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Aplicações na adega: o vinho como investimento financeiro

Ao longo dos anos, grandes rótulos valorizam dentro e fora da garrafa

(Catarina Bessell/Exame)

Publicado em 2 de junho de 2024 às 08h30.

Investir em vinho pode ser emocionante e uma estratégia potencialmente lucrativa, mas requer conhecimento, pesquisa e muita paciência.

O vinho tem sido parte da cultura humana há milhares de anos. Desde os tempos antigos foi valorizado por suas características sensoriais únicas, símbolo de status e riqueza. Mas foi apenas no século 20 que emergiu como um ativo para investidores modernos.

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Alguns vinhos melhoram com o tempo, e seu valor aumenta à medida que envelhecem. Isso é verdadeiro para raros vinhos de alta qualidade, de safras excepcionais, produzidos em quantidades limitadas e de regiões específicas. Avaliações positivas de críticos internacionais renomados também podem impulsionar a demanda por um determinado vinho.

Os rótulos que alcançaram status de ícones mundiais devido à qualidade excepcional, à exclusividade e ao prestígio incluem o Château Lafite Rothschild, Château Margaux, Château Latour (de Bordeaux), Opus One (da Califórnia), Domaine de la Romanée-Conti (da Borgonha), Tignanello (Toscana), Vega Sicilia (Ribera del ­Duero) e Barca Velha (Alentejo). Os preços altíssimos não impedem a grande procura de ávidos colecionadores.

Em um leilão no ano passado, nos Estados Unidos, um único comprador arrematou 466 lotes contendo esses ícones por um total de 9,3 milhões de dólares.

A Bolsa de Vinhos de Bordeaux, também conhecida como “Place de Bordeaux”, desempenha um papel significativo na comercialização de vinhos finos. Os produtores da região vendem seus vinhos a négociants (comerciantes de vinho) que, por sua vez, os vendem a distribuidores e consumidores finais em todo o mundo. Essa estrutura de comercialização permite liquidez ao mercado de vinhos finos de Bordeaux.

Várias outras regiões vinícolas ao redor do mundo têm experimentado um aumento significativo no valor de seus vinhos. A clássica Borgonha, na França, conhecida por seus vinhos pinot noir e chardonnay de alta qualidade, Napa Valley, na Califórnia, famosa por seus cabernet sauvignon, Toscana, na Itália, e o Vale do Douro, em Portugal, também estão atraindo a atenção de potenciais investidores.

Nos últimos anos houve um aumento no interesse por vinícolas butique que produzem com foco na qualidade, e não na quantidade. Os vinhos dessas propriedades têm uma história única e identidade distinta, o que pode aumentar seu apelo para os compradores.

Investir em vinho pode oferecer retornos significativos, mas também possui seus riscos. Volatilidade do mercado, necessidade de armazenamento adequado e de forma contínua, manutenção de documentação de origem preservada e a natureza subjetiva das preferências de sabor podem afetar a rentabilidade do investimento. Portanto, é essencial realizar uma pesquisa minuciosa, entender o mercado e buscar orientação de especialistas antes de embarcar em uma jornada de investimento na categoria.

Porém, se o investimento não alcançar o retorno desejado, você poderá ainda ter muito prazer em consumir e partilhar belíssimos vinhos. Saúde!

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