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Por Gabriela Germano.

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Tem gente que gosta, tem gente que não curte. Uma multidão foi ver o show enquanto uma galera nem cogitou essa possibilidade. Independentemente de que grupo você integra, uma verdade é inegável: Madonna, que acabou de fazer um show gratuito para milhões de pessoas na praia de Copacabana, no Rio, é uma artista com importância ímpar no cenário musical e cultural. Podem até existir outras tão grandes quanto, mas ninguém igual, já que ela é autêntica e única. Maior ainda do que a diva pop, no entanto, somos nós, os brasileiros. Ou vocês acham que a cantora veio fazer um show em nosso país à toa?

Vira e mexe é importante lembrarmos para nós mesmos a nossa relevância, para não nos reduzirmos a uma insignificância em que eventualmente tentam nos enquadrar, como aconteceu com a brasileira Elizabeth Campos Cardoso, de 55 anos, presa por engano em Paris durante sete dias, depois que seu nome foi parar na Interpol como se seu passaporte tivesse sido roubado.

É verdade que Madonna trouxe sua turnê ao Brasil bancada por grandes patrocinadores. Mas por que fomos o único país da América do Sul a recebê-la? E por que, diferentemente de outros lugares por onde a loira passou antes, a apresentação por aqui foi com essa dimensão toda? O maior palco, o maior público, um concerto de graça no nosso mais famoso cartão-postal? Porque nós somos diferentes e especiais mesmo.

Qualquer ídolo mundial com um mínimo de visão, de qualquer nacionalidade, presta atenção no peso que temos como mercado consumidor simplesmente por uma questão populacional: somos numerosos. Mas, se a percepção desse artista for além dos interesses puramente econômicos, ele sente também que geralmente somos uma plateia mais calorosa e animada se comparada a outras tantas. Um exemplo recente desse olhar atento foi o de Bruno Mars, que nos deixou até filminho gravado pelas ruas de São Paulo. Ele não faz isso por todos os lugares que passa. E acabou de anunciar que vai voltar!

Escondidinha em sua suíte master no Copacabana Palace nos dias que antecederam o show, Madonna rendeu incontáveis memes, a maioria deles tirando um sarro de nossa própria condição como país de terceiro mundo. “Bando de pobres’’, citava um com a imagem dela espiando pela janela, como se estivesse olhando para o aglomerado de gente que deu plantão em frente ao hotel na tentativa de vê-la. Somos esse tipo de devoto que não se encontra em qualquer canto. E, como a loira não é santa, ela logo compartilhou algumas dessas brincadeiras em suas redes. Sabe que o engajamento é importante e que vamos fazer crescer seu número de seguidores. Sacada que o ator Vincent Martella, o Greg da série “Todo mundo odeia o Chris’’, também já teve tempos atrás. Como a produção que estrelou fez muito sucesso pelas bandas de cá, vestiu uma camisa com os dizeres “Sou famoso no Brasil’’, viu o número de fãs se multiplicar em poucos dias e nos fez até uma visitinha esbanjando simpatia.

Andar pelas ruas de Copacabana às vésperas desses grandes eventos é pitoresco e fascinante. Você vê a empolgação da galera, ouve os sotaques de todo canto, se depara com as histórias de gente que veio, mas não sabe como vai voltar, porque nem dinheiro tem para a passagem... Qualquer acontecimento fica maior com a dedicação desse povo. Mas não é só por isso e nessas horas que merecemos ser notados.

Agora de volta ao Brasil graças ao empenho de sua família e de uma advogada contratada por eles, Elizabeth contou ter sido maltratada e agredida psicologicamente pelos policiais que cometeram o erro, durante todo o tempo que esteve sob o controle deles na França. Até então, não houve sequer um pedido de desculpa. E vai ficar por isso mesmo? Eu não sei se agiriam dessa mesma forma com um europeu ou um americano. Mas me veio esse acontecimento à cabeça pra lembrar que precisamos ter a noção do nosso valor em qualquer lugar ou situação, e não apenas quando julgam que somos importantes como força de trabalho ou mercado consumidor. Qualquer brasileiro que transpõe as fronteiras deste país corre o risco de ser tratado como Elizabeth foi. E não pode ser assim. Brasileiro gosta de festa, mas também exige respeito.

Gabriela Germano é editora-assistente e atua na área de cultura e entretenimento desde 2002. É pós-graduada em Jornalismo Cultural pela Uerj e graduada pela Unesp. Sugestões de temas e opiniões são bem-vindas. Instagram: @gabigermano E-mail: gabriela.germano@extra.inf.br

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