Voo solo
Hot�is e ag�ncias tentam atrair pessoas que fazem turismo sozinhas mas n�o t�m perfil de alberguista
Ser dono do seu nariz e n�o ter que dar satisfa��es a ningu�m, n�o ter compromissos, hor�rios ou acordos. Mas n�o ter tamb�m com quem dividir a corrida do t�xi, o peso da mala, o quarto do hotel.
Viajar sozinho � uma experi�ncia enriquecedora sob muitos aspectos, mas tamb�m pode se revelar mais custosa.
Ainda assim, � um tipo de turismo que n�o para de crescer. No comparador de hot�is e passagens Kayak, mais da metade das buscas s�o feitas por pessoas que pretendem viajar sozinhas; um levantamento do site TripAdvisor descobriu que 25% das mulheres brasileiras j� embarcaram nesse tipo de passeio –e pretendem repeti-lo.
No Google, as buscas pelo termo "solo travel" (jarg�o usado no exterior) em agosto de 2015 foram 47% maiores que no mesmo m�s em 2014 e o dobro das registradas no mesmo per�odo de 2013.
As empresas j� come�am a entender que quem viaja sozinho n�o � s� "destemido" ou "sem companhia"; o prazer de viajar est� mais associado a um estilo de vida.
"Esse fen�meno se d� em parte pela quest�o demogr�fica –h� mais gente vivendo sozinha–, mas tamb�m por mais incentivos. As pessoas est�o mais confiantes e confort�veis em viajar por conta pr�pria", diz Lea Dorf, s�cia da ag�ncia Next 2 Travel.
Segundo Erik Sadao, diretor da Teresa Perez Tours, as maiores procuras s�o por expedi��es de aventura ou de imers�o, para viagens de autoconhecimento.
"A necessidade de se desligar � o grande motivo para uma 'solo travel'. Mas a tecnologia tamb�m exerce um papel inverso: como as pessoas conseguem se manter conectadas, n�o se sentem sozinhas quando viajam", diz.
NA PONTA DO L�PIS
� fato que viajar sozinho, em geral, custa mais –especialmente para quem n�o tem perfil mochileiro-alberguista.
A maioria dos hot�is cobra o mesmo por quartos simples ou duplos, e algu�m sem companhia arca integralmente com despesas cotidianas.
Mas uma parte do setor tem se movimentado para atender � demanda de viajantes solit�rios que priorizam o conforto de hot�is e t�xis –em detrimento de albergues e caronas.
Tr�s navios de cruzeiro da Norwegian Cruise Line t�m cabines para quem viaja sozinho. Na Silversea, o "single supplement fee" (taxa suplementar para solteiros) foi abolido em v�rios roteiros.
Cresce a oferta de operadoras e ag�ncias de viagens especializadas. A americana G Adventures (gadventures.com) e a australiana Intrepid Travel (intrepidtravel.com) organizam grupos de at� dez turistas pensando em quem viaja sozinho –e est� disposto a dividir um quarto de hotel com um desconhecido.
No Brasil, Keep Company e Terrazul vendem pacotes "para solteiros". No feriado de 2 de novembro, por exemplo, a Keep Company promove viagem a S�o Miguel Arcanjo (a 180 km de S�o Paulo) –tr�s dias por R$ 990. Na Terrazul, h� at� bate-volta para o segmento: Ubatuba, em 7 de novembro, por R$ 220.