Economia

Por Leticia Lopes — Rio de Janeiro

Aos 72 anos e em meio ao tratamento de um câncer agressivo que já atinge vários órgãos, o bancário aposentado Henrique Manuel Morgado viu a mensalidade do plano de saúde passar de R$ 2.761 para R$ 11.062. O aumento de mais de 300% é, para especialistas, um retrato dos reajustes abusivos aplicados pelas operadoras nos contratos coletivos.

Após denúncia feita pelo EXTRA, a Unimed-Ferj voltou atrás e suspendeu o reajuste. O aposentado foi procurado pela QV Saúde, que administra a carteira coletiva da qual faz parte. A empresa informou que a cobrança seria suspensa. Nesta quarta-feira (dia 26), ele recebeu um boleto atualizado com o valor anterior, de R$ 2.761.

Mas o aumento da carteira não foi o único dilema enfrentado por Henrique Morgado. A entrega da medicação usada no tratamento oncológico tem atrasado, assim como a entrega das bolsas de colostomia de que o idoso precisa. Um PET-CT — exame de imagem capaz de detectar tumores em todos os lugares do corpo — foi negado pela operadora.

Em nota, a Unimed-Ferj afirmou, na terça-feira, que entrou em contato com o usuário para esclarecer sobre o reajuste contratual e a autorização da medicação.

Leia abaixo o relato do aposentado:

Fui diagnosticado em abril de 2022. A princípio achavam que era algo simples, um tumor no intestino, mas na cirurgia os médicos viram que era bem mais complexo. Tive complicações e, três dias depois, voltei para o centro cirúrgico. De lá, já saí com a bolsa de colostomia. Foi um processo terrível. Fique internado por um tempo, quatro dias intubado e depois pouco mais de um mês no hospital. Entrei em julho no hospital e só saí em agosto.

Alguns meses depois, quando fiz outros exames, o cirurgião descobriu que a coisa estava muito avançada, e o tumor já tinha atingido abdômen, pulmão, fígado... Foi quando comecei a quimioterapia.

As sessões eram a cada 15 dias. Eu ia até a clínica, eles colocavam os medicamentos, e o processo durava 48 horas. Duas semanas depois, recomeçava. A quimio é muito dolorosa, dá muitos efeitos colaterais, muita dor, náusea.

Foram 26 sessões, até meados de fevereiro deste ano. Voltei para uma bateria de exames. Meu médico pediu um PET-CT (exame de imagem que detecta tumores em todos os lugares do corpo). Ele explicou que esse exame é mais completo, e como o fígado e o pulmão não estavam absorvendo a quimioterapia bem, seria importante. Eles aprovam a tomografia e a ressonância magnética, mas o PET-CT, não.

A colostomia também foi um dilema. Eles não mandavam as bolsas, eu ligava e não resolviam nada. Foi uma loucura por uns seis meses. Acabava comprando para não ficar sem, mas era caro. Cada uma custa de R$ 15 a R$ 20, e eu uso uma média de dez unidades por mês.

Em fevereiro, meu médico pediu a quimioterapia oral, por conta do avanço da doença. A Unimed deu um prazo de dez dias, mas adiaram, e a primeira dose só chegou depois de um mês. A segunda eu deveria tomar no dia 13 de junho, mas só hoje (dia 26) consegui pegar o remédio.

No meio disso tudo, os aumentos. No ano passado, quando subiu 52%, fiquei superchateado. O reajuste sempre foi de, no máximo, 10%. Hoje estou sozinho no plano, todos já saíram ou foram expulsos. Tinha acabado de ter alta de uma internação quando recebi o comunicado de cancelamento. Só continuei porque entrei na Justiça.

Com esse aumento que deixou a mensalidade em R$ 11 mil, fiquei emocionalmente e psicologicamente muito abalado. De quando recebi a fatura até resolverem o problema, foram cinco dias em que nem consegui dormir direito. Fiquei desnorteado, não sabia o que fazer. Nunca passei por nada assim.

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