Empreendedorismo de impacto
Por e , para Um Só Planeta

Breno Fontel é carioca, oceanógrafo e, sempre que pode, faz trilhas, mergulha, nada, observa o céu, planta e cuida da composteira. Mas não só: ele quer que as crianças, jovens e adultos também possam sentir "as forças da natureza", como ele diz. "Acredito que só de estar perto da água, da areia, da terra, dos animais e de ventos, muita magia já acontece", afirma.

Para isso, ele agita. Faz parte de diversos projetos socioambientais no Rio de Janeiro, como o de agrofloresta no bairro da Urca, de limpeza da praia e conservação da biodiversidade com o Projeto Verde Mar e educação ambiental com a BG500. Mas a iniciativa que mais demanda sua atenção é o Stand Upet, criada em 2016 com seus amigos da Faculdade de Oceanografia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).

"Naquela época, os funcionários da universidade estavam de greve por falta de pagamento. Mas, ao mesmo tempo, a cidade recebia milhões em investimentos para Copa e Olimpíadas. Isso nos deixava muito desconfortáveis. Sem aulas, refletindo sobre nosso papel de privilegiados e de estudantes de universidade pública, com atenção às questões do oceano, pensamos em fazer algo que poderia fazer alguma diferença, como a construção de embarcações reutilizando resíduos", conta.

Eles assistiram a um tutorial sobre prancha ecológica da Eco Garopaba para montar suas próprias pranchas com garrafa pet. Depois de diversas tentativas e erros, e sempre buscando parcerias, fizeram o primeiro stand up paddle. No ano seguinte, participaram de uma feira de iniciativas com cuidados ambientais e foram convidados pelo Senac a aprender sobre empreendedorismo sustentável. Meses depois, aceitaram convites para apresentar o Stand Up feito de garrafas no Nordeste.

Breno, da Stand Upet: "Acredito que só de estar perto da água, da areia, da terra, dos animais e de ventos, muita magia já acontece" — Foto: Foto: Divulgação/Acervo Pessoal
Breno, da Stand Upet: "Acredito que só de estar perto da água, da areia, da terra, dos animais e de ventos, muita magia já acontece" — Foto: Foto: Divulgação/Acervo Pessoal

"Na Bahia, fizemos oficinas de montagens de pranchas com garrafas coletadas pela comunidade local em Corumbau, estivemos com indígenas de uma aldeia Pataxó, e em Caravelas fomos a escolas públicas falar sobre educação ambiental, poluição plástica e oceanos. No Maranhão, mostramos nosso trabalho em um congresso de oceanografia". Em 2019, outro marco: o Stand Upet foi aceito em um edital de projeto de extensão da UERJ e passou a atuar semanalmente em uma escola do bairro da Urca com projetos ambientais, o que ocorre até hoje. A iniciativa tem se destacado — em março, Breno recebeu a visita de uma comitiva do consulado da Suíça, interessada em conhecer o projeto socioambiental de perto.

Transformando resíduos em sonho

O processo de montagem das pranchas foi sendo aprimorado, mas continua trabalhoso: na base da prancha são usadas cerca de 100 garrafas pet grandes, canos de PVC e cola, para apoio do corpo, uma camada de EVA grosso e, como quilha, plástico duro. "Não queremos, claro, estimular o consumo do plástico e de outros resíduos, então usamos materiais já descartados, como garrafas encontradas nas praias ou compradas de catadores, e canos que coletamos em caçambas de obras", explica. "As pranchas não são tão velozes quanto aquelas comercializadas, mas são mais estáveis, o que facilita para quem está começando a remar".

Stand Upet: prancha tem um custo de R$ 400, contra R$ 4000 de uma convencional. — Foto: Divulgação/Acervo Pessoal
Stand Upet: prancha tem um custo de R$ 400, contra R$ 4000 de uma convencional. — Foto: Divulgação/Acervo Pessoal

Produzida por uma equipe de quatro pessoas, a prancha leva cerca de cinco dias para ficar pronta e tem um custo de R$ 400 - contra R$ 4000 de uma convencional. "Acreditamos que essa é uma forma de democratizar o mar", afirma Breno, que também planeja o terceiro encontro com crianças da favela da Rocinha com o stand up paddle.

Toda semana, Breno faz o que chama de Aulas de Mar: tem grupos de crianças para remar nas águas calminhas da praia da Urca, tendo como cenário o Cristo Redentor, o antigo Cassino da Urca e um pacato bairro em volta. "Enquanto remamos, nos divertimos com o contato com a água. Conforme as turmas vão ganhando mais resistência e força, vamos mais longe e remamos com mais qualidade. Falo com as crianças sobre poluição e lixo do mar, mudanças de maré, vento e sobre animais que encontramos. É uma visão holística sobre o que fazemos e sobre o nosso ambiente", conta.

Matéria originalmente publicada em Um Só Planeta.

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