Acre apresenta aumento a longo prazo e estabilidade a curto prazo nos casos de SRAG — Foto: Reprodução/Fiocruz
Rio Branco aparece em situação de aumento nas tendências de longo prazo em casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) considerando a 24ª semana epidemiológica de 2024, entre 9 a 15 de junho, segundo o Boletim InfoGripe, divulgado na última quinta-feira (20) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Da região Norte, além do Acre, aparecem o Amapá, Amazonas e Roraima.
Segundo o estudo, se observa sinal de aumento dos novos casos semanais de SRAG na tendência de longo prazo, ou seja, nas últimas seis semanas, além de sinal de estabilidade a curto prazo, nas últimas três semanas.
O cenário atual do aumento de SRAG no país, segundo o boletim, é decorrência fundamentalmente dos vírus sincicial respiratório (VSR) e Influenza A.
Entre as capitais, além de Rio Branco, outras 10 apresentam sinal de crescimento nos casos de SRAG. São elas:
- Boa Vista (RR)
- Campo Grande (MS)
- Cuiabá (MT)
- Macapá (AP)
- Manaus (AM)
- Porto Alegre (RS)
- Rio de Janeiro (RJ)
- São Paulo (SP)
- Teresina (PI)
- Vitória (ES)
Marcelo Gomes, pesquisador do Programa de Computação Científica da Fiocruz (Procc/Fiocruz) e coordenador do InfoGripe, diz que a retomada do aumento das internações associadas ao vírus influenza A em alguns estados pode estar associado a questões climáticas e ambientais.
“Já estávamos esperando o processo de reversão, infelizmente vemos uma retomada desse aumento sem ter de fato havido a reversão. Ou seja, o vírus influenza A estava apresentando desaceleração e voltou a crescer”, destaca.
Cenário nacional
No cenário nacional, 11 unidades da federação apresentam sinal de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo. Além do Acre, apresentam-se: Amazonas, Amapá, Ceará, Mato Grosso do Sul, Paraná, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Roraima e São Paulo. Embora o sinal de Roraima sugira um aumento de casos, é possível que esse resultado seja devido a um cenário de oscilação.
O indicador de longo prazo permite avaliação de tendência suavizando o efeito de eventuais oscilações entre semanas consecutivas, algo natural em dados de notificação.
Já o indicador de curto prazo permite identificar, de forma oportuna, possíveis alterações no comportamento de longo prazo, mas que necessitam interpretação cautelosa à luz de eventuais oscilações.
Emergência
O governo do Acre decretou situação de emergência em decorrência do aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave e da superlotação dos leitos de terapia intensiva. O documento foi publicado no dia 14 de maio no Diário Oficial do Estado (DOE) e tem validade de 90 dias.
O documento, assinado pelo governador Gladson Cameli, enumerou que tomou a decisão baseada na "alta taxa de ocupação de leitos adultos em unidades de terapia intensiva nas unidades de saúde pública e rede privada".
Além disto, a publicação diz ainda que a declaração de emergência é por conta da situação anormal vivenciada pelo estado, além do "aumento exponencial da procura por atendimento nas unidades estaduais de saúde, com grande número de queixas de sintomas gripais, e a gravidade dos casos identificados, os quais muitas vezes são submetidos a internação em leitos de terapia intensiva".
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Boletim Infogripe aponta estabilidade na quantidade de casos de gripe no Acre