O mercado automotivo no Brasil prevê a produção de dois milhões e 300 mil veículos de passeio e comercial leve em 2024. Dez anos atrás, em 2014, o país chegou a produzir quase três milhões de veículos. A queda na produção apresenta um cenário desafiador no setor, que emprega diretamente mais de cem mil pessoas. Os dados foram divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores.
Para recuperar a competitividade e conquistar mercado, a associação defendeu que veículos a combustão sejam excluídos do Imposto Seletivo, previsto na Reforma Tributária. O CEO da Volkswagem no Brasil, Ciro Possobom, pediu uma desoneração fiscal no setor.
'Brasil chega, em alguns estados, a 44% do valor do veículo é imposto. Por isso o mercado de hoje é 2,3 milhões de veículos no Brasil. Então é importante a gente entender na discussão seletiva, do imposto seletivo, como é que vai ser, para que tipo de combustão, para que tipo de matriz energética', declarou.
'Se a gente conseguisse desonerar um pouco essa cadeia, e o carro ficasse mais barato, com certeza o mercado vai crescer muito mais do que está e vai gerar muito mais empregos e, claro, impostos para o Brasil.'
No primeiro semestre deste ano, o setor de automóveis apresentou estagnação na produção de veículos, com um ligeiro aumento de meio por cento se comparado com o mesmo período do ano passado. Para Possobom, o Imposto Seletivo não vai facilitar a produção de veículos, nem a compra de carros pela população.
'A gente precisa fomentar o Brasil com aumento realmente da frota. Então hoje um carro, PL7,, ele emite oito vezes menos que um carro do PL4', afirmou.
'Então isso é bem importante e a gente acredita bastante nesse trabalho de simplificar e também desonerar. Então o imposto seletivo, ele vai contra isso.'
Além da estagnação na produção de automóveis, desde 2019 o Brasil não registrava um primeiro semestre tão fraco em exportação, à exceção de 2020, com recuo de 28,3%. Isso ocorre por causa da combinação da queda de mercado e perda de participação para produtos asiáticos.
Apesar do sinal de alerta ligado, a associação também apresentou números positivos nas vendas de automóveis no primeiro semestre de 2024, com mais de um milhão de veículos vendidos de janeiro a junho deste ano, aumento de 14,6% se comparado ao mesmo período do ano passado. Houve, também, o registro de quase 200 mil novos emplacamentos de veículos em seis meses deste ano, 38% maior que no mesmo período do ano passado.