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Exotismo da nova fotografia chinesa atrai olhares ocidentais

Ele � chin�s, mas seus olhos parecem menos rasgados do que os de seus pares orientais. Embora Ka Xiaoxi esteja imerso no universo da juventude de Xangai, a est�tica que imprime �s suas imagens � s� uma repeti��o da f�rmula que cultuados artistas do Ocidente, como os alem�es Juergen Teller e Wolfgang Tillmans, disseminaram no come�o dos anos 1990.

Nesse di�rio visual, cujas composi��es milimetricamente desleixadas foram reproduzidas por uma gera��o de fot�grafos de moda, o flash � agressivo, as cores s�o saturadas e os personagens —designers, m�sicos, artistas— parecem superdescolados e ultraentediados. N�o � toa, as fotografias de Xiaoxi chamaram a aten��o da "Dazed & Confused" e da "Vice", revistas que consagraram e, ainda hoje, celebram o estilo.

Mas o autor de "Never Say Goodbye to Planet Booze" n�o � o �nico jovem fot�grafo chin�s a fazer sucesso nos EUA. Ren Hang, 29, virou sensa��o na Am�rica, mas de maneira mais impressionante.

No ano passado, ap�s j� ter realizado mostras em Paris, Alemanha e Dinamarca, exp�s em Nova York, viu uma de suas imagens estampar a capa da publica��o editada pela funda��o Aperture, de fomento � fotografia, e foi um dos destaques da compila��o "The Chinese Photobook", curada por Martin Parr.

Cerceado pela censura de seu pa�s, que n�o o deixa expor imagens de gente nua em galerias locais, Hang foi abra�ado pelo Ocidente, que est� obcecado pelos monstros sexuais que ele registra. M�os, p�nis, pernas, genitais e cabe�as se entrela�am e se desintegram para criar novas formas e humanos-animais em meio a orgias.

Al�m do flash estourado e de uma abordagem calculadamente tosca, Hang e Xiaoxi se encontram na tem�tica da vida �ntima. As composi��es do primeiro, por�m, v�o al�m das inofensivas imagens de Xiaoxi, que est�o mais para a est�tica de an�ncios da grife American Apparel. J� Hang brinca com fetiches e provoca ao colocar o espectador diante de um zool�gico humano.

A atra��o pelo exotismo chin�s segundo olhos ocidentais, ali�s, continua sendo pr�tica comum, como no caso de Thomas Sauvin, que recuperou 500 mil negativos datados entre 1985 e 2005 e condenados � reciclagem de prata em um lix�o de Pequim.

Para o fotolivro "Until Death Do Us Part", o franc�s editou fotografias de casamentos na China, onde h� a tradi��o em que a noiva deve acender os cigarros de todos os homens na festa.

A partir da�, tanto ela quanto o noivo iniciam uma s�rie de brincadeiras que envolvem desde garrafas PET com furos para acomodar v�rios cigarros ao mesmo tempo at� disputas por uma ma�� amarrada a uma corda. S�o cenas indescrit�veis e engra�ad�ssimas —ao menos para n�s.

Tanto Xiaoxi quanto Hang e Sauvin imprimem estilos bem distantes da sutileza de Chen Zhe, 26. Em 2011, ano em que terminou sua gradua��o no Art Center College of Design, em Los Angeles, a artista lan�ou "Bees", fotolivro sobre mulheres que se mutilam —o que tamb�m a inclui.

A predile��o por temas comportamentais mostra que a nova fotografia chinesa � menos centrada em particularidades locais e abordagens documentais. A nova leva � mais global, e o resto do mundo est� de olhos bem abertos.

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