Tony Goes

BBB 21: Com saída de Arthur, o último vilão, reta final só tem mocinhos

Crossfiteiro teve uma das trajetórias mais interessantes do jogo

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Por causa dos maus exemplos das edições anteriores, os marombados do Big Brother Brasil 21 me causam urticária antes mesmo de abrir a boca. Nesta edição, antipatizei de cara com os dois representantes da categoria, Arcrebiano Araújo e Arthur Picoli.

O primeiro durou pouco, sendo eliminado logo na terceira semana do reality. Mas o segundo sobreviveu o bastante para eu mudar de ideia a seu respeito. Faço até um mea-culpa.

Escrevi numa coluna de março que o crossfiteiro era uma das pessoas mais desinteressantes que passaram pelo BBB. Torci muito por sua saída, especialmente depois de ele tratar mal sua semi-namorada Carla Diaz.

O fato é que Arthur passou por três fases distintas ao longo do programa. Nos primeiros dias, grudou em Projota, engatando um intenso "bromance". Curiosamente, a rejeição ao rapper não respingou no capixaba. Projota foi eliminado e Arthur seguiu firme e forte, rumo à sua segunda etapa: o envolvimento com Carla.

Foi seu ponto mais baixo. A moça se apaixonou para valer, o rapaz nem tanto —e não demorou para ele não esconder o incômodo que sentia quando ela o agarrava. Carla saiu num Paredão falso, voltou ainda mais embriagada de amor e saiu para valer quando o público percebeu que ela não havia aprendido nada. Mas Arthur seguiu incólume, mesmo dando aula de como ser um boy-lixo.

Aí, o inesperado aconteceu. Sem Projota e sem Carla Diaz, Arthur se revelou um sujeito divertido, expansivo, dono de um grande senso de humor. Também mostrou um lado vulnerável e admitiu, várias vezes, que estava aprendendo muito e mudando por dentro. Em resumo: um ótimo participante de reality show.

Foi e voltou de tantos paredões que estava confiante na noite desta terça (27). Deve ter levado um baita susto quando Tiago Leifert chamou seu nome, e sua primeira reação foi de fragilidade: quase se desmanchou em lágrimas ao se despedir dos outros brothers.

Fechou, dessa forma, uma narrativa com começo, meio e fim. Teve um arco dramático como nenhum outro desta temporada, pois saiu diferente do que entrou. Inclusive na percepção da audiência.

Com a saída do último "vilão" –põe aspas nisso– restam cinco mocinhos dentro da casa mais vigiada do Brasil. Dois deles chegaram à reta final por inércia: tanto Pocah quanto Fiuk fizeram corpo mole inúmeras vezes, em todos os sentidos. Ela dormiu tudo o que pôde, exausta da faina aqui fora. Ele chorou até quando cortava frutas, além de ter se recusado a se posicionar quando provocado.

Camilla de Lucas é um caso à parte. A influenciadora teria passado despercebida nas primeiras semanas, não fosse sua altura. Peitou Karol Conká numa treta memorável, e só. Depois se uniu a João Luiz, não exatamente o mais exibido dos jogadores, mas conseguiu se destacar por suas posições firmes e sua inteligência emocional. Na minha opinião, merecia ir para o pódio.

Quem já está lá, sem a menor dúvida, são os dois protagonistas indiscutíveis dessa edição. Gilberto Nogueira e Juliette Freire parecem ter sido criados em laboratório para serem os participantes ideais de um reality show.

Esbanjam carisma e personalidade. Ela é bem mais estratégica do que ele, que sempre se deixa dominar pelas emoções. Sairão consagrados na semana que vem. E, daqui a alguns anos, quando falarmos do BBB 21, serão eles que serão lembrados.