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Santander eleva projeção do dólar e reduz a do PIB no próximo ano

Banco espera que BC retome processo de cortes na Selic, levando a taxa para 9,00% ao ano ao fim de 2025

Santander eleva projeção do dólar e reduz a do PIB no próximo ano
Notas de dólar (Foto: Envato Elements)
  • Em maio, os especialistas da instituição bancária acreditavam que a moeda americana terminaria 2024 cotado a R$ 5
  • Cortes de juros nos Estados Unidos no quarto trimestre deste ano pode trazer algum alívio ao real
  • Para 2025, a projeção de dívida bruta subiu de 80,3% para 81,1% do PIB, conforme relatório

O dólar deve encerrar este ano cotado a R$ 5,30, e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve ser menor no próximo ano, projeta o Santander em relatório divulgado ao mercado nesta sexta-feira (5).

Trata-se de uma nova previsão do banco. Em maio, os especialistas da instituição bancária acreditavam que a moeda americana terminaria 2024 cotada a R$ 5. O banco também aumentou a estimativa do dólar para o final do próximo ano de R$ 5,05 para R$ 5,40.

De acordo com os analistas, as “incertezas no cenário fiscal brasileiro” contribuíram para a alteração na projeção, embora fatores externos também tenham influenciado o câmbio. No último encontro de política monetária em junho, o Banco Central (BC) já havia interrompido o ciclo de cortes na Selic, mantendo a taxa básica em 10,50% – exatamente a projeção para o final do ano anunciada pelo Santander nesta sexta-feira.

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No entanto, o banco espera que o BC retome o processo de cortes na Selic, levando a taxa para 9,00% ao ano ao final de 2025 – uma previsão que foi mantida pela instituição.

O relatório, assinado pela economista-chefe do Santander Brasil, Ana Paula Vescovi, diz ainda que o possível início do ciclo de cortes de juros nos Estados Unidos no quarto trimestre deste ano pode trazer algum alívio ao real, mas a moeda brasileira só deve recuperar parte da depreciação recente em relação ao dólar em um contexto local mais favorável.

Quanto às contas externas, o Santander afirma que o déficit superou suas expectativas, com maior perda na conta de serviços e remessas de lucros e dividendos, que não mostraram desaceleração. Ainda assim, o banco projeta que os fluxos de investimentos diretos no Brasil serão suficientes para financiar o déficit em transações correntes, tornando a situação “administrável”.

Previsão de IPCA e PIB também foi alterada

O Santander também revisou a projeção de alta para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), métrica oficial de inflação, de 3,4% para 3,8% em 2024, mantendo a expectativa em 3,8% para 2025.

“Com relação à atividade, o nível mais alto das taxas de juros – tanto da taxa Selic quanto da precificação mais elevada na curva de juros de mercado – implicou na redução da projeção de crescimento do PIB de 2025 para 1,8% (antes: 2,0%), pois vemos o nível mais restritivo das condições financeiras afetando a atividade à frente”, explica Vescovi.

A previsão do PIB para 2024 permaneceu inalterada em 2,0%. O banco também aumentou a projeção para a dívida bruta do governo geral em 2024, de 76,9% para 77,5% do PIB – uma das principais métricas de solvência do país, observada de perto pelas agências de classificação de risco. Para 2025, a projeção de dívida bruta subiu de 80,3% para 81,1% do PIB, conforme relatório.

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