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A Prefeitura de São Paulo anunciou nesta quarta-feira (5), Dia Mundial do Meio Ambiente, um conjunto de novas ações destinadas a enfrentar os desafios ambientais e climáticos da cidade. Em entrevista à CBN São Paulo, o professor sênior da FAU-USP, Paulo Pellegrino, que também é pesquisador do Labverde, discutiu como essas ações podem colaborar com o desenvolvimento sustentável da cidade ao longo do tempo.

As medidas da prefeitura visam melhorar a qualidade ambiental e promover a sustentabilidade em diversas áreas urbanas. Foram anunciadas obras da implementação de um novo parque, Parque Natural Municipal, o Cabeceiras do Aricanduva, revitalização do parque Sapopemba, entrega de equipamentos eletrônicos para aprimorar a fiscalização ambiental, lançamento de uma plataforma de licenciamento ambiental, e um site que detalha os indicadores de biodiversidade,

Segundo o especialista, a implementação dessas ações vão no sentido correto. Ele destaca a criação do Parque Natural Municipal Cabeceiras de Aricanduva, que não só contribui para melhorar a distribuição de áreas verdes na cidade, mas também desempenha um papel crucial na proteção da nascente do rio mais importante de São Paulo, o Aricanduva.

"Nós estamos com um passivo ambiental em São Paulo muito grande, mas essas ações anunciadas hoje vão no sentido correto', afirmou.

"Esse projeto ainda sendo localizado lá na Zona Leste, é muito interessante, porque você começa a distribuir melhor esses espaços verdes pela cidade, porque lá é uma região muito carente deles, mas ainda tem esse potencial nessas áreas. Então, eu acho que você fazer um parque que tem esse nome auspicioso de Parque das Cabeceiras Aricanduva, é um projeto que vai numa linha justamente de segurar as águas nas nascentes, de tentar infiltrar essas águas e assim conseguir perenizar um rio na cidade. Eu acho isso muito interessante e muito proveitoso.'

Um dos objetivos dessas novas ações é restaurar em São Paulo a qualidade de uma cidade esponja, um status que foi perdido ao longo dos últimos 100 anos. Pellegrino explicou como poderão ser aplicados esses modelos de maneira mais eficaz.

"Nós perdemos essa característica de São Paulo nos últimos cento e poucos anos, quando a cidade optou pelo modelo de condução rápida das águas, pela canalização dos seus rios e corvos, pela impermeabilização de todas as suas áreas de superfície.''

"A gente vai ter que imaginar como que a gente vai segurar a água lá em cima, nas cabeceiras das bacias, como que a gente vai reduzir a velocidade no meio das bacias e como a gente vai receber essas águas onde eram os pontos baixos que acumulavam essas águas naturalmente. A gente vai ter que fazer todo um empenho em projetos de reconversão dessas áreas para essas funções de trabalhar melhor com as águas e como que isso pode ser feito com a aplicação desses conceitos de infraestrutura verde', explicou.

Ouça entrevista completa:

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