Em quatro dias, o número de focos de calor no Pantanal mais que dobrou. Dados da plataforma Pantanal em Alerta, do Corpo de Bombeiros do Mato Grosso do Sul, acessados na tarde desta segunda-feira (24) registravam 3.960 focos. Na última quinta-feira (20) passada, eram 1.800 focos.
O incêndio no Pantanal iniciou no dia 2 de junho. Segundo o governo do Mato Grosso do Sul, a União se comprometeu a enviar 50 homens da força nacional e sete aeronaves para ajudar no combate ao fogo. Serão três do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e outras quatro do Exército.
O presidente do Instituto Homem Pantaneiro, Ângelo Rabelo, diz que o incêndio neste momento preocupa especialmente após quatro milhões de hectares em 2020 terem sido devastados pelo fogo. Segundo ele, o fogo agora impacta principalmente na regeneração das espécies que estava em andamento.
"Estamos perdendo biodiversidade, impactando áreas principalmente que já sofreram em 2020 e que precisam, estavam em processo de regeneração, usando a própria capacidade de resiliência e que agora são penalizadas mais uma vez brutalmente pelo fogo. Porque nós temos áreas que inclusive em 2020 que é mal, em 2021 nós conseguimos confirmar que estabeleceu populações, por exemplo, de onça pintada. E agora a gente fica preocupado que à medida que esse fogo se repete, você tem aí com certeza um aumento do risco de ameaça às próprias espécies", diz.
Só este ano, mais de meio milhão de hectares do Pantanal já foram consumidos pelo fogo. Segundo dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (LASA) da Universidade Federal do Rio de Janeiro, foram 430 no Mato Grosso do Sul, e 145 mil no Mato Grosso.