Redação

A redação é o ato de produzir um determinado texto escrito. Ela pode ser dividida em quatro tipos: dissertativa, descritiva, narrativa e informativa.

A redação é o ato de escrever, isto é, produzir um texto escrito. No entanto, toda redação possui uma série de regras e elementos próprios. A redação pode ser tipificada em dissertativa, descritiva, narrativa e informativa. Cada uma possui especificidades próprias e, ao escolher escrever uma delas, é preciso estar atento aos seus elementos constitutivos.

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Tipos de redação

Como já salientado, a redação pode ocorrer nos seguintes tipos: dissertativa, descritiva, narrativa e informativa. Cada uma delas possui certas particularidades e gêneros específicos correspondentes.

A redação dissertativa é aquela em que o redator defende uma tese, isto é, um ponto de vista acerca de um determinado tema ou assunto. Assim, ela tem como principal elemento a presença predominante da tipologia textual argumentativa. Há diversas redações que podem ser consideradas dissertativas. Entre as mais conhecidas podemos citar:

A redação descritiva é, como o próprio nome diz, a apresentação de alguém, de um objeto, de um lugar etc. A ideia é construir uma imagem verbal do que se propõe a descrever. Nesse sentido, na redação descritiva, prevalece a tipologia textual descrição. Os gêneros mais comuns relacionados à redação descritiva são:

Na redação narrativa, temos a predominância da narração. Em outros termos, a proposta é desenvolver um texto com os elementos básicos da narrativa (foco narrativo, enredo, personagens, tempo e espaço). São exemplos de gêneros textuais que podem constituir na redação narrativa:

Por fim, a redação informativa tem, como o nome já indica, a predominância da tipologia informativa. Em outros termos, em uma redação informativa, propõe-se a trazer um determinado tema a fim de esclarecê-lo de forma objetiva e consistente. São exemplos de textos que integram os grupos de redação do tipo informativo:

Qual é a estrutura de uma redação?

A redação pode ser organizada estruturalmente da seguinte forma:

Como se começa uma redação?

Como vimos anteriormente, uma redação pode ser feita de várias formas. A redação pode ser descritiva, narrativa, dissertativa ou informativa. O primeiro passo é definir qual é o tipo de redação a ser escrita. Além disso, o autor precisa definir em qual gênero a sua redação se encaixará. Por exemplo, caso a escolha seja por uma redação descritiva, há opções como o diário, o relato pessoal, a biografia etc.

A escolha pelo gênero passa pelas intenções e objetivos do autor ao redigir aquele texto. Nesse sentido, é preciso definir a finalidade do texto e, consequentemente, o gênero que mais se enquadra nessa perspectiva. Definindo, assim, o tipo de redação e o gênero mais adequado, a escrita é o próximo passo.

Durante a escrita, é preciso ter em mente as etapas apresentadas anteriormente. Toda redação precisa apresentar um início, um meio e um fim. Sendo assim, é preciso introduzir, desenvolver e encerrar um assunto. A maneira como isso será feito dependerá, novamente, da escolha feita envolvendo o tipo de redação: em uma redação dissertativa, prevalece a introdução e desenvolvimento de um tema; em uma redação descritiva, o que vale são as etapas de elucidação do elemento descrito; em uma redação narrativa, o importante é situar o leitor sobre a narrativa em questão; e, por fim, em uma redação informativa, é fundamental trazer os fatos de maneira concisa e objetiva ao seu leitor.

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Exemplo de uma redação bem-feita

O problema do conceito de poder

A tradição demonstra que o conceito de poder é muito mais complexo do que se imagina. Do ponto de vista das correntes marxistas, o poder é visto de forma negativa. Evita-se o poder, pois ele é danoso à sociedade. Há, no entanto, a corrente maquiavélica, que se apropria do poder como um projeto de construção de um sistema de governo. No meio dessa briga conceitual, surge um conceito que destoa dos apresentados acima: a noção de poder em Michel Foucault.

Para Foucault, o poder possui uma positividade. E quando ele diz “positividade”, não é no sentido de ser “bom”. A ideia de positividade remete à ideia de produzir coisas, sendo elas boas ou ruins. Não há também a falsa concepção, atribuída por muitos autores, de que Foucault atribui uma certa neutralidade ao poder. Esse não é o objetivo do filósofo francês. Em sua visão, o poder é algo que está em disputa e pode ser usado por grupos distintos, mudando evidentemente de lado várias vezes. Em síntese, o poder está em um campo aberto podendo ser apropriado por movimentos antagonistas, não se fixando em um ou outro.

Com isso, percebemos que o conceito foucaultiano escapa das noções apresentadas pelas correntes ligadas a Marx ou mesmo aos grupos próximos de uma concepção maquiavélica. Para os marxistas, o poder é algo a ser evitado. Para os maquiavélicos, o poder é algo a ser conquistado. São, por assim dizer, dois conceitos que se antagonizam. Não é demais dizer que, em Foucault, há uma certa pacificação entre o conflito conceitual acerca da noção de poder. Ele não está nem excessivamente para Marx e muito menos excessivamente para Maquiavel. Ele se encontra em uma balança, ora pendendo para um lado, ora pendendo para outro. Isso, é claro, se levarmos em consideração o que o pensador francês disse.

A discussão sobre o poder, portanto, ainda está aberta a discussões. O que se propôs aqui foi trazer três posições distintas, sendo que a última delas, a foucaultiana, reinterpreta, a seu modo, as duas outras visões. Pode-se dizer que houver, em Foucault, uma tentativa de apaziguar o problema ou talvez não seja bem esse o caso.


Na redação acima, temos um texto dissertativo em que o autor argumenta sobre as divergências entre o conceito de poder. Percebe-se, logo de início, a exposição clara da temática, tornando o texto condizente com a sua base argumentativa. No desenvolvimento, o autor propõe algumas ideias nucleares: a concepção marxista, a concepção maquiavélica e a concepção foucaltiana. Todas elas são apresentadas ao leitor, sendo a última aquela entendida pelo autor como a responsável por “apaziguar” o conflito. Na conclusão, o autor demonstra que a discussão não está finalizada e reforça a tentativa do filósofo francês em tentar resolver o problema.

A redação no Enem

No Enem, a redação cobrada dos candidatos é o texto dissertativo-argumentativo. Assim, é importante que o estudante tenha conhecimento sobre a estrutura básica da modalidade textual, tais como a sua base predominantemente argumentativa e a sua estrutura (introdução, desenvolvimento e conclusão. Nesses termos, o candidato é avaliado em cinco competências, a saber:

Em síntese, o aluno deve demonstrar, ao desenvolver a redação para o Enem, domínio da norma-padrão da língua, conhecimento do gênero textual e da temática com repertório amplo, domínio da construção e progressão argumentativa no texto, uso diversificado e adequado dos elementos coesivos e, por fim, elaborar uma proposta com uma solução para o problema apresentado.

 

Por Rafael Camargo de Oliveira
Professor de Redação


Fonte: Brasil Escola - https://brasilescola.uol.com.br/redacao