Pesquisa mostra que 8 em cada 10 jovens brasileiras já sofreram assédio na internet

Pesquisa mostra que 8 em cada 10 jovens brasileiras já sofreram assédio na internet

Uma pesquisa feita em 22 países, com jovens de 15 a 25 anos, mostra que as redes sociais podem ser um território perigoso para as meninas. No Brasil mais ainda: 8 em cada 10 meninas brasileiras, nessa faixa etária, já sofreram assédio on-line, dados que estão acima da média mundial (58%) e da América Latina (60%).

Uma jovem tinha 15 anos quando uma foto íntima dela foi roubada e publicada nas redes sociais. São cinco anos tentando se livrar de um trauma. “Quando eu fiquei sabendo, praticamente a escola toda já sabia, porque eles estavam compartilhando antes”, lembra a jovem.

Foram três meses sofrendo sozinha até que ela deixou a vergonha de lado e pediu socorro para a mãe. “Ela entendeu e me apoiou para que eu buscasse tratamento e para que eu passasse a entender que aquele acontecimento não foi minha culpa”.

Os ataques mais frequentes envolvem o uso de linguagem abusiva (58%), críticas à aparência e ao corpo (54%) e constrangimento (52%). Na maioria das vezes, os abusadores são pessoas estranhas (47%), anônimas (38%) ou que não fazem parte do círculo de amizades da vítima (38%).

Segundo a diretora-executiva da Plan International Brasil, Cynthia Betti, o anonimato dificulta a punição dos abusadores.

“Eles criam perfil fake, muitas vezes, as redes bloqueiam esse perfil, mas ele vai criar um outro perfil e vai conseguir acessar aquela menina novamente, então é muito mais difícil”.

O assédio on-line é mais frequente na faixa etária entre os 12 e 16 anos. Mas, segundo a pesquisa, há relatos de crianças com idades entre 8 e 11 anos de idade que também foram agredidas nas redes sociais. Por isso, é preciso que os pais orientem os filhos sobre os cuidados ao usar a internet.

“E deixando claro que, caso eles sofram alguma coisa que não seja confortável, caso elas sejam abordadas, que possam recorrer aos pais e os pais ajudem a denunciar esse ofensor”, diz Cynthia.

Como parte de uma campanha organizada pela ONG Plan International, responsável pela pesquisa, meninas de todo o mundo escreveram uma carta aberta às redes sociais. Elas convocam as empresas a criarem maneiras mais eficazes de denunciar abusos e assédio.

Quem quiser assinar a carta direcionada às redes sociais, pedindo o combate de comportamentos prejudiciais nas plataformas virtuais, basta acessar a página da ONG Plan International.

Veja também

Mais lidas

Mais do G1
Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!