As eleições parlamentares na França chegaram ao fim, às 15h no horário de Brasilia deste domingo (7), 20h no horário local, e as primeiras projeções indicam uma reviravolta no resultado.Os partidos de esquerda e os aliados do atual presidente Emmanuel Macron devem conquistar mais cadeiras no Parlamento do que os grupos de extrema-direita.
Segundo projeção do jornal Le Monde, a Nova Frente Popular, de esquerda, deve conquistar entre 172 e 192 cadeiras. A coalização de governo do presidente deverá ter entre 150 e 170 assentos. E a Reunião Nacional, grupo de extrema-direita, deve ter entre 132 e 152 assentos.
O restante dos votos deve ficar entre partidos menores.
Assim, nenhum dos grupos deve conquistar maioria absoluta de 289 assentos, forçando a formação de alianças.
Emmanuel Macron ao votar no segundo turno das eleições parlamentares na França — Foto: Ludovic MARIN / AFP
As eleições legislativas deste domingo na França registraram o maior comparecimento de eleitores dos últimos 43 anos. O índice de comparecimento é estimado em 67% dos eleitores, número um pouco maior em relação ao primeiro turno, de 66,7%.
O pleito foi marcado por uma grande polarização e tensão, o que, em partes, explica maior comparecimento às urnas desde 1981.
Havia o receio de que o partido de extrema-direita Reunião Nacional conquistasse a maioria absoluta e voltasse a comandar a Assembleia Legislativa da França pela primeira vez desde a ocupação nazista durante a segunda guerra mundial.
Neste domingo, Macron se reuniu com o atual primeiro-ministro, Gabriel Attal, e outros políticos da base. A coalização “Juntos”, grupo de Macron considerado de centro, tem sido a "terceira força” no pleito.
Por isso, Macron propôs uma aliança com a centro-esquerda em busca da maioria do Parlamento.
Violência
Diante de uma campanha curta, mas violenta, 30 mil policiais foram mobilizados para atuar nas ruas neste domingo (5 mil deles apenas em Paris). A mobilização ocorre frente ao medo da violência e de atos de vandalismo após a divulgação do resultado. Lojas na avenida Champs Elysee também colocaram tapumes para proteger vidraças contra possíveis ataques.
Durante a campanha, foram registradas mais de 50 agressões físicas a candidatos ou militantes, de acordo com o ministério do interior.