Em livro, professor diz que nova classe trabalhadora vive de 'emprego ruim'
O livro "O Precariado - A Nova Classe Perigosa" escaneia os impactos da crise global no mercado de trabalho do chamado mundo desenvolvido.
Cunhado nos dif�ceis anos 1980, o termo "precariado" une "precariedade" e "proletariado". O autor Guy Standing trabalha com a defini��o de uma nova classe social, um "proletariado prec�rio": pessoas mal remuneradas em empregos de dura��o limitada ou em tempo parcial, com prote��o trabalhista m�nima.
Estar no precariado n�o oferece senso de carreira ou de identidade profissional segura. N�o poupa homens e mulheres, jovens e idosos. Somente quem faz parte da elite econ�mica n�o corre o risco de engross�-lo. O autor estima que em muitos pa�ses 25% da popula��o adulta fa�a parte do precariado.
Professor da Universidade de Londres, Standing se dedica h� d�cadas ao tema do mercado de trabalho. Colaborou com o governo Nelson Mandela, na �frica do Sul, em 1995 e 1996, e com a Organiza��o Internacional do Trabalho, de 1999 a 2005.
Standing prop�e-se a responder a cinco quest�es: o que � o precariado; por que seu crescimento deve ser motivo de preocupa��o; por que ele cresce; quem ingressa nele; e para onde o precariado leva as sociedades. O autor investe nessas respostas em seis dos sete cap�tulos do livro. O s�timo est� reservado a uma possibilidade de bom �xito para essa popula��o.
No texto, Standing entrela�a o avan�o da globaliza��o com o drama da migra��o e das tens�es raciais. Mostra a liga��o da decad�ncia de certas atividades com a informalidade nos neg�cios.
De quebra, explora a hip�tese da "recess�o masculina" e a "feminiza��o do trabalho". Com ela, as mulheres enfrentam agora uma tripla jornada: o emprego, a pr�pria casa e o cuidado com os idosos da fam�lia.
Loisa Gouliamaki/AFP | ||
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Servidores p�blicos protestam em Atenas |
A descri��o da crise na cidade italiana de Prato remete a v�rios polos t�xteis brasileiros. A instabilidade que a concorr�ncia asi�tica trouxe � regi�o espelha um dos motivos de preocupa��o que a expans�o do precariado desperta: os eleitorados encontrarem como alternativa solu��es neofascistas lastreadas no nacionalismo e no conservadorismo pol�tico.
Standing evoca o Brasil para alinhar o que considera como possibilidade para os primeiros passos de uma "pol�tica de para�so", em contraposi��o ao "inferno" vivenciado em v�rias na��es - que o digam gregos, espanh�is, portugueses e italianos.
O autor defende o estabelecimento de programas de transfer�ncia de renda. N�o por acaso, o posf�cio da edi��o brasileira � assinado pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP), defensor da pol�tica de renda m�nima.
Para Standing, essa � uma alternativa que traz ainda a vantagem do custo -muito mais baixo que os US$ 14 trilh�es que o banco central brit�nico estima que tenham sido direcionados pelos EUA para intervir nos "bancos grandes demais para quebrar" no bi�nio 2008-2009.
Os formuladores da pol�tica econ�mica do governo Dilma deveriam analisar as cr�ticas que Standing faz � ado��o de subs�dios turbinar determinadas atividades. A dose pode gerar desequil�brios em outros setores.
Al�m da renda b�sica entendida como dividendo social, Standing apoia o funcionamento de fundos soberanos, a taxa��o do capital especulativo e o uso de recursos obtidos da cobran�a sobre a explora��o de recursos naturais, como o petr�leo, em benef�cio de toda a sociedade. Ideias que, no m�nimo, rendem um bom debate.
O PRECARIADO - A NOVA CLASSE PERIGOSA
AUTOR Guy Standing
TRADU��O Cristina Antunes
EDITORA Aut�ntica
QUANTO R$ 49 (288 p�gs.)
AVALIA��O Bom
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Atualizado em 01/08/2024 | Fonte: CMA | ||
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