De um lado, a sensa��o de seguran�a e o acesso facilitado a servi�os e pequenas regalias sem pisar na rua. Do outro, a autonomia para viver como quiser. A escolha entre apartamento ou casa deve considerar, al�m da quest�o financeira, os h�bitos dos moradores.
"O or�amento n�o � mais o fator decisivo. Nos �ltimos anos, surgiram novas vari�veis. A mais importante delas � a escolha do estilo de vida que o morador quer ter", diz o advogado M�rcio Rachkorsky, especialista em condom�nios e colunista da Folha.
Ele ressalta que viver em condom�nios � a melhor op��o para quem n�o se importa em seguir regras e dividir espa�o. Quem tem hor�rios incomuns pode ter dificuldade em se adaptar � vida em grupo. Nesse caso, a melhor op��o � viver em casa.
"Se uma pessoa tem a rotina de trabalho invertida e chega de madrugada com frequ�ncia, por exemplo, � muito poss�vel que ela fa�a barulho em hor�rios indevidos e se torne um morador inconveniente. Morando em uma casa, h� menos preocupa��o de incomodar vizinhos."
Fatores como a sensa��o de seguran�a e a localiza��o da moradia continuam sendo decisivos na hora de planejar uma mudan�a. Para a dona de casa Suely Silveira, 52, eles foram fundamentais para ela se mudar para a Vila Leopoldina com seu marido h� tr�s anos. "No meu condom�nio, tenho acesso a personal trainer, massagista, cabeleireiro, manicure e at� feira. N�o preciso ir para a rua, basta descer o elevador", conta.
"E, se preciso fazer algo fora de casa, tudo est� a apenas uma breve caminhada de dist�ncia." O �nico inc�modo de Suely s�o as intera��es nem sempre amistosas com os vizinhos e o barulho das crian�as, j� que h� muitas fam�lias com filhos de at� 12 anos.
Foi desse tipo de dor de cabe�a que a designer de interiores Eliane Granato, 45, decidiu se livrar ao construir a pr�pria casa, em 1998, na Vila Prudente junto com o marido e as filhas.
Ela conta que o casal escolheu um terreno no meio do quarteir�o, com uma vizinhan�a menos movimentada. "Nossa sensa��o de seguran�a vem da localiza��o e da possibilidade de construir muros mais altos e instalar cercas el�tricas", afirma. "Al�m disso, por ser uma �rea mais afastada das grandes avenidas, n�o h� o medo de estar sendo observado."
Rachkorsky afirma que escolher uma casa n�o pode ser decis�o de apenas uma pessoa na fam�lia. "� importante que c�njuges e filhos fa�am uma reuni�o para analisar o que ser� melhor para todos", diz. "Juntos, devem decidir sobre a adapta��o a um novo lugar e at� sobre o bairro para onde a fam�lia se mudar�."
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BATALHA DE IM�VEIS
| Patricia Stavis/Folhapress | ||
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| A designer de interiores Eliane Granato, 45, em sua casa na Vila Prudente (zona leste de S�o Paulo) |
"Durante toda a minha vida, morei em casa e na Vila Prudente. Em 1998, eu e meu marido compramos um terreno na regi�o para construirmos nossa casa do zero. Escolhemos fazer isso para montar tudo do nosso jeito. Investimos em seguran�a desde o in�cio do projeto: compramos um terreno no meio do quarteir�o, optamos por ficar um pouco mais distantes do com�rcio em que muitas pessoas poderiam nos observar entrando em casa, constru�mos muros altos e instalamos cercas el�tricas"
Eliane Granato, 45, designer de interiores
SEGURAN�A
H� menos controle sobre quem transita na frente da sua casa, mas o custo para manter a resid�ncia segura (com cercas el�tricas e muros mais altos, por exemplo) � pago uma vez s�
LAZER
� preciso arcar sozinho com o custo alto de manuten��o da estrutura. Em compensa��o, n�o � preciso se preocupar na hora de conciliar hor�rios, j� que a privacidade estar� sempre garantida
BARULHO
Para quem mora em casa, a toler�ncia com o barulho que vem da rua ou da casa dos vizinhos costuma ser maior, j� que cada pessoa est� em sua propriedade. Mas, por isso mesmo, � preciso estar preparado para ter uma dose extra de paci�ncia caso o volume aumente em hor�rios indevidos
REFORMA
H� maior liberdade para fazer qualquer mudan�a na estrutura, sem ser necess�rio pedir autoriza��o para terceiros ou se preocupar tanto com os hor�rios para fazer barulho na obra
RELACIONAMENTOS
O isolamento � maior, e s� � poss�vel estabelecer v�nculos se o morador decidir fazer isso de maneira ativa, o que pode ser bom para quem prefere se isolar e estabelecer limites mais claros na hora de lidar com os vizinhos
GASTOS
Os reparos e as altera��es saem mais caros porque t�m apenas um pagador, mas h� autonomia total para que qualquer gasto seja programado para um momento mais est�vel financeiramente
| Marcelo Justo/Folhapress | ||
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| Suely Silveira, 52, que mora em um pr�dio na Vila Leopoldina (zona oeste da capital) |
"O condom�nio em que moro, na Vila Leopoldina, permite que eu cumpra boa parte das tarefas do dia a dia sem precisar ir para a rua. Aqui tenho cabeleireiro, massagista, manicure e at� feira � minha disposi��o. Os servi�os v�m at� mim por um valor que, embora eu n�o considere barato, acho justo pagar pela estrutura que tenho. Aqui tenho piscina aquecida, academia, churrasqueiras e espa�o para lazer e caminhada. O segredo da boa conviv�ncia em pr�dio � a constante toler�ncia"
Suely Silveira, 52 anos, dona de casa
SEGURAN�A
Seguran�as e porteiros na entrada de pr�dios inibem poss�veis amea�as e mant�m o perigo do lado de fora. O pre�o da manuten��o da seguran�a se reflete no valor pago ao condom�nio todos os meses
LAZER
Compartilhar academia, piscina e churrasqueira requer organiza��o e toler�ncia, mas tamb�m permite conv�vio com vizinhos e a possibilidade de fazer mais amigos devido �s rotinas cruzadas. Al�m disso, os custos da manuten��o dessas �reas s�o divididos por todos e, assim, doem menos no bolso
BARULHO
Para morar em pr�dio, � absolutamente necess�rio respeitar os hor�rios de sil�ncio e tomar cuidado para n�o incomodar os vizinhos -n�o fazer isso certamente acarretar� multa. Se todos cooperarem, � poss�vel ter uma vida tranquila e sem irrita��es com ru�dos do vizinho
REFORMA
� necess�rio avisar o condom�nio e tomar cuidado com as limita��es est�ticas e arquitet�nicas da obra. Mudan�as que podem potencialmente afetar a apar�ncia da fachada do condom�nio, por exemplo, n�o s�o autorizadas
RELACIONAMENTOS
� imposs�vel fugir da conviv�ncia com os vizinhos, j� que as �reas de lazer, a garagem e o elevador s�o espa�os compartilhados. A situa��o pode ser frut�fera por facilitar a cria��o de la�os entre colegas de condom�nio
GASTOS
As contas para uma mudan�a ou melhoria de estrutura na �rea comum s�o divididas entre todos os cond�minos. Por�m, embora pese menos no bolso, o gasto nem sempre bate com o or�amento de quem vive no pr�dio -e � poss�vel que voc� precise colaborar mesmo se estiver no aperto