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Anos de chumbo e outros contos Capa dura – 22 outubro 2021
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A estreia na forma breve do autor de incontornáveis romances como Budapeste , Leite derramado e Essa gente .
Uma jovem e seu tio. Um grande artista sabotado. Um desatino familiar. Uma moradora de rua solitária. Um passeio por Copacabana. Um fã fervoroso de Clarice Lispector. Um casal em sua primeira viagem. Um lar em guerra.
Imersos na elogiada atmosfera da ficção de Chico Buarque, caracterizada pela agudeza da observação e a oposição frequente entre o poético e o cômico, os oito contos que formam este volume conduzem o leitor pela sordidez e o patético da condição humana. Com alusões ocasionais à barbárie do presente, o autor ergue um labirinto de surpresas, em que o sexo, a perversidade, o desalento e o delírio são elementos constitutivos da trama.
Em Anos de chumbo , Chico Buarque põe seu conhecido domínio da linguagem a serviço da concisão da forma. O resultado é arrebatador.
* Leitura obrigatória do vestibular da UERJ.
- Número de páginas168 páginas
- IdiomaPortuguês
- EditoraCompanhia das Letras
- Data da publicação22 outubro 2021
- Dimensões12 x 1.7 x 18 cm
- ISBN-106559213072
- ISBN-13978-6559213078
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Começa por abordar diversos assuntos, das mais diversas classes sociais, cronologia e tipos marcantes.
Meu tio, o primeiro conto, já começa com o pé nos peitos, é uma história safada, que não sabia que o Chico tinha. A história do tio traficante e rico que transa com a sobrinha, rotineiramente, com o conhecimento do irmão. É provocadora, é safada, contada em primária pessoa pela sobrinha, que gosta da safadeza.
O último conto que dá título ao livro é uma alegoria cruel, irônica e vexatória sobre a ótica de uma criança filha de um oficial da aeronáutica torturador nos anos da ditadura. Chico tem um jeito de contar a verdade envolta em uma fantasia para nos despistar da realidade.
E assim ele vai levemente tomando conta da nossa cabeça, o livro é para ser lido rápido, mas eu degustei um conto por dia para saborear mais.
Chico é bom de conto.
Avaliado no Brasil em 25 de fevereiro de 2024
Nos contos selecionados, Chico desponta original, imaginativo e sucinto, qualidades essenciais para o gênero. Aliás, não é por acaso que o título do livro alude ao período mais repressivo da ditadura militar. Tal escolha espelha uma nostalgia que marca indelevelmente Brasil atual e, se o passado aflora em parte das narrativas, o conjunto toma como epicentro a cidade do Rio de Janeiro, para retratar “um país que perdeu a forma”.
Totalizando oito, eis as narrativas:
* Meu tio: Coloca em xeque uma família disfuncional, ao apresentar a filha envolvida com prostituição e incesto.
* O Passaporte: Pouco antes do embarque, o sumiço do passaporte de um “grande artista” causa inesperadas consequências.
* Os Primos de Campos: Outra família disfuncional, desta vez à mercê do racismo, da polícia e das milícias.
* Cida: Loucura e indigência trazem à pauta o preconceito de classe e a invisibilidade social.
* Copacabana: Devaneios vêm à tona ao longo de um nostálgico passeio pelo icônico bairro carioca.
* Para Clarisse, Com Candura: Até que ponto pode chegar a idolatria de um jovem poeta por uma importante escritora?
* O Sítio: Durante a pandemia, um casal decide morar num sítio isolado, contando apenas com o auxílio de um caseiro e a visita esporádica de um bando de urubus.
* Anos De Chumbo: Retrocedendo a ditadura militar, um menino, vítima de pólio, relata como resolveu a precária convivência com os pais.
Conforme explica Leyla Perrone-Moisés: “Profundamente pessimista, Estorvo – primeiro romance do escritor – foi profético. Chico retratou uma sociedade em dissolução, vítima da alienação, da corrupção e da violência criminosa. Na época, Roberto Schwarz observou que a narrativa era uma metáfora do Brasil daquele momento, e que a trama dava a sensação de que 'o futuro pode dar mais errado ainda'. Trinta anos depois, o Brasil está, de fato, pior e “Anos de Chumbo e Outros Contos” consegue capturar e transmitir com humor e agudo senso de observação nossa decepção diante desta conjuntura.
Sem pedra nem pedrisco no sapato, o “novo livro do Chico” trata-se uma coesa seleção de contos, com histórias bem urdidas, personagens relevantes e desfechos impecáveis. De fato, prova ser uma metáfora do Brasil atual e pedindo licença para Alejandro Chacoff: “Anos de chumbo ‘também’ são estes nossos”.
Notas:
* “Anos de chumbo são estes nossos” é a frase que encerra a resenha crítica de Alejandro Chacoff sobre “Anos de Chumbo e Outros Contos” e ela pode ser encontrada na página do livro na Amazon.
* Adquiri o e-book de indiscutível qualidade e preço atrativo.
Conteúdo, este livro é leitura de um dia. Contos rápidos dum livro que atravessa de "romances" sem conteúdo romântico à destinos nada gloriosos, de cotidianos na favela em casas abarrotadas de gente à vivência de um casal talvez de vidas privilegiadas numa fazenda sem qualquer contato com a sociedade, num geral o que todos tem em comum é a infelicidade do cotidiano ou até quando os personagens o quebram seja lá por qual motivo seja. Eu sinceramente, senti falta do impacto que o Chico geralmente traz, claro que o Chico é maravilhoso em preencher o vazio de cada personagem, não só com a imersão a solidão, mas com o intuito de nos trazer personagens que muitas vezes é melhor ficar só por não prestar muito. Só que em suas outras obras os personagens tinham um objetivo, e nesse anceio por mais simples que fosse nos arrastava para também fazer parte desse personagem imperfeito em busca do seu alvo... Não sei exatamente, amo e sou fã do Chico, mas acho que sua viagem pelos contos fica como que suspensa, aguardando algum impacto, algo que faça com que esse livro seja realmente memorável em algo. Claro, há uma ou outra situação, e a candura para com Clarice Lispector trouxe um aconchego pro coração. Mas ainda faltou algo...
Avaliado no Brasil em 14 de abril de 2022
Conteúdo, este livro é leitura de um dia. Contos rápidos dum livro que atravessa de "romances" sem conteúdo romântico à destinos nada gloriosos, de cotidianos na favela em casas abarrotadas de gente à vivência de um casal talvez de vidas privilegiadas numa fazenda sem qualquer contato com a sociedade, num geral o que todos tem em comum é a infelicidade do cotidiano ou até quando os personagens o quebram seja lá por qual motivo seja. Eu sinceramente, senti falta do impacto que o Chico geralmente traz, claro que o Chico é maravilhoso em preencher o vazio de cada personagem, não só com a imersão a solidão, mas com o intuito de nos trazer personagens que muitas vezes é melhor ficar só por não prestar muito. Só que em suas outras obras os personagens tinham um objetivo, e nesse anceio por mais simples que fosse nos arrastava para também fazer parte desse personagem imperfeito em busca do seu alvo... Não sei exatamente, amo e sou fã do Chico, mas acho que sua viagem pelos contos fica como que suspensa, aguardando algum impacto, algo que faça com que esse livro seja realmente memorável em algo. Claro, há uma ou outra situação, e a candura para com Clarice Lispector trouxe um aconchego pro coração. Mas ainda faltou algo...