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Juliana Benvenuto

Formada em Relações Internacionais, com pós-graduação em Finanças Corporativas pela Saint Paul e Extensão Universitária em Administração pela Universidade da Califórnia – Riverside.

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Emprestar dinheiro para a maior economia do mundo como parte da estratégia de investimentos da sua carteira já é uma realidade. Nesse artigo, você vai conhecer mais sobre o Tesouro Americano, considerado por muitos, o título mais seguro do mundo.

 

Mas afinal, o que é o Treasuries (Tesouro Americano)?

O Tesouro Americano, ou Treasuries, representa, essencialmente, uma forma de empréstimo ao governo dos EUA. O governo, como qualquer entidade, necessita de recursos para sustentar suas operações e prover serviços à sociedade, como educação, saúde e infraestrutura, além de também precisar quitar suas dívidas. Dessa forma, o governo recorre a diversas fontes de receita, como imposto sobre renda, imposto sobre produtos e serviços, receitas de empresas públicas, aluguéis, vendas de bens e prestação de serviços.

No entanto, todas essas fontes podem não ser suficientes para cobrir seus gastos. Sendo assim, ele busca a solução no mercado financeiro, tomando empréstimos. E a verdade é que além dos bancos, qualquer pessoa ou empresa pode emprestar dinheiro para o governo. Em troca, o governo se compromete a pagar juros e devolver o valor em uma data preestabelecida no futuro.

 

E por que os Treasuries são considerados por muitos, os títulos mais seguros do mundo?

A segurança reside na garantia do próprio governo norte-americano. O risco de não receber o dinheiro de volta é muito pequeno, dado que é altamente improvável que a maior economia do mundo dê um calote em seus credores. Portanto, os Treasuries são amplamente reconhecidos como os ativos mais seguros no mercado.

Em períodos de instabilidade econômica global, uma parte significativa dos investidores direciona seu dinheiro para os Treasuries, buscando a segurança do governo americano.

E o mais interessante, é que suas taxas servem como referência para outras emissões. No mercado internacional, empresas que querem emitir títulos de renda fixa precisam pagar uma taxa de juros acima da taxa dos Treasuries, colocando um acréscimo adicional, chamado de spread, de acordo com o risco de crédito. No Brasil, essa mesma dinâmica ocorre, onde os títulos privados de renda fixa estão relacionados aos títulos do Tesouro e têm um incremento na taxa de juros, de acordo com o risco e o prazo.

 

Os Diferentes Tipos de Treasuries

Diferentemente do Brasil, no mercado americano, a maioria dos títulos de renda fixa é prefixada. Isso significa que, ao comprar um título, você já sabe exatamente quanto receberá de juros se mantê-lo até o vencimento. Existem cinco tipos de Treasuries. Os T-Bills, T-Notes e T-Bonds, são títulos prefixados:

  1. Treasury Bills (T-Bills)

Os T-Bills são os títulos de curto prazo, com vencimentos que variam de 4 a 52 semanas. Eles são sempre comprados com desconto, ou seja, o valor emprestado mais os juros, só serão pagos na data de vencimento.

  1. Treasury Notes (T-Notes)

Os T-Notes são os títulos de médio prazo, com vencimentos de 2, 3, 5, 7 ou 10 anos. Diferentemente dos T-Bills, os T-Notes pagam cupons semestrais, ou seja, a cada 6 meses você recebe o proporcional de juros para o período. Na data de vencimento, é pago os últimos 6 meses de juros, mais o valor de face do título, que é sempre mil dólares.

  1. Treasury Bonds (T-Bonds)

Os T-Bonds, por fim, são os títulos de longo prazo, com vencimentos de 20 ou 30 anos. Assim como os T-Notes, os T-Bonds pagam uma quantia fixa a cada seis meses e no vencimento, você recebe a última parcela dos juros mais o valor de face ($1.000).

Já os TIPS, são títulos atrelados à inflação:

  1. Treasury Inflation Protected Securities (TIPS)

Os TIPS são títulos que buscam proteger o investidor contra a inflação. Os vencimentos disponíveis são de 5, 10 ou 30 anos. Diferente de outros Treasuries, o valor principal dos TIPS pode subir ou descer ao longo do tempo, a depender da inflação acumulada do período e eles também pagam cupom semestral.

E os FRNs são títulos pós fixados:

  1. Floating Rate Notes (FRNs)

Os FRNs são títulos com prazo de 2 anos, e pagam juros de forma trimestral. As taxas vão se ajustando (ou “flutuando”), conforme mudanças nas taxas de juros americanas.

Vale ressaltar que todos esses títulos podem ser negociados no mercado secundário, ou seja, o investidor pode sair antes do prazo de vencimento. E o mercado americano é o mercado mais líquido do mundo, representando 40% de todo o mercado de renda fixa global.

 

O Tamanho do Mercado de Treasuries

Treasuries são a forma mais comum de investimento em renda fixa nos Estados Unidos. De acordo com dados da SIFMA (Securities Industry and Financial Markets Association) de 2022, do total de US$ 55 trilhões do estoque de renda fixa, 43% eram Treasuries.

 

Como Investir em Treasuries

Quanto a investir em Treasuries nos EUA, assim como temos o Tesouro Direto no Brasil, existe o Treasury Direct. Contudo, para quem não é cidadão ou residente fiscal nos EUA, a alternativa é abrir uma conta em uma instituição americana.

Através da Avenue é possível acessar os Tresuries de forma direta, ou de forma indireta através de ETFs e Fundos de Investimento que tenham como estratégia principal o investimento em títulos do governo americano.

Por que investir em Treasuries?

  • Rendimento estável: A maioria dos Treasuries pagam juros fixos regularmente, proporcionando um fluxo de renda previsível.
  • Preservação de capital: Treasuries geralmente são considerados mais seguros em comparação a outros títulos de renda fixa e também em relação à ações e podem ajudar a preservar o capital investido.
  • Diversificação: Treasuries podem ser uma adição importante para diversificar uma carteira de investimentos, equilibrando os riscos associados a outras classes de ativos.

 

Riscos envolvidos:

  • Risco de crédito: Apesar de muito pequeno, não podemos deixar de citar o risco de o governo americano não honrar com os seus pagamentos. A avaliação da classificação de crédito e a saúde financeira do emissor é sempre importante.
  • Risco de taxa de juros: Os preços dos títulos são afetados pelas mudanças nas taxas de juros. No caso dos títulos prefixados, quando as taxas de juros sobem, os preços dos títulos geralmente caem (uma subida ou queda da taxa de juros não vai alterar o pagamento do cupom, afetando apenas a marcação à mercado do valor de face desse Bond)

 

Tributação*:

É importante destacar que esse conteúdo é válido para a data de publicação desse artigo. As regras de tributação podem mudar, e por esse motivo, é muito importante que você esteja atento e confirme todas as regras vigentes no momento que for apurar e recolher o seu imposto.

Os ganhos de capital estão sujeitos à incidência do Imposto de Renda e é calculado como a diferença entre o valor de compra e o valor de venda do Bond.

A alíquota varia de acordo com o valor do ganho de capital. Se o ganho for de até R$ 5 milhões, a alíquota é de 15%. Para ganhos entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões, a alíquota é de 17,5%. Para ganhos entre R$ 10 milhões e R$ 30 milhões, a alíquota é de 20%. E para ganhos acima de R$ 30 milhões, a alíquota é de 22,5%.

Caso as suas vendas de ativos no exterior não ultrapassem o valor de R$ 35 mil dentro de um mesmo mês, você fica isento de recolher esse imposto.

Já os rendimentos provenientes dos juros dos Bonds, ou seja, os cupons, também estão sujeitos à tributação do Imposto de Renda, seguindo a mesma tabela progressiva de alíquotas de acordo com os ganhos. No entanto, é importante destacar que nesse caso não há uma faixa de isenção, ou seja, todos os rendimentos serão tributados.

O recolhimento é feito via DARF, até o último dia útil do mês subsequente ao das vendas

 

Considerações finais:

Investir no Tesouro Americano pode ser uma oportunidade interessante para diversificar a sua carteira de investimentos em renda fixa. Mas lembre-se que ao avaliar um título, é muito importante entender o seu perfil de investidor e fazer uma análise cuidadosa antes de tomar qualquer decisão de investimento.

 

Leia também:

Bonds: o que são e como investir nos títulos americanos?

CDs (Certificados de Depósito): Conheça os “CDBs dos EUA”

Renda fixa americana: o que é e como investir

 

Disclaimers:

A situação de cada investidor é única e você deve considerar seus objetivos de investimento, tolerância ao risco e horizonte de tempo antes de fazer qualquer investimento. Investir envolve risco e você pode incorrer em um lucro ou perda, independentemente da estratégia selecionada. O conteúdo acima não é uma recomendação para comprar ou vender qualquer ativo individual ou qualquer combinação de ativos.

Qualquer informação não é um resumo completo ou declaração de todos os dados disponíveis necessários para tomar uma decisão de investimento e não constitui uma recomendação. Os investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os investidores.

Todo tipo de investimento, incluindo fundos, envolve risco. Risco refere-se à possibilidade de que você perderá dinheiro (tanto principal quanto qualquer ganho) ou não consiga ganhar dinheiro com um investimento. A mudança das condições do mercado pode criar flutuações no valor de um investimento em fundos. Além disso, existem taxas e despesas associadas ao investimento em fundos que geralmente não ocorrem na compra de ativos individuais diretamente

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