As campanhas de doação de órgãos serão realizadas de forma permanente e com apoio do Estado, após o governador sancionar uma lei, na última sexta-feira (29). Publicada no Diário Oficial, a lei determina que a campanha deve esclarecer e incentivar a doação de órgãos e será feita com orçamentos da Secretaria Estadual da Saúde (Sesacre).
De acordo com o documento, a campanha deve ser implementada com propagandas educativas, atividades nas unidades de saúde, escolas e órgãos públicos, além de parceiras com os municípios e outros órgãos públicos e privados.
Para a coordenadora da Central de Transplantes no estado, Regiane Ferrari, a campanha é de extrema importância. “Precisamos melhorar nossos índices de doação de órgãos e tecidos no estado. O Acre lidera um dos piores rankings de recusa familiar no Brasil e essa campanha e lei vêm ajudar a fomentar essa discussão na comunidade acreana”, afirma.
Regiane conta que todas as medidas solicitadas na lei já são feitas nas campanhas anuais, mas acredita que por ter apoio do governo terá um melhor resultado. Ela diz que ainda não estabeleceram como vão por em prática este novo tipo de campanha.
“A gente já trabalha tudo isso, mas de uma forma muito acanhada, por uma iniciativa da própria central. Com a lei a gente ainda não pensou nas estratégias”, explica a coordenadora.
Segundo dados da Agência Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), o Acre não apresentou nenhum doador efetivo de janeiro a março de 2016. Regiane Ferrari afirmou ainda que o estado possui uma média de 76% de recusa por parte da família. “A gente identifica um potencial doador, vamos fazendo os processos e quando chega na família esbarramos. Para mim, a população precisa é de mais informação”, opina a médica.
