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Ditadura e crise fazem faltar alimentos e rem�dios na Venezuela

A falta de alimentos b�sicos, rem�dios e produtos de higiene na Venezuela � um dos resultados da crise gestada na Presid�ncia de Hugo Ch�vez (1999-2013) e que estourou quando Nicol�s Maduro assumiu o controle do pa�s em 2013.

Ao morrer, em mar�o daquele ano, Ch�vez deixou tamb�m para o afilhado uma Justi�a, um �rg�o eleitoral e um Minist�rio P�blico submissos ao Executivo, que ajudariam o chavismo a se tornar uma ditadura efetiva em 2017.

Naquela �poca, o desabastecimento ainda era espor�dico, mas se tratava dos primeiros efeitos do elevado gasto p�blico, do controle cambial e da debandada do setor privado devido �s expropria��es.
A crise, por�m, n�o se sobrep�s � como��o pela morte de Ch�vez e Maduro foi eleito em abril de 2013 para um mandato at� janeiro de 2019, com uma diferen�a de cerca de 200 mil votos para o opositor Henrique Capriles.

Oposi��o

O apoio eleitoral na vota��o apertada e a piora das condi��es econ�micas levaram a oposi��o venezuelana a buscar a abrevia��o da ditadura chavista.

A primeira tentativa foi em fevereiro de 2014, com os protestos por sua ren�ncia. Foram tr�s meses de confrontos violentos que levaram � morte de 53 pessoas e ao in�cio da repress�o � oposi��o. Enquanto arrefeciam as manifesta��es, o petr�leo, base da economia venezuelana, sofria uma queda brusca.

Como a Venezuela entrou em crise? - Folha Explica #1

Pressionado a diminuir o controle estatal, Maduro encara a crise como guerra econ�mica e refor�a a centraliza��o de setores como alimentos, rem�dios e insumos industriais, alguns dominados pelos militares.
Na mesma �poca, incrementou suas acusa��es contra os EUA de querer derrub�-lo e o uso da m�quina estatal contra seus rivais, tirando-os da disputa por meio de pris�es ou cassa��es.

A ofensiva n�o evitou que a oposi��o conquistasse em dezembro de 2015 dois ter�os das cadeiras da Assembleia Nacional, levando a novas tentativas de depor o mandat�rio em 2016.

Crise humanit�ria

A segunda tentativa de abreviar a ditadura foi um referendo para revogar o mandato de Maduro, barrado pelo �rg�o eleitoral.

Depois, dois processos de destitui��o, impedidos pela Justi�a que cassou as decis�es da legislatura opositora desde sua instala��o.

A manuten��o do modelo econ�mico provocou uma crise humanit�ria. A piora dr�stica das condi��es de vida teve como resultado uma crise de refugiados em 2017, com mais de 700 mil pessoas deixando o pa�s.
Em meio � deteriora��o, a Justi�a tentou anular em definitivo o Legislativo, levando a novos protestos. Com a repress�o intensificada, os quatro meses de confrontos deixaram 125 mortos.

Maduro refor�ou o discurso da conspira��o da oposi��o com os EUA e convocou em maio daquele ano uma Assembleia Constituinte, com regras favorecendo aliados. Apesar do boicote da oposi��o e da press�o internacional, a Casa foi instalada.

O plen�rio, que deveria redigir uma Constitui��o, usou seus plenos poderes para consolidar uma ditadura. Al�m de anular o Legislativo, cassou partidos e pol�ticos opositores e contribuiu para o expurgo de dissidentes chavistas.

Arte
 A rota dos ricos:Venezuelanos trocam seu pa�s pelo Panam�, um para�so fiscal
A rota dos ricos:Venezuelanos trocam seu pa�s pelo Panam�, um para�so fiscal

Alvo de san��es dos EUA e da UE e com uma crise humanit�ria mais grave, o regime prioriza as elei��es. Em 20 de maio de 2018, Maduro deve assegurar sua perman�ncia no poder at� 2025 em um pleito esvaziado de opositores.

O empres�rio se define como "fiel creyente del capitalismo social". Capitalismo e socialismo n�o precisam ser �gua e azeite, afirma. "Nenhum dos dois extremos � positivo, nada � branco ou preto. Sou capitalista, gosto de desfrutar do dinheiro. Tamb�m gosto de ajudar as pessoas, mas n�o tenho que dar todo o meu dinheiro."

Tanto a p�tria onde nasceu quanto a que escolheu morar foram primeiro col�nias espanholas e depois costelas da Gr�-Col�mbia, pa�s fundado por Sim�n Bolivar e colapsado no mesmo s�culo 19.

Mas para seu filhos Bianca, 5, e Jos� Rafael, 9, ele escolheu uma escola americana, a Metropolitan -onde o ensino m�dio pode alcan�ar US$ 2.138 (R$ 7.000) mensais. Outros herdeiros dessa elite v�o � Boston School International, que tem 64 alunos venezuelanos, aulas de mandarim e a promessa de formar "l�deres mundiais".

Latinidade

Um �nibus escolar amarelo leva os convidados do Panam� Polo Open ao local do campeonato. H� um dresscode a seguir. Mulheres: muito vestidinho branco com renda e babados -� a White Summer Party- para ornar com chap�us que lembram bolos de casamento. Homens: camisas polo ou social (o charuto � opcional).

A motorista de Uber que leva a reportagem ao country club fica ressabiada. Para chegar at� o o�sis equestre, � preciso passar por um sub�rbio panamenho que, segundo ela, � "caliente", g�ria para regi�o perigosa.
Se a Cidade do Panam� remete a Miami, por ali as ruas exalam latinidade, cheias de casas coloridas com an�ncios pintados com tinta na fachada, a maioria dos com�rcios protegida por grades. � onde se concentra a classe trabalhadora, recentemente engrossada por venezuelanos mais humildes.

Muitos endinheirados desestabilizados pela era Ch�vez-Maduro buscaram guarida na Cidade do Panam�, um para�so fiscal a duas horas de avi�o de Caracas, que compartilha o mesmo idioma oficial.
Mas, recentemente, migraram em peso venezuelanos que "n�o passam fome por dieta, mas por n�o ter nada nos mercados, nem leite para seus filhos", diz Jos� Mendeza, 34, que dava aula de nata��o em Caracas e hoje � caixa num mercadinho no pa�s vizinho.

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