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Quem é Luis Arce, presidente da Bolívia que acusa golpe de Estado?

Nesta quarta-feira, o governo boliviano denunciou uma mobilização irregular do Exército em La Paz

Luis Arce, presidente da Bolívia (AIZAR RALDES/AFP)
Mateus Omena

Repórter da Home

Publicado em 26 de junho de 2024 às 17h48.

Última atualização em 26 de junho de 2024 às 19h04.

Nesta quarta-feira, 26, o presidente da Bolívia, Luis Arce, denunciou a "mobilização irregular" de algumas unidades do Exército do país para um golpe de Estado, após tropas e tanques estacionarem em frente à sede do governo em La Paz, na Praça Murillo.

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Em uma publicação em redes sociais, o chefe de Estado também enfatizou que a democracia deve ser respeitada.

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Quem é Luis Arce?

Luis Arce, de 60 anos, é o presidente da Bolívia desde janeiro de 2020. Antes de comandar o país, ele atuou como ministro da Economia, em 2009, por nomeação do então presidente Evo Morales.

O político é considerado o pai do chamado "milagre econômico" boliviano, baseado em um modelo de desenvolvimento social comunitário produtivo.

Durante a sua gestão no ministério, Arce supervisionou a nacionalização de empresas de hidrocarbonetos, telecomunicações e mineração na Bolívia. Ele também exerceu protagonismo em um momento de rápida expansão da economia boliviana, com o PIB aumentando em 344% e a pobreza extrema reduzida de 38% para 15%.

Na época, o país passava por um processo de nacionalização dos hidrocarbonetos, que coincidiu com um boom sem precedentes dos preços do petróleo.

Em janeiro de 2020, Arce foi eleito candidato à Presidência da Bolívia para as eleições nacionais de outubro de 2020 pelo partido Movimento ao Socialismo (MAS-IPSP), junto com o ex-chanceler David Choquehuanca como candidato à vice-presidência. Após a disputa, Arce foi eleito presidente com maioria absoluta de 55,1%.

Rivalidade com Evo Morales

A disputa interna entre apoiadores de Evo Morales e de Luis Arce começou quando Evo voltou à Bolívia em 2020, após passar um ano exilado na Argentina por causa do golpe de Estado que levou à derrubada de seu governo, em 2019. O ex-presidente começou a criticar algumas decisões de Arce e seu apoiadores.

Morales foi presidente da Bolívia por quase 14 anos, entre 2006 e 2019. Ele renunciou em novembro daquele ano, depois de acusações de fraude nas eleições que lhe dariam o quarto mandato consecutivo. Ele perdeu o apoio das Forças Armadas do país e viu protestos tomarem conta das ruas da Bolívia, e deixou o país após pressão pública dos militares.

Evo viajou para o México e, semanas depois, refugiou-se na Argentina. Com a eleição do seu então herdeiro político em 2020, o ex-presidente voltou ao seu país natal .De acordo com dados doúltimo censo da Bolívia, 40,6% da população se declara indígena. Morales foi o primeiro presidente dessa parcela da população a ser eleito presidente.

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