Esporte
Por — Rio de Janeiro

Pela primeira vez na história, o Brasil vai levar mais mulheres do que homens para participar da Olimpíada de Paris. Até agora, são 120 atletas mulheres e 68 homens classificados em 33 modalidades, como atletismo, boxe, esgrima e judô. A expectativa é de que, até julho, quando a competição têm início, o país tenha ao menos 300 representantes com o passaporte carimbado para a capital francesa. Isso porque ainda há 20 modalidades na fase de classificação para os Jogos Olímpicos e esportes como tênis, com a Bia Haddad, e skate, com Rayssa Leal, devem garantir mais vagas para a delegação brasileira.

Com o grande número de mulheres na disputa, o Brasil deve ter um pódio com mais rostos femininos. Mas, para o jornalista do Globo Esporte especializado na cobertura dos Jogos Olímpicos, Guilherme Costa, a grande protagonista dessa delegação é Rebeca Andrade. A ginasta de 24 anos pode garantir quatro medalhas em Paris e é unanimidade entre os especialistas.

"Rebeca Andrade já tem duas medalhas olímpicas, em Tóquio - um ouro e uma prata -, mas é favorita a quatro medalhas nas Olimpíadas agora de Paris. E, quando eu digo favorita a quatro medalhas, não é excesso de nacionalismo, torcida pela Rebeca, mas é a pura realidade. Se você conversar com qualquer pessoa especialista em ginástica no mundo, ela vai falar que a Rebeca Andrade é favorita ao pódio, né? No solo, no salto, no individual geral e na prova por equipes, em que o Brasil é o atual vice-campeão mundial"

O grande desafio é superar o recorde batido em Tóquio, em 2021: foram 7 ouros, 6 pratas e 8 bronzes, terminando em 12º lugar. Mas o jornalista destaca um fator que pode ser uma pedra no sapato pra bater esse feito: a ausência de grandes estrelas brasileiras, por causa de lesões ou afastamentos para cuidar da saúde mental.

"Por exemplo, o Alison dos Santos se machucou no ano passado, a gente não sabe se ele vai estar 100% esse ano. Ele foi campeão mundial dos 400m com barreira em 2022, agora a gente vai ver como é que ele vai voltar. Ana Marcela Cunha, atual campeã olímpica das águas abertas, também passou por uma lesão grave em 2023. Isaquias Queiroz, nosso campeão olímpico de canoagem, treinou só quatro meses em 2023. O resto ele tirou pra descansar, ficar com a família, ficar com o filho. Então, tem vários problemas, de diferentes causas com as nossas principais estrelas, que fazem com que a gente pense que não vai dar para bater o recorde de ouros"

As equipes de modalidades já consagradas, como o futebol masculino, basquete feminino, escalada e nado artístico, decepcionaram e não foram classificadas.

Por outro lado, o país pode conquistar medalhas inéditas, que fazem a diferença no quadro mundial. Os atletas brasileiros estão no top 10 para esportes como tiro com arco, ginástica rítmica e de trampolim, tênis de mesa, triatlo e esgrima, com novos nomes na disputa pelo pódio.

É o caso do Edival Pontes, conhecido como Netinho. Promessa do Taekwondo brasileiro, ele acumula no currículo um ouro nos Jogos Pan-Americanos de 2019, outro nos Jogos Mundiais Militares de 2019 e dois ouros e uma prata em campeonatos Pan-Americanos da modalidade. Para Netinho, o grande diferencial é a experiência de já saber o que é uma Olimpíada, depois de ter participado em Tóquio.

"Dessa vez, um pouco mais velho, com mais experiência e já senti o clima. Em Tóquio, a gente tava na pandemia, então vai ser um pouco diferente. Agora, a gente fica mais tranquilo pra viajar, pra procurar melhoras em outros países, sair de casa pra conseguir tratamento em caso de dor. Então, penso que vai ser melhor, porque não vai ter tantas restrições. A expectativa agora é de trazer uma medalha"

Quem também espera ir ao pódio é o time de handebol feminino, que está no 'grupo da morte' dos Jogos Olímpicos de Paris. A equipe vai enfrentar França, Espanha e Holanda, consideradas favoritas. O treinador Cristiano Rocha conta que, apesar da eliminação do handebol masculino, as atletas estão acostumadas com a pressão e focam em superar barreiras.

"Acho que todas as atletas estarão se cobrando pra fazer uma grande Olimpíada. São atletas de alto nível, jogam em grandes clubes, são cobradas diariamente. Obviamente a pressão fica um pouco maior, já que somos a única equipe a participar. A expectativa primeiro é vencer a etapa inicial, se classificando para as quartas de final. Tentar vencer essa barreira que o handebol feminino ainda não venceu – pra brigar por uma medalha"

Faltando menos de três meses para o início dos jogos, o Time Brasil foca nos ajustes finais para garantir bons resultados. O diretor de alto rendimento do Comitê Olímpico Brasileiro, Ney Wilson, afirma que são os pequenos detalhes que tiram um competidor do pódio. Então, o momento é de intensificar os treinamentos e conhecer os adversários.

"A gente tem trabalhado em cima daquilo que, em conversa com a confederação, treinador e atleta, entendemos que poderia complementar o trabalho que está sendo feito, em termos de treinamento. Como ir a algum estágio de treinamento fora do país para se confrontar com os adversários. São alguns detalhes para darmos o ajuste final e chegar aos Jogos Olímpicos bastante otimista em relação a superar as metas estabelecidas"

Além de cuidar da performance física, Ney destaca que a delegação vai ser acompanhada por uma equipe de psicólogos e psiquiatras, para ajudar nos casos de maior pressão por causa das competições.

A Olimpíada de Paris acontece de 26 de julho a 11 de agosto.

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