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Ibovespa ameniza perdas no fim do dia e cai 0,92%; bolsas em NY sobem

Preocupações sobre rumo da política monetária americana crescem a 2 dias da decisão do Federal Reserve; 'índice do medo' dispara mais de 30%

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 24 de janeiro de 2022 às 10h36.

Última atualização em 24 de janeiro de 2022 às 18h49.

Em um dia de amplas perdas na maior parte do pregão, o Ibovespa encerrou a sessão com queda menos acentuada de 0,92%, aos 107.937,11 pontos. Nos minutos finais, os principais índices de ações em Nova York reverteram as perdas que chegaram a se aproximar da marca de 5% -- caso da Nasdaq -- no fim da manhã e fecharam com leve alta, apesar da apreensão de investidores com o iminente aumento de juro pelo Federal Reserve, o Fed, nos Estados Unidos.

Segundo analistas, a virada em Nova York se deveu ao sentimento "buy the dip" entre investidores: ações ficaram com preços atraentes a tal ponto que muitos decidiram comprar na baixa para aproveitar eventuais oportunidades.

Veja abaixo os desempenhos desta segunda-feira:

  • Ibovespa: -0,92%, aos 107.227 pontos
  • Dólar: +0,88%, a 5,503 reais
  • S&P 500 (EUA): +0,28%
  • Nasdaq (EUA): +0,63%
  • Dow Jones (EUA): +0,29%
  • Stoxx 600 (Europa): - 3,81%

"O mercado está apreensivo sobre como será o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell [na quarta-feira, depois do anúncio da decisão do Fed]. Isso tem levado a um ajuste de posições agressivo no exterior", afirmou Pedro Secchin, sócio da Golden Investimentos.

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Na Europa, as principais bolsas de valores caíram mais de 3%, com pressão ainda maior sobre o setor de tecnologia, mais sensível à variação das taxas de juros. Nos Estados Unidos, o impacto sobre o setor é sentido principalmente no índice Nasdaq, que chegou a quase 5% de queda na sessão. Na última semana, o índice teve sua pior queda semanal desde março de 2020, despencado 7,55%.

O índice de volatilidade VIX saltou mais de 30% na máxima do dia, superando os 38 pontos pela primeira vez desde outubro de 2020, quando o mundo começava a enfrentar a segunda onda da pandemia do coronavírus. O indicador é conhecido como "índice do medo" por subir com mais força em momentos de estresse no mercado.

"O Fed poderá elevar a taxa de juros três ou quatro vezes neste ano, encerrando 2022 entre 0,75% e 1% ao ano. A projeção mais comum é a de outros três ou quatro ajustes em 2023 e mais alguns em 2024, levando os juros a 2,5% ao fim do processo", avaliaram analistas da Levante em relatório.

O ambiente adverso a ações de crescimento, como as de tecnologia, também cobrou seu preço no mercado doméstico: empresas do setor de tecnologia estiveram entre as maiores desvalorizações do dia.

  • Magazine Luiza (MGLU3): -7,39%
  • Inter (BIDI11): -  7,28%
  • Pan (BPAN4): - 5,88%
  • Locaweb (LWSA3): -5,11%
  • Méliuz (CASH3): - 3,55%

O maior peso negativo, porém, veio das ações da Vale (VALE3), que recuaram em linha com a queda do minério de ferro. A mineradora tem a maior participação na composição do Ibovespa, com cerca de 15%.

Segundo a Reuters, o ministro do Meio Ambiente da China teria motivado o movimento negativo ao falar sobre medidas emergenciais para reduzir a poluição antes da Olimpíada de Inverno em Pequim, entre os dias 4 e 20 de fevereiro. Siderúrgicas do país, principal fonte de demanda da commodity, são responsabilizadas pela má qualidade do ar.

  • Vale (VALE3): -1,22%
  • Bradespar (BRAP4): -2,89%

Outra gigante do Ibovespa, a Petrobras (PETR3/PETR4) acompanhou a desvalorização do petróleo, que chegou a ser negociado no menor nível em duas semanas. A estatal em dado momento foi a única companhia do setor a operar no campo positivo na B3, no início da sessão, após analistas do UBS-BB reiterarem a recomendação de compra, com preço-alvo de 44 reais (upside de 26%). "O compromisso do governo de abordar os preços dos combustíveis de forma diferente da intervenção direta é um sinal positivo que reforça a independência da empresa", afirmaram em relatório.

  • Petrobras (PETR4): +0,57%
  • Petrobras (PETR3): +0,17%
  • 3R (RRRP3): -1,33%
  • PetroRio (PRIO3): -1,82%

Entre as poucas ações do Ibovespa que operaram e fecharam em alta na abertura da semana, o destaque foram os papéis da Marfrig (MRFG3), que avançaram 4,68%, para 23,49 reais. Segundo a Reuters, analistas do Jefferies Group elevaram o preço-alvo dos papéis da companhia de 25 reais para 27 reais. 

  • Marfrig (MRFG3): +4,68%
  • BRF (BRFS3): +3,39%
  • JBS (JBSS3): -1,07%
  • Minerva (BEEF3): -1,32%
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