Ap�s dois anos de assustador avan�o do populismo nos EUA e na Europa, 2018 ser� o ano de o Brasil e seus vizinhos de Am�rica Latina serem postos � prova, com quatro elei��es importantes na regi�o e uma aguardada transi��o de poder em Cuba, com a promessa de Ra�l Castro deixar a presid�ncia do pa�s no fim de fevereiro, ainda que sem maiores acenos � democracia.
A sexta transi��o de peso � uma inc�gnita: Nicol�s Maduro na Venezuela.
As elei��es presidenciais, como no Brasil, na Col�mbia, no M�xico e no Paraguai, est�o marcadas para o pr�ximo ano, mas se o cronograma ser� mantido e se a oposi��o ter� alguma chance de competi��o s�o perguntas ainda por responder —e o �nico meio de evitar que a r�pida convers�o do pa�s em ditadura n�o se consolide de forma duradoura.
Da mesma forma, projeta-se como uma sombra a d�vida de se o chavismo permitir� que Maduro, cujos desmandos terminaram por enterrar o pa�s em uma crise econ�mica, pol�tica e humanit�ria sem paralelos, como �nico e desastrado condutor do legado de Hugo Ch�vez (1954-2013).
Se a promessa das urnas parece pouco alvissareira no sul, ao norte, nos EUA, o governo de Donald Trump chegar� � metade de seu mandato com o dif�cil teste popular das elei��es legislativas. Hoje o partido do presidente, o Republicano, tem maioria tanto no Senado (ex�gua) como na C�mara (ampla).
A improv�vel mas poss�vel revers�o dessa maioria pode paralisar de vez um governo que pouco conseguiu realizar at� agora e, pior para o presidente, aumentar as chances de um processo de impeachment, caso as conex�es de seus antigos assessores com o Kremlin se provem problem�ticas.
Do outro lado do estreito de Bering, ali�s, Vladimir Putin passar� por sua pr�pria elei��o, sem nenhuma amea�a de surpresa que possa obstruir seu cont�nuo avan�o pela antiga zona de influ�ncia sovi�tica e, cada vez mais, o Oriente M�dio. Seu vizinho ao leste, o chin�s Xi Jinping, tamb�m aproveita para expandir suas ambi��es globais, que agora s�o tamb�m pol�ticas al�m de econ�micas, no v�cuo do neoisolacionismo americano.
Um poss�vel freio a tal movimento seria o agravamento da crise na Coreia do Norte, ao que tudo indica agora munida de bombas nucleares que podem ser carregadas em m�sseis cada vez mais eficazes. A Kim Jong-un importa mais ter as armas; us�-las em uma guerra seria sua aniquila��o. O ditador norte-coreano e seu antagonista norte-americano, contudo, n�o primam pela l�gica convencional.