Apesar de uma lei federal obrigar que pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) comecem a tratar o câncer em até 60 dias após o diagnóstico, muitos esperam numa cruel fila de regulação. Dados mostram que somente no Rio, 900 pessoas estão há mais de dois meses aguardando a 1ª consulta para tratar os mais diversos tipos da doença. O paciente mais antigo é um idoso de 77 anos que aguarda a marcação para consulta de câncer de pele.
Segundo os números da regulação estadual, atualmente 2,9 mil pessoas estão à espera de uma consulta no Rio para ambulatório ou cirurgia oncológica.
As maiores filas:
- Coloproctologia - 636 pessoas
- Mastologia - Lesão Impalpável - 386 pessoas
- Urologia - 337 pessoas
- Neoplasias da Tireoide - 261 pessoas
- Mastologia - 244 pessoas
Por e-mail, a SES-RJ afirma que, nos últimos anos, “vem percebendo a redução na oferta de vagas oncológicas nas unidades federais". Dentre as maiores filas, cita a de coloproctologia e a de mastologia. Acrescenta que “como parte da política de enfrentamento ao câncer, a SES-RJ vem realizando uma série de ações para ampliar o diagnóstico e o tratamento dos pacientes oncológicos no estado”. O objetivo das ações, acrescenta, “é desafogar o atendimento na rede federal e ampliar a oferta de vagas para estes pacientes em todo território fluminense".
O que diz o Ministério da Saúde
Procurado desde o dia 13, o Ministério da Saúde informou nesta terça-feira por e-mail que "está atuando para reestruturar e fortalecer os hospitais federais no Rio de Janeiro, após anos de precarização". Segundo a pasta, " entre as medidas recentes para a manutenção e recomposição da força de trabalho, estão a prorrogação de mais de 1,7 mil contratos que se encerrariam em maio e o chamamento de 475 profissionais, por meio de Processo Seletivo Simplificado, para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público nos hospitais e institutos federais". As contratações, diz, estão em andamento.
Em relação ao atendimento oncológico, o órgão cita que a ministra da Saúde, Nísia Trindade, inaugurou nesta segunda-feira (24), em Petrópolis, as novas instalações do Hospital Alcides Carneiro. Ao todo, serão abertos 87 leitos para o tratamento de câncer e acolhimento às gestantes, puérperas e bebês.
Está em andamento ainda, de acordo com a pasta, o processo de instalação do novo setor de radioterapia do Hospital Federal do Andaraí (HFA), com previsão de inauguração até o fim deste ano.
O ministério lista ainda outras ações visando a reforçar a rede de atendimento oncológico no estado. Entre elas, a integração da rede federal a dos hospitais universitários e filantrópicos, além das unidades do estado. Outra ação é voltada à qualificação das filas de regulação: "o objetivo é definir o grau de prioridade para o atendimento, de modo que os pacientes não percam janelas de oportunidade". A pasta acrescenta que o Hospital do Andaraí "deve ser vocacionado para o atendimento de oncologia".
Também procurado, o Inca não se pronunciou.
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