| Rafael Hupsel/Folhapress | ||
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| O empres�rio Fausto Sarmento em seu apartamento no Tatuap�, zona leste de S�o Paulo |
O mercado de im�veis usados tem dado sinais de reaquecimento em S�o Paulo. "Observamos um crescimento na quantidade de clientes desde dezembro", afirma Igor Freire, diretor de vendas da imobili�ria Lello.
Em 2017, o total de contratos de compra intermediados pela empresa aumentou 6% em compara��o com 2016.
No Brasil, n�o h� uma metodologia para calcular com precis�o transa��es feitas no setor de usados, mas alguns especialistas estimam que o n�mero seja de seis a sete vezes maior que o de comercializa��es de im�veis novos -no ano passado, foram 23,6 mil na cidade de S�o Paulo.
Segundo o vice-presidente de intermedia��o e marketing do Secovi-SP (sindicato da habita��o), Fl�vio Prando, a melhora na economia tem motivado quem estava adiando a compra de um im�vel a fechar neg�cio.
"As pessoas perceberam que os pre�os est�o parados, que os propriet�rios est�o mais flex�veis para negociar e que essa situa��o n�o deve permanecer assim", diz ele.
O empres�rio Fausto Sarmento, 65, n�o quis esperar mais. No in�cio deste ano comprou tr�s apartamentos de 170 metros quadrados em um mesmo condom�nio no Tatuap� (zona leste) para morar com a mulher, os dois filhos e suas fam�lias.
Em janeiro de 2017, a casa onde vivem h� 20 anos, no bairro vizinho da Penha, foi assaltada. Desde ent�o, pensavam em se mudar, mas s� em dezembro come�aram a procura pelos im�veis.
"Para comprar, o pre�o est� excelente. Mas acho que daqui a alguns meses a coisa j� vai mudar ", diz Sarmento.
Ele chegou a visitar apartamentos novos, mas optou pelos usados por causa da localiza��o e dos pre�os mais baixos. "Mesmo reformando, sai muito mais em conta."
BATALHA DE PRE�OS - Valor do metro quadrado de im�veis novos e usados em bairros de SP, em R$*
CR�DITO
Outro est�mulo ao reaquecimento do mercado � a volta do teto de 70% para o financiamento de im�veis usados pela Caixa Econ�mica Federal, anunciada em janeiro.
O banco havia diminu�do o limite para financiamento de usados duas vezes em 2017. De 70% para 60% em agosto e de 60% para 50% em setembro –e, com isso, era preciso dar metade do valor do im�vel como entrada.
"Quando a Caixa muda, estimula outros bancos a competir por condi��es melhores. � bom para o consumidor", diz Cristiane Crisci, gerente de intelig�ncia de mercado do Grupo ZAP Viva Real.
Al�m disso, no �ltimo ano, a taxa de juros do cr�dito imobili�rio caiu, atingindo um patamar inferior a 10% ao ano. "Ainda n�o � t�o favor�vel, mas esperamos que fique entre 7% e 8% at� o fim de 2018", diz Prando, do Secovi.
Se a oferta de financiamento para os usados persistir, a demanda por esse tipo de im�vel deve aumentar de forma acentuada nos pr�ximos dois ou tr�s anos, segundo Eliane Monetti, coordenadora dos cursos de especializa��o em Real Estate da USP.
Isso porque, com o pa�s saindo de um per�odo de crise aguda, as construturas come�am a tirar da gaveta projetos de empreendimentos, mas levar� algum tempo at� que fiquem prontos. "Esse 'gap' deve favorecer os usados, pois haver� uma oferta mais baixa de novos concorrendo com eles", afirma Monetti.
O que tamb�m deve acontecer � a valoriza��o de im�veis com metragem maior no miolo dos bairros, em raz�o das restri��es impostas pelo Plano Diretor a esse perfil em novos empreendimentos.
Foram o tamanho (126 metros quadrados) e a distribui��o do apartamento os motivos que levaram a arquiteta Renata Castilho, 29, a se mudar para um condom�nio constru�do h� 20 anos na Vila Nova Concei��o, na zona sul. "A sala, a cozinha e a lavanderia s�o amplas. J� os novos d�o muita import�ncia � varanda gourmet e t�m espa�os menores", afirma.
| Adriano Vizoni/Folhapress | ||
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| Renata Castilho em seu im�vel na Vila Nova Concei��o |
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NOVA CASA VELHA
Cuidados para comprar um usado
COMPARA��O
Divida o valor do im�vel pela �rea �til para saber quanto custa o metro quadrado. Assim, d� para fazer uma compara��o mais adequada das op��es com o mesmo n�mero de dormit�rios em uma regi�o
VIZINHAN�A
Ande pelas ruas do entorno para conhecer a rede de com�rcio e servi�os, a din�mica do tr�nsito e da seguran�a do bairro. Fa�a visitas em diferentes hor�rios do dia
CONSERVA��O
Pesquise a data de constru��o e tenha a planta em m�os. Procure saber se foram feitas reformas. Im�veis com mais de duas d�cadas, que n�o passaram por moderniza��o, quase sempre possuem instala��es el�tricas e hidr�ulicas ultrapassadas
INSPE��O
Confira o quadro de luz, os interruptores e se as tomadas funcionam. Abra as torneiras e os chuveiros e acione as descargas. Observe se h� entupimento dos ralos e se as paredes est�o amareladas ou com mofo -o que pode indicar infiltra��es
VISTORIA
Contratar um especialista para fazer uma vistoria em im�veis antigos pode evitar dores de cabe�a. Em S�o Paulo, o pre�o de um laudo de avalia��o fica em torno de R$ 4.000
LIMITE
Saiba se as altera��es que pretende fazer no im�vel s�o permitidas -como derrubar paredes, fechar varandas ou instalar aparelhos de ar-condicionado
MANUTEN��O
Converse com o s�ndico para saber se h� um planejamento de obras e de manuten��o do condom�nio e qual � a expectativa de custo para cada morador
PAPELADA
Pe�a ao vendedor toda a documenta��o necess�ria para verificar se o im�vel n�o � garantia de d�vidas ou parte de heran�a. Para n�o correr riscos, avalie a contrata��o de um advogado nessa fase
Fontes: Elaine Gonzalez e Roberta Banqueri, arquitetas; Hermes Luiz Bolinelli Junior, engenheiro; Luiz Roberto Calado, vice-presidente do Ibef; e Andressa Martins, advogada