05/04/2015 11h49 - Atualizado em 05/04/2015 11h49

      Após cota histórica na capital, Rio Acre baixa quase 10m em um mês

      Em Rio Branco, rio atingiu a marca histórica de 18,40m no dia 4 de março.
      Neste domingo (5), águas chegaram a 10 metros.

      Do G1 AC

      Rio Acre sai da cota de alerta em Rio Branco na manhã desta quarta-feira (25) (Foto: Aline Nascimento/G1)Um mês após atingir 18,40m, Rio Acre desceu
      mais de 10 metros (Foto: Aline Nascimento/G1)

      O Rio Acre, em Rio Branco, atingiu a marca de 18,40 metros, a maior da história do estado, no dia 4 de março deste ano. No entanto, neste domingo (5), um mês após o recorde, as águas do manancial baixaram quase 10 metros, chegando a 8,62 metros, segundo medição feita pela Defesa Civil Municipal.

      De acordo com o capitão do Corpo de Bombeiros, Carlos Falcão,  provavelmente no dia 15 de abril uma estiagem deve começar a vazar ainda mais o Rio Acre. Até lá, é possível que o nível aumente, mas não deve ultrapassar 9 metros. "Como estamos a 8,62 metros, ele pode ficar nesse nível ou até aumentar um pouco, mas não deve passar de 9 metros", destaca.

      O capitão explica ainda que o que mantém o rio cheio são as chuvas em seus afluentes, ou seja, as que acontecem nas diversas bacias do Rio Acre. "Não tendo essas chuvas, a tendência do rio é baixar. Em julho deste ano, nós podemos chegar, inlcusive, a marca de 1,60 metros em Rio Branco. Isso nos deixa preocupados, porque é muita água e depois pouca", diz.

      No sábado (4), as últimas famílias atingidas pela enchente e abrigadas no Parque de Exposições Marechal Castelo Branco, último abrigo mantido, deixaram o local. Ao G1, o coordenador da Defesa Civil de Rio Branco, coronel George Santos, explicou que algumas famílias foram levadas para as próprias residências outras para moradia custeada com Aluguel Social.

      Cheia histórica
      Em Rio Branco, a cheia do Rio Acre chegou a desabrigar mais de 10,4 mil pessoas em 53 bairros. Porém, em torno de 87 mil pessoas foram afetadas diariamente pela cheia no total, segundo a prefeitura.

      A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil chegou a reconhecer o estado de calamidade pública por rito sumário para as cidades de Rio Branco e Brasileia. A portaria foi publicada no Diário Oficial da União do dia 5 de março.

      Mais de 70 mil alunos tiveram que ficar fora das salas de aula nos município de Rio Branco, Brasileia, Epitaciolândia, Xapuri, Cruzeiro do Sul, Feijó e parte de Tarauacá por conta da cheia do Rio Acre. A Secretaria Estadual de Educação chegou a informar, na época, que 40% deses alunos são moradores da capital.

      Mais de 20.629 unidades consumidoras de Rio Branco tiveram o fornecimento de energia interrompido devido à cheia histórica do Rio Acre. Os bairros Cidade Nova, Habitasa, Seis de Agosto, Taquari e Baixada da Cadeia Velha foram os mais afetados. A Estação de Tratamento de Água (ETAII) também chegou a ser invadida pelas águas do rio.

      A presidente Dilma Rousseff esteve no estado para entregar mais de 900 casas populares aos desabrigados da cheia em Rio Branco. Ela prometeu que até junho deste ano serão entregues mais 1.217 casas populares. Após a visita da presidente, desabrigados desencadearam uma série de manifestações exigindo receber também casas populares.

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