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Dólar sobe a R$ 5,65 em primeiro pregão de julho e bate máxima em 30 meses

Moeda acumula alta de 16,5% frente ao real no ano; recentes declarações do presidente Lula pesam sobre sentimento do mercado

Dólar: moeda bate máxima desde janeiro de 2022 (Stock/Getty Images)

Dólar: moeda bate máxima desde janeiro de 2022 (Stock/Getty Images)

Publicado em 1 de julho de 2024 às 17h28.

Última atualização em 2 de julho de 2024 às 14h08.

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O dólar subiu 1,15% nesta segunda-feira, 1º, fechando a R$ 5,65, o patamar mais alto desde janeiro de 2022, quando a moeda chegou a ser negociada a R$ 5,70. A alta acumulada no ano é de 16,5%. A piora da perspectiva fiscal e a menor urgência em corte de juros nos Estados Unidos têm criado um ambiente adverso para a moeda brasileira neste ano. Mais recentemente, são os discursos agressivos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que têm pressionado o preço do real para baixo.

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Próximo das eleições municipais, Lula tem concentrado as críticas sobre o Banco Central, que, no intuito de controlar a inflação e suas expectativas, manteve a taxa Selic inalterada em 10,5% na última reunião do Comitê de Política Monetária. Em entrevista ao jornal O Tempo, na semana passada, Lula afirmou que a Selic a 10,5% é irreal. Nesta segunda, à Rádio Princesa, afirmou que "quem quer o Banco Central autônomo é o mercado".

Em resposta, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que ajustes fiscais baseados apenas em aumento de receita são ineficazes, podendo levar a menos investimentos, menor crescimento e inflação mais alta. Suas observações vieram após mencionar o impacto negativo das falas de Lula nos preços dos ativos. Campos Neto também destacou que a desconfiança nas contas públicas eleva os juros de longo prazo e as expectativas de inflação.

“A troca de farpas entre Lula e Campos Neto deteriorou o mercado, afetando negativamente o dólar, os juros futuros e as ações brasileiras, resultando em desempenho inferior ao de outros mercados emergentes”, afirma Luiz Bazzo, CEO do Transferbank.

Piora das expectativas

Diante da recente alta do dólar, economistas vêm revisando as projeções da moeda para cima. O reflexo tem surtido no Focus, boletim do BC que agrega a mediana das expectativas do mercado para uma série de indicadores, entre eles o câmbio. No Focus divulgado nesta segunda, as projeções do câmbio tiveram altas significativas em suas medianas: de R$ 5,15 para R$ 5,20 (2024), de R$ 5,10 para R$ 5,15 (2025), de R$ 5,15 para R$ 5,19 (2026), e de R$ 5,18 para R$ 5,20 (2027).

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