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O que Doria disse a Eduardo Leite quando o governador gaúcho lhe repassou um pedido de Ramos para adiar o início da vacinação

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Eduardo Leite admitiu numa entrevista assinada por Igor Gielow e publicada agora há pouco, que ligou para João Doria com o objetivo de adiar o início da vacinação contra a Covid. O telefonema foi dado num fim de tarde de 15 de janeiro, dois dias antes antes de ser aplicada a primeira vacina contra o coronavírus no Brasil.

Leite disse fez o pedido depois de uma solicitação do então chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, em nome de um esforço de coordenação nacional do processo.

E o que Doria tem a dizer sobre aquela conversa entre os dois?

Doria afirma que, na ocasião, disse o seguinte a Leite:

— Lamento, Eduardo, que você tenha se prestado a atender um pedido dessa natureza do general Ramos. Diga a ele que vamos iniciar a vacinação, tão logo a Anvisa autorize a utilização da Coronavac. E que eu estou ao lado da vida e dos brasileiros.

No dia 17, um domingo, a Anvisa deu o o.k. para "a vacina chinesa do Doria" e, no mesmo dia, o processo de imunização foi deslanchado.

(Atualização, às 16h51. Eduardo Leite entrou em contato e disse que "em nenhum momento esta dito que eu pedi adiamento. O ministro Ramos me ligou. Eu liguei para o meu colega de partido e colega governador e relatei o telefonema que recebi. Dei, inclusive, razão a ele para iniciar a vacinação".)

(Atuzalização, às 17h28. A assessoria de Eduardo Leite enviou a seguinte nota: "A conversa entre os dois deu-se num contexto que deve ser colocado em janeiro de 2021. O eixo da conversa era coordenação nacional de vacinação. Naquele dia, o general Ramos ligou para Eduardo e pediu que convencesse Doria a aderir ao projeto de coordenação nacional da vacina. Naquele momento, havia uma inflexão do governo federal quanto a aceitar a vacinação ampla. Leite ligou para Doria para debater como os dois conduziriam esta questão. Privilegiariam a coordenação nacional num momento em que o governo federal assumira o compromisso de vacinar, ou trabalhariam sem ela? Doria rechaçou a coordenação nacional e disse que iria conquistar, a qualquer custo, a aplicação da primeira vacina. Leite questionou se isso seria seguro para a população - valia a pena sacrificar a ideia da coordenação nacional? Doria respondeu: "Eu vou aplicar a primeira vacina, custe o que custar." Leite, então, desistiu de continuar a conversa".)

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