Tudo começa com a vista. A impressionante rocha emoldurada pela paisagem verde do Parque da Catacumba, perto da Lagoa Rodrigo de Freitas, estabelece o pano de fundo da sala envidraçada do apartamento de 150 m² no qual a jornalista Aline Midlej divide a vida com o diretor deTV e documentarista Rodrigo Cebrian. Nascida em São Luís do Maranhão, Aline cresceu e sempre morou em São Paulo. Em 2020, seguiu o coração e mudou-se oficialmente para o Rio de Janeiro, a cidade do marido, depois de quase dois anos de relacionamento à distância. "Este lugar me ajuda a ter uma rotina muito mais saudável e tranquila. Costumo acordar pela manhã, meditar e respirar esse ar puro", comenta Aline, que leva um dia a dia atribulado à frente do Jornal das Dez, na GloboNews, e, recentemente, na bancada do Jornal Nacional, na TV Globo, durante rodízio de apresentadores aos sábados.
"Estamos menos preocupados com a estética e mais interessados em objetos que contam sobre o nosso encontro de vida"
confessa Aline
A beleza natural foi o que encantou Rodrigo no endereço. Ele conheceu o prédio enquanto participava de uma gravação ali. "Quando entrei e notei a sala cheia de janelas, com aquela vista, fiquei impactado. Guardei essa imagem. Um tempo depois, procurava algo para comprar e decidi vir perguntar se havia uma unidade à venda", relata.
"Estou em fase de paixão pelo Rio de Janeiro, consegui estabelecer um novo jeito de viver aqui. Sinto que a natureza te abraça na cidade"
comenta Aline
Após uma negociação direta com a antiga proprietária, ele fechou negócio e contou com o auxílio das duas arquitetas da família para uma pequena reforma: a mãe, Maria Teresa Mesquita, e a irmã, Maria Fernanda Cebrian. "A planta era muito boa, é um edifício com arquitetura de Sergio Bernardes. Só que o imóvel é antigo, da década de 1970, e precisava de algumas atualizações. Nós ampliamos a sala anexando um dos dormitórios e integramos a cozinha. Também unimos os dois quartos do fundo e adicionamos um closet à suíte", explica Maria Teresa. E não parou por aí: as duas propuseram um rasgo no fundo do quarto, mais próximo ao paredão de pedra. "O painel de vidro está em uma empena cega do edifício. É o único apartamento com essa abertura. Criamos uma espécie de aquário", compara a arquiteta.
Ali, à beira da janela, Aline encontrou o cantinho ideal para ler e descansar. “Eu trouxe o meu sofá verde para cá. É uma área muito silenciosa. Quando chove, fica ainda mais relaxante, porque dá para ouvir o barulho da água batendo na rocha, uma delícia”, revela.
Na decoração, nada é por acaso. Das pinturas nas paredes às miudezas nas estantes, passando pelos livros, fotografias e vinis, tudo remete a um episódio ou uma vivência, como Aline gosta de chamar. Há lembranças da África, onde a jornalista coordenou uma série de reportagens para a TV Brasil, quadros e objetos trazidos por Rodrigo de viagens, esculturas, uma cadeira de um antiquário chinês, muitas fotografias e alguns quadros de Rita Wainer, amiga do casal. "Nós dois colecionamos peças afetivas. Quando cheguei, tivemos de fazer um filtro, reorganizar. Eu fui responsável por esse processo e acho que consegui juntar o que cada um de nós possuía de mais bonito", resume Aline.