Por Fernanda Bastos, g1 DF


  • Os professores da Universidade de Brasília (UnB) se reuniram em assembleia, na tarde desta segunda-feira, e decidiram entrar em greve. O início da paralisação foi marcado para a próxima segunda-feira (15) e não há previsão para o fim da greve.

  • Os servidores técnico-administrativos da universidade estão em greve desde o dia 11 de março.

  • Os professores pedem recomposição salarial com reajuste de 22,71%, divididos em três parcelas, pagas em 2024, 2025 e 2026. O governo federal ofereceu duas parcelas de 4,5% em 2025 e 2026.

Professores da UnB votam pela greve na universidade — Foto: Fernanda Bastos/g1

Os professores da Universidade de Brasília (UnB) decidiram entrar em greve durante assembleia realizada na tarde desta segunda-feira (8). Os servidores técnico-administrativos da universidade estão em greve desde o dia 11 de março.

A greve dos professores foi aprovada por 257 votos a favor e 213 contra. Também por meio de votação, a categoria decidiu que a paralisação se inicia na próxima segunda-feira (15).

O prazo foi dado para a mobilização dos professores e para a organização do movimento, segundo a Associação de Docentes da UnB (Adunb). A última paralisação dos professores foi em 2012.

O Ministério da Educação e o Ministério da Gestão disseram que as negociações com os professores continuam (veja notas completas abaixo).

Reivindicações dos professores

Professores durante assembleia convocada pela Adunb na UnB — Foto: Divulgação/Comunicação Adunb

Os professores da UnB pedem recomposição salarial com reajuste de 22,71%, divididos em três parcelas:

  • 2024: 7,06%
  • 2025: 7,06%
  • 2026: 7,06%

O governo federal, por meio do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), propôs:

  • 2024: sem reajuste
  • 2025: 4,5%
  • 2026: 4,5%

O governo também apresentou uma proposta de reajuste dos auxílios alimentação, saúde e creche que não contempla aposentados e pensionistas.

Os professores pedem, além da recomposição salarial, a equiparação dos benefícios e auxílios com os servidores do Legislativo e do Judiciário ainda em 2024 e também a revogação de atos normativos criados durante governos anteriores que impactam a carreira dos docentes.

O que diz o Ministério da Educação

"O Ministério da Educação (MEC) vem envidando todos os esforços para buscar alternativas de valorização dos servidores da educação, atento ao diálogo franco e respeitoso com as categorias. No ano passado, o governo federal promoveu reajuste de 9% para todos os servidores. Equipes da pasta vêm participando da mesa nacional de negociação e das mesas específicas de técnicos e docentes instituídas pelo MGI. E, ainda nessa semana, conduzirão reunião da mesa setorial que trata de condições de trabalho".

O que diz o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos

"Em 2023 o Ministério da Gestão viabilizou, a partir de negociação com as entidades representativas dos servidores federais, reajuste linear de 9% para todos os servidores, além do aumento de 43,6% no auxílio alimentação. Esse foi o primeiro acordo para reajustes fechado entre o governo e servidores em oito anos.

Também foi formalizada proposta, para este ano de 2024, de reajuste no auxílio-alimentação de R$ 658 para R$ 1 mil (51,9% a mais); de aumento em 51% nos recursos destinados à assistência à saúde suplementar (“auxílio-saúde”); e, ainda, de acréscimo na assistência pré-escolar (“auxílio-creche”) de R$ 321 para R$ 484,90.

Como parte do processo de debates sobre reajustes para o ano de 2024, foram abertas mesas específicas para tratar de algumas carreiras. Dez mesas já chegaram a acordos e oito estão em andamento, sendo que com as entidades representativas das carreiras educacional, os Ministérios da Gestão e o da Educação criou um Grupo de Trabalho (GT) para tratar da reestruturação do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação (PCCTAE). O relatório final do GT, entregue no dia 27/3 à ministra Esther Dweck, servirá como insumo para a proposta do governo de reestruturação da carreira, que será apresentada aos servidores na Mesa Específica de Negociação.

O Ministério da Gestão segue aberto ao diálogo com os servidores da área de educação e de todas as outras áreas."

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