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Setor da constru��o civil se organiza para retomada nas vendas

Ap�s um ano dif�cil para o setor da constru��o civil no pa�s, 2017 deve representar o in�cio da retomada nas vendas e nos lan�amentos. Mas tudo depende, claro, do desenrolar das crises pol�tica e econ�mica nos pr�ximos meses, segundo especialistas.

Como explica Luiz Antonio Fran�a, presidente da Abrainc (Associa��o Brasileira de Incorporadoras Imobili�rias), a recupera��o do setor est� ligada, principalmente, a tr�s fatores: redu��o de taxas de juros, baixo n�vel de desemprego e marcos regulat�rios adequados.

Esses fatores afetam tanto a confian�a do consumidor, que estar� mais disposto a investir em im�veis, quanto a das incorporadoras, que ter�o menos riscos de preju�zo.

Para Fran�a, por�m, ainda h� um bom caminho at� que essas condi��es ideais sejam realidade. "Isso n�o quer dizer que 2017 ser� um ano morto, mas a melhora deve vir mesmo em 2018", diz ele.

O n�mero de novos empreendimentos, por exemplo, n�o deve aumentar muito em rela��o a 2016, quando foram lan�adas 69.800 unidades, 9% a mais do que em 2015, segundo dados da Abrainc.

Bruno Santos/Folhapress
Vista do Tatuap�, na zona leste, a partir da cobertura do hotel Tryp
Vista do Tatuap�, na zona leste, a partir da cobertura do hotel Tryp

Em vez disso, a previs�o � de que ocorram mais vendas de estoques, afirma Pedro Fernandes, presidente da ABMI (Associa��o Brasileira do Mercado Imobili�rio).

Grande parte dessas unidades dispon�veis s�o fruto de distratos, quando o consumidor desiste da compra de um im�vel, tema que ainda n�o foi regulamentado pelo governo e gera muitas disputas judiciais a respeito dos valores de ressarcimento.

Segundo levantamento da Abrainc, foram devolvidas 44.200 unidades em 2016, queda de 7,1% em compara��o com 2015. "O distrato � um grande problema, porque a sustentabilidade do mercado depende da seguran�a de empreendedores", afirma o presidente da associa��o.

�NDICE DE LAN�AMENTOS NO BRASIL - Porcentagem de novos empreendimentos em rela��o ao ano anterior

A m� not�cia para os consumidores � que, com a redu��o de unidades dispon�veis, os valores dos im�veis devem crescer. "Mas de forma t�mida. Os pre�os devem aumentar mais a m�dio prazo", observa Fernandes.

S�O PAULO

As associa��es do setor de S�o Paulo est�o com boas expectativas para os pr�ximos meses, mas ponderam que � preciso ter paci�ncia. "O processo de constru��o de novos empreendimentos � demorado. Dura, ao menos, nove meses", diz Odair Senra, vice-presidente imobili�rio do Sinduscon-SP.

Flavio Amary, presidente do Secovi-SP, � mais otimista sobre o futuro: acredita que haver� um crescimento de 5% a 10% no volume de vendas e de lan�amentos no Estado em rela��o ao ano passado.

De acordo com o Secovi, foram lan�adas 17.620 unidades em 2016, e vendidas 16.170 em S�o Paulo (sem considerar os distratos).

PERFIL DOS NOVOS IM�VEIS - No Brasil

TEND�NCIAS

Em meio a esse cen�rio, quais tipos de im�veis devem ter mais destaque em 2017?

Senra, do Sinduscon-SP, acredita que empreendimentos mais compactos, com um ou dois quartos, pr�ximos a esta��es de metr� e de at� R$ 700 mil devem ser os mais procurados.

Tamb�m deve haver uma grande procura por im�veis populares, financiados pelo programa Minha Casa, Minha Vida, diz Manuel Martins, coordenador executivo da Funda��o Vanzolini, ligada a professores da Escola Polit�cnica da USP. "Muitas construtoras est�o voltadas para esse mercado, cuja demanda continua alta, apesar da crise", explica.

PERFIL DOS NOVOS IM�VEIS - Em S�o Paulo

Por outro lado, h� construtoras investindo em projetos de alto padr�o, voltados para nichos de mercado. Fernandes, da AMBI, afirma que h� um movimento forte nesse sentido em S�o Paulo.

J� as �reas que devem concentrar mais lan�amentos s�o as zonas leste e central da capital paulista, aponta o presidente do Secovi. "A primeira oferece terrenos com pre�os mais atrativos para as incorporadoras, e o centro est� em processo de revitaliza��o", afirma.

PIB DA CONSTRU��O CIVIL - Varia��o da atividade da constru��o civil em rela��o ao ano anterior

PLANTAS MENORES

Em cinco anos, os im�veis brasileiros perderam espa�o equivalente a uma sala de 20 m�: o tamanho m�dio caiu de 120,7 m� em 2011 a 101 m� em 2016, redu��o de 16%.

Essa foi uma das principais conclus�es de levantamento feito em mar�o pela Neoway Criactive, empresa de big data especializada em an�lise de mercado, com base em 28 milh�es de registros de obras no CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) e no CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo).

O n�mero m�dio de dormit�rios tamb�m caiu de 2,9 em 2011 para 2,5 em 2016.

"Nas grandes cidades, h� uma tend�ncia de diminui��o dos apartamentos e de um crescimento de �reas compartilhadas nos condom�nios", afirma Flavio Amary, presidente do Secovi-SP.

Em S�o Paulo, os im�veis ficaram ainda mais apertados do que a m�dia nacional: de 141,4 m� para 104,3 m�, redu��o de 26%. J� a m�dia do n�mero de quartos, que era de 3,2, foi para 2,4 em 2016.

A pesquisa tamb�m mostrou que os empreendimentos de luxo perderam espa�o no mercado. Aqueles considerados de padr�o alto/m�dio alto (acima de R$ 500 mil) passaram a representar 25% do total em 2016, ante os 33% cinco anos antes.

Os de m�dio padr�o (entre R$ 200 mil e R$ 500 mil), por outro lado, foram de 36% para 44% do total. "A popula��o ficou mais pobre, o que estimulou um maior volume de lan�amentos de empreendimentos do tipo", observa Cristina Della Penna, diretora da Neoway Criactive.

Em rela��o ao �ndice de lan�amentos, houve diminui��o consider�vel no per�odo. A pior queda foi sentida em 2016, de 46,6% em rela��o a 2015. A pesquisa estima que haja aumento no n�mero de unidades em 2017.

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