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Morto em 2016, cantor Prince ganha mostras simult�neas em Londres

Prince (1958-1916) se interessava por expandir limites. Art�sticos, sexuais, est�ticos, criativos. O americano negro e baixinho (media 1,57 cm), filho de um casal de m�sicos, nasceu em Minneapolis, nos Estados Unidos, longe do eixo cultural. Nada disso foi capaz de diminuir sua estatura como m�sico, multi-instrumentista e compositor. Por isso, n�o param de surgir frutos de sua produ��o e imagem inconfund�veis, um ano e meio ap�s sua morte por overdose do opioide fentanil, aos 57.

O g�nio de Minneapolis que misturou as refer�ncias de Chuck Berry, Elvis, James Brown e Jimi Hendrix segue hipnotizando as massas na exposi��o grandiosa "My Name Is Prince", na O2 Arena por 42 dias. O p�blico fica vidrado em seus videoclipes lascivos - a maioria superprodu��es, com coreografias e sets sofisticados, muito brilho, glamour e mulheres lindas contracenando com sua figura enigm�tica.

P�blico

Se "My Name Is Prince" refor�a sua imagem de popstar, com todos os trejeitos, express�es, poses, olhares, figurinos, excentricidades e guitarras que se amontoam em v�rios ambientes multim�dia, � na simplicidade de outra exposi��o, "Picturing Prince", aberta na �ltima quarta-feira (09/11), que o m�sico se revela. Por isso, � preciso visitar as duas mostras para se ter uma vis�o completa do artista e de seu legado.

O roadshow "My Name Is Prince" ostenta o lado ic�nico do m�sico. Filas de visitantes param em frente ao sobretudo roxo das turn�s "Purple Rain" (1984/1985), "LoveSexy" (1988/1989) e do filme "Graffiti Bridge" (1990) como se estivessem vendo um fantasma da era MTV. A guitarra Gibson L65 com a qual ele estreou na TV, no programa American Bandstand, em 1980, e o inesquec�vel terno estampado com nuvens que ele usou no v�deo de Raspberry Beret (1985) tamb�m est�o entre os destaques.

Privado

Dez dias antes da abertura de "My Name is Prince" foi lan�ado o livro "Prince: A Private View". Com pref�cio de Beyonc� e fotos de Afshin Shahidi, outra lenda do mundo pop, o livro traz retratos feitos durante 20 anos de amizade. Beyonc� escreve que "a palavra '�cone' � apenas uma defini��o superficial para o que Prince era e do que ele significou para mim".

A mesma vis�o intimista � o que faz "Picturing Prince" t�o especial. "Ele estava sempre querendo ir al�m e tinha essa postura tamb�m com quem trabalhava", conta Steve Parke, diretor de arte que virou fotografo oficial de Prince no decorrer dos 13 anos que trabalhou com ele em Paisley Park, est�dio e resid�ncia do m�sico, que chamava de "meca de criatividade". S�o dele os retratos exibidos em "Picturing Prince" - tamb�m nome de livro lan�ado simultaneamente.

Foi ideia de Prince que Parke, respons�vel por criar cen�rios e capas de discos, tamb�m o fotografasse. A maior parte desses registros nunca mostrados ao p�blico pode ser conferida em "Picturing Prince", em cartaz at� 03/12, na Galeria Proud Central. "� uma mostra modesta sobre uma intensa colabora��o", define Parke, sobre o ex-chefe exigente que suas lentes sutilmente desnudam.

Plantado na folhagem

Prince faz car�o, mas tamb�m se deixa fotografar no camarim, fazendo o cabelo, vestindo fantasia, tirando a m�scara. As fotos mais despretensiosas s�o as que impressionam - como uma em que ele est� no meio de plantas. "Ele foi se enfiando no meio da folhagem cada vez mais e mais. Deixei ele ir at� onde tive de ordenar: 'Est� �timo a�!'. Ele parece t�o fora do mundo e t�o relaxado", diz Parke. "Em paz".

Paz n�o � exatamente o que Prince enfrentava no final na vida, brigando com sua gravadora, a Warner, pelo controle sobre sua obra. Foi nessa fase que ele ficou ainda mais recluso e misterioso, adotando um s�mbolo impronunci�vel como nome art�stico e produzindo prolixamente �lbuns seus - como "Musicology" (2004), depois compreendido como uma esp�cie de r�quiem. "Sempre me preocupei com uma coisa ao decidir trabalhar com m�sica: ter total liberdade para criar", l�-se em uma das frases atribu�das a Prince na exposi��o "My Name Is Prince".

Liberdade n�o faltava em Paisley Park, apesar da fama de controlador do m�sico. "Muitas vezes viramos noites trabalhando em conceitos que representavam rigorosamente sua vis�o, seja de um show, um disco, um figurino, um clipe, um set", lembra Parke. Quando estava em turn�, a rotina fren�tica o consumia. Vale lembrar que � de Prince o recorde de shows na O2 Arena, em Londres: 21 noites, todas lotadas, em agosto e setembro de 2007.

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