A Velha do Bosque, dos Grimm

The Old Woman in the Wood (conhecido aqui por “A Velha do Bosque” ou “A Árvore Encantada”), é mais um dos contos recolhidos pelos Irmãos Grimm. Essa versão que eu estou postando é a que foi traduzida para o inglês pela Margaret Taylor, no ano de 1884 (e para o português por mim, no ano de 2013, lol).

“Uma pobre serva estava um dia viajando com uma família, para a qual estava trabalhando, através de uma imensa floresta. Porém, quando já estavam no meio, ladrões saíram do meio da mata e assassinaram todos que encontraram. Toda a família morreu, exceto uma menina que, com o susto, havia saltado para fora do carro e se escondido atrás de uma árvore. Quando os assaltantes foram embora com os objetos que roubaram, ela saiu e viu o grande desastre que haviam causado. Então, ela começou a chorar amargamente e disse:

– O que pode uma menina pobre como eu fazer agora? Eu não sei como sair dessa floresta, onde nenhum ser humano vive! Eu certamente vou morrer de fome.

Ela andava, andava e andava, procurando por uma estrada, mas não encontrava nada. Quando a noite chegou, ela sentou-se debaixo de uma árvore e resolveu ficar por ali, esperando acontecer o que tivesse que acontecer. Após ficar lá por um tempo, viu uma pomba branca voando em sua direção com uma pequena chave dourada em seu bico. Ela colocou a pequena chave na mão da menina e disse:

– Veja, nessa grande árvore há uma pequena fechadura que abre com uma pequena chave. Lá tu irás encontrar comida suficiente e não terá mais fome.

Assim, ela foi para a árvore, abriu-a e encontrou um pouco de leite em um prato e pão branco para alimentá-la. Quando ficou satisfeita, ela disse:

– Agora é o momento em que as galinhas que temos em casa vão para o poleiro… Eu estou tão cansada que já poderia ir para a cama também.

Em seguida, a pomba voou em sua direção novamente e trouxe outra chave dourada em seu bico e disse:

– Abra aquela outra árvore ali, e tu encontrarás uma cama.

Então, ela abriu-a e encontrou uma bela e convidativa cama branca, deitou-se e dormiu. Na manhã seguinte, a pomba voltou pela terceira vez e, novamente, trouxe uma pequena chave no bico e disse:

– Abra aquela árvore ali, e tu encontrarás roupas limpas.

Quando ela abriu a próxima árvore, encontrou roupas de tecidos com ouro e pedras preciosas, mais esplêndidas do que as de qualquer princesa.

Ela viveu na floresta por algum tempo, com a pomba vindo todos os dias e dando a ela tudo o que ela precisava, e teve um bom tempo de vida tranquila.

Um dia, porém, a pomba retornou e lhe disse:

– Queres fazer alguma coisa por mim?

– Com todo o meu coração! – disse a garota.

– Então, – disse a pequena pomba – eu te guiarei a uma pequena casa, na qual entrarás. Quando estiveres dentro dela, encontrará uma velha senhora sentada junto ao fogo que lhe dirá “bom dia”. Porém, não diga a ela resposta alguma e deixe-a fazer o que quer que ela esteja fazendo ao passar por ela. Mais à frente, haverá uma porta que dará para um quarto onde estará uma enorme quantidade de anéis, de todos tipos, dos mais belos rubis aos mais brilhantes diamantes. Não vais pegar nenhum deles e irá procurar um anel plano e simples que estará dentre eles, e irá trazê-lo para mim o mais rápido possível.

A menina então foi até a pequena casa e abriu a porta. Lá estava a velha senhora da qual e a pomba falou e, quando ela a viu, disse:

– Bom dia, minha filha.

Sem responder, a menina fechou a porta de entrada e foi em direção à outra.

– Para onde vai? – gritou a velha, agarrando-a pelo vestido, querendo segurá-la. – Esta é a minha casa, ninguém pode ir ali se eu não permitir isso.

Mas a menina ficou em silêncio, se afastou dela e foi direto para o quarto.

Estavam sobre a mesa uma enorme quantidade de anéis, que brilhavam e brilhavam diante de seus olhos. Mas, apesar do estupor ante tanta beleza, ela virou-se e procurou pelo anel mais simples dali, mas não conseguiu encontrá-lo.

Enquanto procurava, ela viu a velha e como ela estava fugindo, querendo sair com um pássaro em uma gaiola que ela tinha na mão. Então, correu atrás da velha senhora, pegou a gaiola da mão dela e, quando levantou a gaiola e olhou de perto, viu que, no bico do pássaro que estava lá dentro, se encontrava o anel. Ela então pegou o anel e correu rapidamente com ele para o lugar que agora chamava de casa, pensando que, logo que chegasse, a pequena pomba branca iria aparecer e pedir pelo anel. Mas isso não aconteceu. Assim, inclinou-se contra a árvore mais próxima, determinada a esperar pela pomba. Conforme inclinava mais as suas costas, a árvore parecia mais suave e flexível, ao mesmo tempo em que deixava seus ramos muito mais baixos.

De repente, os galhos se entrelaçaram ao seu redor e, minha nossa, eram dois braços! Quando ela se virou para olhar, a árvore havia se transformado num lindo homem, que a abraçou e beijou calorosamente.

– Tu me libertou do poder da velha, que é uma bruxa malvada. Ela havia me transformado em uma árvore e, todos os dias, por somente duas horas, eu era uma pomba branca. Enquanto ela possuísse o anel, eu não conseguiria recuperar a minha forma humana.

Então, seus servos e seus cavalos, que também haviam sido transformados em árvores, foram libertados do encanto.

O homem a levou para o reino de seu pai, um poderoso Rei, onde se casaram e viveram muito felizes.”

Laís

4 comentários em “A Velha do Bosque, dos Grimm

  1. amo contos de fadas sao magicos lindos esse eu gostei muito encntado um dos meus favoritos obrigado lais por ter postado fas tempo qui procuro esse conto e nao acho valeu a pena a procura amei o conto

    1. Que bom que gostou, Lucas! Quando quiseres algum outro conto, é só dar um grito! Abraços.

  2. Meu favorito até agora! AMO contos de fadas, assim como minha mãe. Porém ultimamente temos nos desentendido muito, o que nos afastou. Outro dia, resolvi procurar algo pra ler e acabei achando seu blog. Fiquei encantada, e comecei a revezar lendo contos com a minha mãe. Lemos um a cada noite, e isso tem nos aproximado de novo.
    Obrigada por criarem um blog tão mágico! Ansiosa por novos contos, beijos da Ju(filha) e Iraci(mãe). ❤

    1. Nossa, Ju. Tu não sabe o quanto eu fiquei feliz em ler esse teu comentário. Fico muito contente em ver que, não só ainda tem gente que se interessa por esse tipo de conto, mas também por ver que isso tá sendo passado de mãe pra filha e que vocês ainda compartilham isso, juntas. Espero que vocês aproveitem esses momentos mágicos entre vocês, e que continuem vindo aqui para mais. Estamos um bocado afastadas, mas tentando voltar à ativa. Espero que vocês continuem ligadas no blog, porque meu intuito é continuar postando cada vez mais. E eu que tenho que agradecer a vocês, pelo apoio e pelo carinho. Mil beijos pra ti e pra tua mãe. ♥

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