dificuldade do escoamento e do transporte dos produtos”, diz Lustosa.

Pesquisadores da CNT — Foto: Divulgação/CNT

Situação das estradas brasileiras

Estado Geral das rodovias segundo levantamento de 2023 do CNT. — Foto: Divulgação/CNT

De acordo com Jefferson Cristiano, gerente executivo de estatística e pesquisa da CNT, 67,5% das vias analisadas pelo estudo em 2023 estavam em estado regular, ruim ou péssimo (veja gráfico acima).

Os impactos gerados pelas condições das rodovias são econômicos, ambientais e sociais, além do maior risco de acidentes e mortes, de acordo com Jefferson Cristiano. Veja abaixo os impactos:

  • Aumento do custo operacional: segundo CNT, estimativa é que 75% das cargas do Brasil passem por rodovias e as que apresentam problemas aumentam em 32% o custo operacional. Há mais gasto com combustível e o tempo para transporte é maior.
  • Questão ambiental: por conta das condições ruins da rodovia, há consumo excessivo de combustível. Em torno de R$ 7,5 bilhões seriam economizados se as rodovias estivem em perfeito estado, segundo CNT. Além disso, a emissão de gás carbônico é estimada em 3 milhões de toneladas nas rodovias federais do país.
  • Maior risco de acidentes: parte dos acidentes está diretamente relacionado à infraestrutura. Além da possibilidade de mais óbitos, já que 90% dos passageiros trafegam nas estradas, nas rodovias federais, o prejuízo com acidentes chega a quase R$ 15 bilhões, segundo a CNT.

A falta de investimento e de manutenção são as principais causas para a maioria das rodovias brasileiras não estarem em bom estado, segundo Jefferson Cristiano.

"Cada ano que passa tem apresentado um pior estado de conservação, e o baixo investimento tem impactado na infraestrutura e aumenta do custo operacional, [...] fica mais caro transportar. Se o pavimento apresenta algum tipo de problema, o momento que deveria ser feita é a manutenção, que é mais barata. Passam anos e deixa de ser um leve desgaste e começa a ter uma destruição grave da infraestrutura", diz Jefferson Cristiano.

Quais são as soluções?

Para a CNT, as concessões ajudam a melhorar as rodovias brasileiras. Do total de 26.093 km concedidos, 64,1% das vias estão em bom e ótimo estado, segundo levantamento de 2023.

Veja outras soluções apontadas pela CNT:

  • Revisão na forma que as rodovias são construídas: do planejamento das construções, passando pela manutenção das rodovias, até as normas técnicas devem ser revisadas.
  • Uso adequado do recurso disponível: por ser escasso, é preciso que seja bem empregado para conseguir resolver os problemas.

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