Philó | Práticas Filantrópicas compartilhou isso
Doadora e ativista por uma filantropia com práticas coerentes com a transformação desejada | Cofundadora Movimento por uma Cultura de Doação | Cofundadora Philó Práticas Filantrópicas | Diretora Acorde | LinkedIn Creator
No Imposto sobre Grandes Fortunas incentiva a mudança social? Imposto sobre grandes fortunas comprovadamente aumenta doações. O que não está fazendo parte da conversa é que as doações oriundas de aumento de imposto não geram um doador consciente da importância do trabalho da sociedade civil organizada, mas um cidadão que faz de tudo para não ser “punido” pelo imposto. Em um mundo onde quem tem dinheiro acha que o tem por merecimento próprio, sem reconhecer os desajustes do sistema economico, imposto é um castigo. Mais uma vez estamos em uma discussão superficial sobre doação. Não importa se a doação aumenta a partir do momento que ela vira um sistema de auto-preservação de poder e status, como acontece muito nos Estados Unidos e Europa. Importa quando a doação aumenta para fins de promover uma mudança social verdadeira. E fazer primeiro uma coisa para depois fazer a outra (aumenta o volume depois cuida da qualidade) é insuficiente para o mundo de hoje. Mas o pior é que esta não é uma conversa nova. O que eu escrevi aqui não é genialmente meu, mas o recorte do que é discutido internacionalmente mas que, no Brasil, pára na página 3: “aumento das doações”, o que favorece o mercado filantrópico em primeiro lugar. Claro que também soa bem para quem quer promover o imposto sobre grandes fortuna pautar ele como algo “do bem” porque aumenta as doações. Por fim, não me leiam de maneira dicotômica. Não sou contra o imposto sobre grandes fortunas. Sou contra usarmos ele de maneira a promover uma cultura de doação sem olhar para o restante da conversa mundial sobre endowments e impostos. Não adianta doar 2% do PIB se ele não promove transformação social. Ter os Estados Unidos como o grande exemplo a ser seguido é um erro.