Com a chegada de uma frente fria, os focos de calor no Pantanal diminuíram nesta quarta-feira (26). Porém, a situação ainda é considerada grave.
Conforme os dados de satélite analisados pelo Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, há 1.421 focos de calor ativos. Seiscentos deles estão próximos à BR-262, principal acesso à região, onde o fogo e a fumaça colocam em risco o tráfego de veículos.
A todo momento, a Polícia Rodoviária Federal precisa interromper o trânsito em uma das pistas ou mesmo fechar totalmente a rodovia até que a situação melhore.
Outra região que concentra um grande número de focos é o Pantanal de Nhecolândia, uma área de difícil acesso, onde o combate às chamas também depende de aeronaves.
Mais 80 brigadistas foram encaminhados para a região para ajudar nos trabalhos. O rescaldo do fogo tem sido muito difícil, segundo os bombeiros, por causa de brasas que ficam acesas no solo e, com os ventos, reacendem as chamas.
Impactos no bioma
De acordo com levantamento do MapBiomas Águas, divulgado nesta quarta-feira (26), o Pantanal foi o bioma que mais perdeu superfície de água entre 1985 e 2023. A área hídrica do bioma ficou 61% abaixo da média histórica, totalizando 382 mil hectares, o que corresponde a 2% da superfície de água total do Brasil.
Ainda segundo o levantamento, dez estados brasileiros tiveram queda na superfície de água em relação à média histórica. Os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul registraram as diminuições mais expressivas, com redução de 33% e 30%, respectivamente.
Combate aos incêndios no Pantanal — Foto: Bruno Rezende
A partir desta quinta-feira (27), o governo do estado de Mato Grosso do Sul passa a divulgar as informações oficiais sobre os incêndios - no Pantanal e em outras áreas do estado - durante transmissões ao vivo, nos moldes do que foi realizado durante a pandemia, quando eram repassados dados da Covid-19.
A expectativa é que sejam feitas duas lives informativas por semana.