04/08/2016 11h02 - Atualizado em 05/08/2016 17h56

União reconhece emergência em nove cidades do Acre devido à seca

Cidades podem receber recursos federais para recuperar áreas.
Em Epitaciolândia, rio está com pouco mais de um metro.

Do G1 AC

Rio Acre em Brasiléia e Epitaciolêndia registrou 1,10 metro nesta terça-feira (2) (Foto: Alexandre Lima/ Arquivo pessoal)Rio Acre em Brasiléia e Epitaciolêndia registrou 1,08 metro nesta quinta-feira (4) (Foto: Alexandre Lima/ Arquivo pessoal)

A seca severa que atinge as cidades do Acre fez com que o governo federal reconhecesse a situação de emergência em nove cidades do estado devido às consequências da forte estiagem. A publicação está no Diário da União desta quinta-feira (4).

No decreto, as cidades de Acrelândia, Assis Brasil, Brasiléia, Bujari, Epitaciolândia, Plácido de Castro, Porto Acre, Rio Branco e Xapuri devem receber, a partir do reconhecimento, recursos federais para recuperação das áreas atingidas pela seca.

Nível dos rios
Na manhã desta quinta-feira (4), a Defesa Civil informou que Assis Brasil está com 2,80 metros, Brasileia e Epitaciolândia com 1, 08 metro, Xapuri em 1,17 metro e Rio Branco em 1,41 metro. As outras cidades não tiveram os níveis divulgados.

O governador do Acre, Tião Viana, havia assinado um decreto de situação de emergência no dia  de julho7. O decreto foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) no mesmo dia. Com a seca, o Rio Acre atingiu o nível mais baixo já registrado na história em Rio Branco, no dia 29 deste mês (1,49 m), desde 1971, ano em que o manancial começou a ser monitorado. A menor marca até então havia sido de 1,50 metro em setembro de 2011.

A prefeitura de Sena Madureira, no interior do Acre, não descarta fazer um decreto de situação de emergência no município por causa da grave estiagem. O rio chegou a 84 centímetros nesta quuinta-feira (4) e registra a pior seca desde 1997, ano em que o manancial começou a ser monitorado.

Depasa não descarta o desligamento de uma das bombas de captação da torre em Rio Branco (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)Depasa não descarta o desligamento de uma das bombas de captação da torre em Rio Branco (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)

Captação de água
Em entrevista ao Bom Dia Amazônia da terça (2), o diretor-presidente do Departamento de Pavimentação e Saneamento (Depasa), Edvaldo Magalhães, falou das medidas que estão sendo tomadas para manter o abastecimento com a seca atípica e severa que atinge Rio Branco e o interior do Acre.

Após anunciar que a barragem feita para contenção na Estação de Tratamento de Água I (ETA I), o diretor diz que a segunda medida a ser tomada pelo órgão deve ser o desligamento de uma das bombas de captação de água na torre. A barragem será ampliada em 12 metros para garantir que o volume de água captado pelas duas bombas seja mantido.

Ponte Metálica durante a enchente de 2016 e atualmente no período da seca histórica (Foto: Aline Nascimento/G1 e João Paulo Maia/GloboEsporte.com)Ponte Metálica durante a enchente em 2015 e atualmente no período da seca histórica (Foto: Aline Nascimento/G1 e João Paulo Maia/GloboEsporte.com)

Quase um mês sem chuva
De acordo com o coordenador da Defesa Civil Municipal, George Santos, não chove na capital acreana desde o dia 7 julho e a perspectiva é que a situação continue no mês de agosto. Em julho choveu apenas 5,6 milímetros, o que representa apenas 15% da média esperada, 32 milímetros.

O pesquisador Foster Brown afirmou, em matéria publicada no último dia 29, que além da ação humana, o período de estiagem se agravou pelos efeitos do El Niño, que resultou na pouca quantidade de chuva.

A Defesa Civil informou ainda que o nível do rio deve ficar abaixo de 1,25 metro até setembro. O major do Corpo de Bombeiros do Acre Cláudio Falcão revelou que o período de estiagem, que deveria encerrar em outubro, deve se prolongar até o mês de novembro. Falcão disse também que a previsão é de pouquíssima chuva para o período.