Rafael e os pais nunca imaginaram que a crise da habitação lhes fosse bater à porta. Viviam sem sobressaltos num prédio da Ajuda há nove anos. Pagavam renda, sempre o fizeram, e talvez também por isso nunca imaginaram que pudessem vir a ser obrigados a sair de casa. Estava “tudo normal”, até que no ano passado lhes foi comunicada a não renovação do contrato de arrendamento. A casa em que viviam havia sido vendida.

A nova proprietária visitou a casa e tirou as medidas já a pensar nas renovações que lhe iria fazer. À família, foi comunicado que teria de deixar a casa até ao final de fevereiro. Eles, Rafael, o pai e a mãe, Maria do Céu, habituados a uma vida organizada. Ambos os pais trabalhavam, enquanto Rafael, com 19 anos, concentrava-se no atletismo e alcançava um título mundial.

Treina todos os dias, mas precisa de uma casa para poder continuar a construir a sua carreira.

De repente, o mercado da habitação privada deixou de lhes garantir uma casa que consigam pagar e, durante semanas, viram-se confrontados com a real possibilidade de ficar sem um teto. Para Rafael, seria “a mesma coisa que desistir do atletismo”.

Depois de a Mensagem ter estreado a série documental “Cidades para Quem?, sobre os direitos que se perdem com uma rede de transportes públicos mal planeada na Área Metropolitana de Lisboa, a série dedica-se agora ao tema da crise na habitação. Um problema que não conhece morada única em Portugal, mas que se tem agravado especialmente em Lisboa.

Quem pode, afinal, viver em Lisboa? E sob que condições?

Veja aqui o mais recente episódio, “DIREITO A UMA SOLUÇÃO”:

Saiba mais sobre a série aqui.

Ficha Técnica:
Produção – Catarina Reis e Frederico Raposo
Imagem e edição – Inês Leote


O jornalismo que a Mensagem de Lisboa faz une comunidades,
conta histórias que ninguém conta e muda vidas.
Dantes pagava-se com publicidade,
mas isso agora é terreno das grandes plataformas.
Se gosta do que fazemos e acha que é importante,
se quer fazer parte desta comunidade cada vez maior,
apoie-nos com a sua contribuição:

Deixe um comentário