O Pantanal continua com um grande número de focos de incêndio. Nesta sexta-feira (21) estão ativos quase 2 mil focos, 1.927 focos no bioma em 74 propriedades rurais atingidas, de acordo com os dados do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul. Por hora, são queimados uma média de 540 hectares no bioma. As condições climáticas são agravantes para a propagação do fogo, além da baixa umidade do ar, que deve ficar em torno dos 13% hoje, algumas áreas do Pantanal estão marcando 37ºC, e os ventos fortes também contribuem para que os focos reacendam minutos após serem apagados.
Além da densa fumaça, há fuligem intensa acumulada sobre as casas e os moradores de Corumbá estão evitando abrir as janelas.
Também por causa do fogo, algumas escolas municipais que ficam mais próximas do Rio Paraguai, onde há um incêndio na margem oposta à cidade, tiveram redução no horário de aula em cerca de duas horas, prezando pela saúde dos alunos.
Nesta sexta-feira (21), o Grupo de Resgate Técnico Animal Serrado do Pantanal, especializado em salvamento das faunas silvestres no Pantanal, afirma que as principais espécies afetadas pelo fogo são de répteis, anfíbios e aves, e que os animais, tanto os silvestres quanto os domésticos, estão fugindo para regiões que têm água nesse momento.
Por causa do aumento dos incêndios na região pantaneira, o Brasil lidera o ranking de queimadas entre os países da América do Sul, hoje com 80% dos registros. Ontem (20), esse índice era de 75%, então os números aumentam a cada dia no monitoramento do programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o INPE, que aponta também que o número de focos de incêndio no Pantanal neste ano já supera o registrado no mesmo período de 2020, que foi o ano recorde de queimadas em todo o bioma, quando cerca de 26% do Pantanal foi consumido pelo fogo. Neste ano, a temporada das chamas, que começaria em julho, chegou mais cedo e os focos de incêndio nos seis primeiros meses de 2024 aumentaram mais de 1.000%, se comparado ao mesmo período de 2023.