Folha de S.Paulo

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Maradona usa "la mano de Di�s" para marcar contra Inglaterra

O Mundial de 1986 deveria ter sido na Col�mbia, mas problemas econ�micos e a falta de apoio do governo do pa�s fizeram a Fifa transferir o evento para o M�xico - o Brasil recusou oferta para organizar a competi��o. Depois da consagra��o de Pel� e da gera��o de craques do Brasil em 1970, o M�xico viu brilhar outro grande astro. Maradona, ent�o no auge da carreira, aos 25 anos, ganhou a ta�a praticamente sozinho, com uma sele��o argentina que n�o passava de mediana. Al�m de armar a equipe com maestria, Maradona ainda chegava ao ataque para concluir - foi vice-artilheiro, com cinco gols, atr�s apenas do ingl�s Gary Lineker. O meia passou a brilhar ainda mais a partir das quartas de final, quando foi decisivo contra a Inglaterra, com dois gols que entraram para a hist�ria. O primeiro com a m�o, sem que o juiz visse: "Fiz o gol com minha cabe�a e a m�o de Deus", diria o jogador. O segundo, driblando meio time ingl�s, desde o meio-campo. Contra a B�lgica, nas semifinais, mais um gola�o de Maradona, e vit�ria por 2 a 0. Na final, ap�s abrir 2 a 0 sobre a Alemanha Ocidental, os argentinos permitiram o empate. Mas, nos minutos finais, Maradona deixou Burruchaga livre para marcar o gol do t�tulo. Brasil e Fran�a, que chegaram como favoritos, fracassaram na miss�o de coroar as gera��es de grandes jogadores de ambos os lados.

Brasil

Tel� Santana voltou a comandar a sele��o em uma Copa depois de Evaristo de Macedo ter sido dispensado �s v�speras das eliminat�rias. Mas antes do embarque para o M�xico surgiram os primeiros problemas. O atacante Renato Ga�cho foi cortado por indisciplina - teria deixado a concentra��o, e o lateral-direito Leandro, por solidariedade, desistiu de ir � Copa. Al�m disso, alguns dos principais jogadores de 1982 n�o estavam bem. Cerezo teve que ser cortado. Zico e Falc�o n�o tinham condi��es de ser titulares. Assim, S�crates e J�nior, agora no meio-campo, passaram a ser as refer�ncias, com Careca e M�ller no ataque. Mesmo com problemas, a sele��o fez boa campanha na primeira fase. Venceu seus tr�s jogos, contra Espanha, Arg�lia e Irlanda do Norte, sem que Carlos levasse nenhum gol. Nas oitavas de final, o time brasileiro goleou a Pol�nia por 4 a 0. Mas o rev�s veio no jogo seguinte, contra a Fran�a. Careca colocou o Brasil na frente, e a Fran�a empatou com Platini, ainda no primeiro tempo. No segundo, Branco sofreu p�nalti, e Zico, que havia acabado de entrar, bateu. O goleiro Bats defendeu e o jogo foi para a prorroga��o, que terminou sem gols. Nos p�naltis, J�lio C�sar e S�crates desperdi�aram para o Brasil, e Platini perdeu para a Fran�a. Resultado final: 4 a 3 para os franceses. Mesmo invicto, o Brasil foi eliminado.

Curiosidades

• Altobelli, que havia marcado o �ltimo gol Copa-1982, na final entre It�lia e Alemanha, foi justamente quem fez o primeiro gol da Copa-1986, no empate por 1 a 1 com a Bulg�ria.
• A Dinamarca, que fez 6 a 1 no Uruguai e bateu a Alemanha por 2 a 0 na primeira fase, tinha como melhor jogador Preben Elkjaer-Larsen, que fumava dois ma�os de cigarro por dia.
• Surpresa, a Dinamarca foi comparada ao "Carrossel Holand�s" e ganhou apelido de "Dinam�quina". Mas foi eliminada por 5 a 1 pela Espanha nas oitavas de final.
• O jogo Uruguai x Esc�cia registrou o cart�o vermelho mais r�pido da hist�ria das Copas. O uruguaio Batista ficou em campo apenas 55 segundos antes de cometer falta violenta.
• Assim como em 1982, o Brasil esteve presente na final. Quem apitou o jogo entre Argentina e Alemanha Ocidental foi Romualdo Arppi Filho.
• A torcida mexicana inventou em 1986 a popular "ola", em que o movimento nas arquibancadas d� a impress�o de uma onda gigante no est�dio.
• O treinador s�rvio Bora Milutinovic participava de sua primeira Copa treinando a equipe do pa�s-sede. Ele se tornaria o t�cnico que mais participou de copas (cinco consecutivas).
• V�rios craques se despediram das Copas: Zico, S�crates, Falc�o e J�nior (Brasil); Schumacher e Rummenigge (Alemanha); Platini, Tigana e Giresse (Fran�a).